Artes/cultura
23/05/2016 às 11:01•2 min de leitura
Como você sabe, para que um planeta possa abrigar formas de vida — como conhecemos —, ele precisa se encontrar na zona habitável de sua estrela. Isso significa que ele precisa orbitar a uma distância que permita que a água possa existir em sua forma líquida na superfície, ou seja, nem próximo ou distante demais de seu Sol.
Pois, se por um lado aparentemente não há muito que fazer sobre os mundos com temperaturas infernais que ficam perto demais de suas estrelas, segundo Bec Crew, do portal Science Alert, astrônomos da Universidade Cornell, em Nova York, pensaram em uma possibilidade para os planetas que ficam mais afastados. Existe uma chance de esses astros gelados serem aquecidos e se tornarem habitáveis.
Conforme já explicamos em matérias anteriores aqui do Mega Curioso, quando o Sol chegar à fase final de sua vida, em vez de simplesmente se apagar pouco a pouco, ele se converterá em uma gigante vermelha. Isso significa que suas camadas mais externas sofrerão uma enorme expansão, e os planetas que se encontram mais próximos dele — incluindo a Terra — virarão churrasquinho.
Vai fazer calor...
Contudo, de acordo com Bec, os cientistas conduziram algumas simulações e concluíram que, conforme uma estrela progride para sua fase de gigante vermelha e sofre expansão, a sua zona habitável se desloca para regiões mais distantes.
Assim, embora as coisas fiquem bem feias para os planetas mais próximos das gigantes vermelhas, essas estrelas poderiam “descongelar” aqueles que se encontram mais distantes. Com isso, os mundos que até então eram frios demais para abrigar formas de vida poderiam se tornar locais habitáveis.
Pensando no que ocorrerá com o nosso planeta em um futuro distante, quando o Sol avançar para a sua fase de gigante vermelha, a zona habitável do Sistema Solar se deslocará para as imediações das órbitas de Júpiter e Saturno. Confira nas ilustrações a seguir:
Zona habitável atual
Localização da zona habitável depois que o Sol entrar em sua fase de gigante vermelha
Conforme a Terra se transforme em um inferno escaldante, teoricamente, a humanidade poderia montar acampamento em outro local aqui na nossa vizinhança mesmo. Isso nos daria um tempinho de aproximadamente 5 bilhões de anos para que pudéssemos encontrar um mundo novo até o Sol morrer de vez.
Voltando a Saturno e Júpiter, a verdade é que nenhum dos dois se tornaria especialmente acolhedor, já que o primeiro é um gigante gasoso e, até onde sabemos, o segundo só possui uma pequena quantidade de água — e na forma de vapor. Mas os dois planetas possuem luas promissoras: Enceladus e Europa.
Atualmente, muitos cientistas apostam na possibilidade de as duas luas abrigarem ecossistemas microbianos nos oceanos que possivelmente existem abaixo de suas superfícies geladas — e um pouco de calor seria muito bem vindo. Além disso, olhando além do nosso umbigo, a proposta dos astrônomos também de aplica a outros sistemas solares cujas estrelas estejam entrando em suas fases de gigantes vermelhas.
Representação gráfica de uma gigante vermelha
Dessa forma, planetas que se encontravam congelados poderiam ser transformados em mundos habitáveis. O que os astrônomos propõem, na verdade, é que, em se tratando de exoplanetas capazes de abrigar vida, em vez de as buscas se limitarem apenas a sistemas compostos por estrelas de meia idade — que é o mais usual —, a exploração deveria incluir as estrelas que estão morrendo também.
Segundo os astrônomos, só no raio de 100 anos-luz da Terra, 23 gigantes vermelhas foram identificadas — e existe a possibilidade de que, neste exato momento, elas estejam “descongelando” mundos que poderiam abrigar formas de vida e para os quais ninguém tinha dado bola até agora.