Estilo de vida
11/04/2023 às 08:00•3 min de leitura
O Dalai Lama é uma figura emblemática do budismo tibetano, conhecido por sua sabedoria e carisma. Mas você sabe como é concedido esse título e qual é a origem dessa figura?
Para o budismo tibetano o Dalai Lama é a reencarnação de Buda. (Fonte: Getty Images)
A origem do Dalai Lama remonta ao século XV, quando o monge Gedun Drupa foi reconhecido como a primeira encarnação do Buda da Compaixão, Chenrezig. Ele fundou o mosteiro de Tashilhunpo e foi postumamente reconhecido como o primeiro Dalai Lama. O título é uma combinação de duas palavras tibetanas: "dalai", que significa oceano, e "lama", que significa mestre, resultando em algo como "oceano de sabedoria".
Desde então, a cada nova encarnação, o Dalai Lama é escolhido por meio de um processo que envolve testes rigorosos para identificar a reencarnação do Dalai Lama anterior, assim como o reconhecimento por parte de lamas e monges de destaque.
Além do papel religioso, o Dalai Lama também possui um papel político importante. (Fonte: Getty Images)
O papel do Dalai Lama é ser o líder espiritual do povo tibetano e do budismo tibetano em todo o mundo. Além disso, durante séculos, os Dalai Lamas também tiveram um papel político significativo no Tibete, liderando o governo tibetano em conjunto com outros líderes políticos e religiosos.
O atual Dalai Lama, Tenzin Gyatso, foi reconhecido como a reencarnação do 13º Dalai Lama quando ele tinha apenas dois anos. Aos 15 anos, ele se tornou líder político em um momento em que a China havia invadido o Tibete. No entanto, em 1959, ele foi forçado a fugir para a Índia, onde ele estabeleceu o governo tibetano no exílio. Desde então, ele se tornou um símbolo global de liberdade, justiça e compaixão, trabalhando para promover a autonomia do Tibete e o respeito aos direitos humanos em todo o mundo.
O território do Tibet é alvo de dispitas com a China. (Fonte: Getty Images)
Apesar de ser amplamente respeitado e admirado em todo o mundo, o Dalai Lama não está livre de controvérsias. O governo chinês o considera um "separatista" e se opõe fortemente a qualquer reconhecimento internacional do Dalai Lama. Além disso, ele tem sido criticado por algumas pessoas em seu próprio país por não ser suficientemente ativo na promoção da independência do Tibete. Ele propõe uma abordagem de "meio termo" que busca uma autonomia genuína para o povo tibetano dentro da China, sem buscar a independência total.
Outra polêmica envolvendo o Dalai Lama envolve a seleção de sua próxima encarnação. Embora a escolha seja tradicionalmente feita por lamas e monges tibetanos, o governo chinês tem tentado intervir e afirmar controle sobre a seleção. Isso se deve ao fato de que, historicamente, o Dalai Lama tem sido um líder religioso e político importante para o povo tibetano, e a China tem interesse em manter seu controle sobre a região.
No entanto, o atual Dalai Lama tem sido claro em relação a sua sucessão, declarando que ele pode ser o último a ocupar o cargo. Em uma entrevista em 2014, ele afirmou que a decisão de escolher um sucessor não deve ser tomada por autoridades chinesas e que, caso isso ocorra, o sucessor escolhido seria "um político, não um líder religioso".
Dalai Lama se desculpou por beijar menino. (Fonte: Getty Images)
Além das polêmicas no campo político, recentemente, o líder tibetano foi alvo de críticas após beijar uma criança na boca em um vídeo. No vídeo, a criança parecia desconfortável com a situação e o religioso parece pedir para que ela "chupe" a sua língua. Depois do vídeo viralizar nas redes sociais, o líder se desculpou pela conduta.
Apesar das controvérsias que cercam sua figura, a influência do Dalai Lama é inegável. É certo que seu legado continuará a influenciar a região e o mundo por muito tempo.