Huitzilopochtli: o deus asteca do Sol envolvido com sacrifícios humanos

30/03/2023 às 09:593 min de leitura

Huitzilopochtli, um dos deuses mais importantes do Império Asteca, deixou sua marca na civilização na forma de um verdadeiro banho de sangue. Segundo as lendas, o “Guerreiro Ressuscitado do Sul”, após conduzir seu povo para a futura capital de Tenochtitlan, teria realizado práticas violentas de sacrifícios humanos, obrigando seus seguidores a praticarem rituais de adoração onde corpos e órgãos eram descartados.

Frequentemente retratado com pintura facial de listras amarelas, pintura corporal azul, cocar com penas coloridas de colibri e uma capa esvoaçante, Huitzilopochtli é mais conhecido como deus do Sol e da guerra, estando relacionado a duas histórias de origem conflitantes. Na primeira, ele seria filho do casal Ometecuhtli e Omecihuatl, vindo ao mundo “com apenas ossos e sem carne”.

Após 600 anos, ele teria sido direcionado, pelos deuses criadores Quetzalcoatl, Tezcatlipoca e Xipe Totec, para fundar o mundo. No momento inicial, nasceu um Sol bastante fraco, e os seres humanos foram obrigados a povoar o novo planeta sob condições relativamente inviáveis para a vida. Essa seria a versão "romantizada" de sua origem e contaria como a civilização passou a idolatrar e fortalecer o astro nos céus a partir de suas práticas ritualísticas.

(Fonte: Getty Images / Reprodução)(Fonte: Getty Images / Reprodução)

Na segunda história, Coatlicue, a deusa Mãe-Terra, recolheu um tufo de penas que caiu do céu, durante uma varredura na Montanha da Serpente (Coatepec). Após colocá-lo em seu seio, ela engravidou milagrosamente e despertou a fúria de Coyolxauhqui e de seus 400 filhos, que juraram matar a mãe por supostamente desonrar a família. Dentro do ventre, Huitzilopochtli, ainda prestes a nascer, acalmou Coatlicue e disse: “Não tenha medo, eu já sei o que vou fazer sobre isso!”

O deus asteca da guerra emergiu de Coatlicue “magnificamente vestido” em um conjunto completo de armadura, assumiu o comando de uma cobra turquesa da montanha e decidiu atacar Coyolxauhqui, decapitando-a com dois movimentos rápidos. Em seguida, ele se virou para seus irmãos, os perseguiu em uma caçada intensa e eliminou um a um. Como resultado, uma enorme nuvem de fumaça e destruição coroou a divindade como o ídolo do Sol.

A conquista de Tenochtitlan e os sacrifícios

Lendas documentadas revelam que Huitzilopochtli foi uma figura central na criação do centro do Império Asteca. As histórias contam que sua irmã, Malinalxochitl estava envolvida com crimes e em atividades de bruxaria, e acabou sendo abandonada em Aztlán, de acordo com um decreto oficial emitido pelo líder. Com isso, Copil, filho de Malinalxochitl, deu início a uma campanha ofensiva contra os mexicas, resultando na revolta do deus Sol e em uma consequente reação.

Huitzilopochtli instruiu seus soldados a capturarem seu sobrinho, matá-lo e trazer seu coração para si. Com o músculo de seu parente em mãos, ele decidiu que ele deveria ser jogado o mais longe possível no lago Texcoco. Segundo a divindade, esse evento daria início ao crescimento de um cacto de pera espinhosa "tão alto e exuberante" que serviria de ninho para uma "bela águia". Isso daria início a um período de prosperidade, onde descanso, conforto e grandeza seriam os pilares para o desenvolvimento social.

Foi então que, após passar por tribulações e por conflitos contra chefes hostis, Huitzilopochtli encontrou a águia e construiu, sob seu ninho, a cidade de Tenochtitlan, que mais tarde se tornaria capital do Império Asteca. Em seu centro, o Templo Mayor foi levantado e acabou institucionalizado como um centro de adoração e de respeito a quem guiou seu povo para o ápice.

(Fonte: Getty Images / Reprodução)(Fonte: Getty Images / Reprodução)

Desde então, o tempo se tornou uma estrutura espiritual importante em Tenochtitlan. Como deus associado ao Sol e à guerra, Huitzilopochtli passou a exigir sacrifícios humanos para fortalecer não apenas os esforços coletivos, mas também a própria origem relacionada à morte de Copil. Praticamente todos os rituais e festas envolviam essa abordagem, com equipes de acólitos subjugando pessoas com pedras e retratando a derrota de Coyolxauhqui.

Os sacrifícios mais importantes ocorreram no Festival de Toxcatl, realizado em maio como forma de pedir boas chuvas para o ano seguinte. Porém, por volta de 1520, o comandante espanhol Pedro de Alvarado descobriu rumores sobre o uso do festival para estimular uma revolta contra os estrangeiros. Com isso, ele determinou o massacre de milhares de fiéis e iniciou a cadeia de eventos que culminaria com a derrota do Império Asteca.

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