
Ciência
07/04/2025 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 07/04/2025 às 18:00
Muitos felinos têm manchas deslumbrantes no seu pelo: os tigres têm listras, as onças têm suas manchas características, e até os gatos domésticos podem ter uma pelagem colorida. Mas como será que eles conseguem essas características?
Curiosamente, a ciência ainda não desvendou 100% o que acontece com eles. Mas há pistas. "Não sabemos por que alguns gatos têm manchas e alguns gatos têm listras", explicou ao Live Science Greg Barsh, professor de genética e pediatria da Universidade de Stanford.
Os pesquisadores já conseguiram descobrir que alguns genes atuam diretamente no tamanho e na forma das manchas e das listras presentes na pelagem dos gatos domésticos e dos felinos selvagens.
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O que já se sabe é que os gatos domésticos com uma ou duas cópias normais de um gene chamado Taqpep têm listras, de acordo com o que foi registrando em um artigo de Greg Barsh publicado na revista Science. O artigo também aponta algo curioso: que os gatos que possuem mutações em ambas as cópias desse gene (uma da mãe e outra do pai) têm pelo manchado ou espiralado.
Conforme declarou Leslie Lyons, geneticista de gatos da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Missouri, essas mutações do gene Taqpep dão origem aos padrões do gato malhado clássico.
Já nos guepardos, as mutações no gene Taqpep também estão associadas à modificação de suas manchas. Esses animais são conhecidos por possuirem uma pelagem única, com manchas pretas sobre um fundo amarelo dourado. Mas as "chitas-rei", que são uma espécie rara de guepardo, têm mutações em ambas as cópias do gene Taqpep. Além disso, ao longo de sua coluna, as manchas se alinham em listras.
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Os próprios gatos domésticos que exibem um padrão levemente listrados têm uma versão normal do Taqpep. Isso foi constatado em um estudo conduzido por Eduardo Eizirik, professor de genética da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
Para fazer essa verificação, Eizirik conduziu com seus colegas um experimento em 2010: eles acasalaram um gato doméstico malhado, da raça Mau Egípcio, com um manchado. Eles concluíram que o gato malhado devia ter um gene Taqpep normal, porque alguns de seus descendentes tinham listras. Além disso, levantaram a hipótese de que um ou mais outros genes no gato malhado teriam o mesmo efeito de quebrar as listras que o gene Taqpep normalmente causaria nos felinos.
Dito tudo isso, se você tem um charmoso gatinho com listras ou manchas diferentes pelo corpo, agora você já sabe: a "culpa" provavelmente está nos genes.