Ciência
05/11/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 05/11/2024 às 09:00
A relação entre a Igreja Católica e a ciência teve altos e baixos ao longo dos séculos. Apesar de momentos de tensão, como a perseguição de Galileu, muitos sacerdotes foram pioneiros e fizeram descobertas que mostram como ciência e fé podem coexistir.
Veja seis criações inovadoras feitas por padres católicos que ajudaram a transformar o conhecimento e a tecnologia que temos hoje.
O padre jesuíta belga Ferdinand Verbiest tinha uma visão inovadora para sua época. Em 1672, ele criou um veículo movido a vapor em miniatura para divertir o imperador chinês Kangxi.
Embora fosse apenas um protótipo, essa pequena máquina mostrava como o vapor poderia ser usado para gerar movimento. Isso inspirou gerações a explorarem o transporte autônomo e colocou Verbiest entre os primeiros visionários do transporte.
Desde jovem, Bartolomeu de Gusmão era conhecido por sua curiosidade científica. Durante seus estudos, começou a desenvolver a ousada ideia de que o ar quente poderia levantar objetos.
Em 1709, já ordenado padre, ele realizou um experimento no Palácio Real de Lisboa que surpreendeu a nobreza: um balão de papel aquecido subiu aos céus, mostrando a viabilidade da invenção. Anos depois, sua experiência inspirou os irmãos Montgolfier a desenvolverem balões tripulados, consolidando Gusmão como pioneiro da aviação.
Inspirado pela necessidade de melhorar a comunicação, o padre italiano Giovanni Caselli criou o pantelégrafo nos anos 1860.
Esse dispositivo transmitia imagens à distância usando um sistema de sincronização por relógio, impressionando o imperador Napoleão III e tornando-se um precursor do fax moderno. A invenção de Caselli aproximou as pessoas e iniciou uma nova era na comunicação de longa distância.
Para José Maria Algué, padre jesuíta espanhol, a navegação segura era uma prioridade. Em 1897, ele criou o barociclonômetro, um dispositivo que ajudava a prever ciclones com base em leituras de pressão atmosférica.
Sua invenção acabou salvando inúmeras vidas no mar. Além disso, ele desenvolveu o nefoscópio e o microssismógrafo, ampliando a compreensão meteorológica e destacando-se como um visionário da meteorologia.
Após uma tragédia envolvendo o prefeito de Chicago, o padre polonês Casimir Zeglen se dedicou a criar um colete de segurança. Usando seda, Zeglen desenvolveu um colete à prova de balas e, em 1897, fez uma demonstração pública em que sobreviveu a disparos.
Sua invenção pavimentou o caminho para os coletes modernos, agora usados em todo o mundo para segurança pessoal.
Em uma época em que a comunicação à distância era limitada, o padre brasileiro Roberto Landell de Moura fez algo notável: realizou uma transmissão de áudio sem fio.
Usando um transmissor de rádio AM em 1899, Moura conseguiu modular ondas de rádio para transmitir voz e música. Esse feito inovador tornou possível a comunicação à longa distância e abriu novos horizontes para as futuras redes de rádio.