Artes/cultura
03/04/2023 às 04:00•2 min de leitura
Na história dos Estados Unidos, a Revolução Americana é um marco fundamental à formação do país, bem como preponderante no cenário global, até então recheado de grandes colônias por todo o continente. Mesmo que muito estudada, determinados aspectos históricos desse momento são pouco abordados, quando não negligenciados de forma consciente.
Para oferecer a você, leitor, uma visão mais ampla sobre esse importante momento, elaboramos uma lista com detalhes nem sempre explicados sobre a revolução. É interessante notar que certos aspectos aqui citados podem ajudar a explicar a sociedade norte-americana atual. Confira.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Nos Estados Unidos, a relação com os povos originários é bastante controversa até os dias atuais - e muito mais complexa do que no Brasil, por exemplo. O que pouco se fala é da importância que os diversos nativos norte-americanos tiveram para que o país se tornasse independente da Grã-Bretanha.
Assim como em todas as nações da América, os indígenas estavam dispersos em centenas de tribos, muitas sem contato entre si. Todavia, mesmo entre um mesmo povo, havia divergências sobre quem deveriam apoiar, o que pode levar a crer que se mantiveram apartados do conflito.
Na realidade, muitas tribos desempenharam papel importante nas batalhas, de ambos os lados. Porém, o impacto foi gigantesco para todos, independente do lado que estivessem, com perdas de terras e de sua própria soberania.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Antes de um conflito armado, os colonos desejavam resolver o conflito com o governo britânico de modo pacífico. É importante ter em mente que a Revolução Americana foi coordenada pela burguesia colonial, dando contornos financeiros aos incômodos com a Grã-Bretanha.
Por duas vezes, integrantes das 13 colônias se reuniram na Filadélfia para discutir medidas diplomáticas no trato com os britânicos. Elas envolveram, inicialmente, boicotes a produtos vindos de seus colonizadores. É no segundo congresso em que a Declaração da Independência dos Estados Unidos é redigida.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A burguesia colonial teve muitos apoios durante a Revolução Americana, em especial da França, Espanha e Holanda, rivais do Império Britânico. E esse apoio não foi, necessariamente, bélico.
Os franceses, por exemplo, davam aval para que navios vindos dos Estados Unidos vendessem seus produtos, inclusive para eles. Já os espanhóis emprestavam dinheiro aos colonos, de modo a lidar com sanções impostas pelos britânicos. O envolvimento holandês, assim como o francês, também passou pela comercialização de produtos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Outro aspecto negligenciado da Revolução Americana é a participação feminina. Mesmo sem direito a voto, ou de participar dos congressos, as mulheres tiveram papel significativo na luta pela independência. Muitas delas estavam envolvidas nos atos de protesto e nos boicotes aos produtos vindos da Grã-Bretanha.
Em outros momentos, agiam como espiãs, contrabandeando suprimentos ou mesmo trabalhando como enfermeiras. Por fim, e não menos importantes, nomes como Deborah Sampson participaram ativamente da luta armada, ainda que algumas precisassem se disfarçar de homens — como no caso de Deborah.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O pensamento iluminista se espalhava pelo mundo. Suas ideias e ideais, como a liberdade e a democracia, estavam intimamente ligadas aos movimentos pela independência norte-americana, resultado da Revolução Americana. Acontece que o sucesso do movimento nos Estados Unidos não deixou de ser notado em outros lugares do globo.
Outras colônias, ao notarem que era possível desafiar o domínio das monarquias europeias e obter suas independências, assim o fizeram. O mesmo no caso da instalação da república em certos países. Casos emblemáticos envolvem os franceses, os haitianos e nós, brasileiros.
É importante frisar que, em todos os casos, haviam fatores locais próprios que motivavam o interesse por independência, mas é inegável o papel da Revolução Americana em demonstrar que era possível questionar a estruturas políticas da época e ter sucesso em sua missão.