Estilo de vida
21/07/2018 às 06:01•3 min de leitura
Podemos não conhecer cada canto do nosso planeta como deveríamos, mas considerando nosso avanço tecnológico atual, a exploração espacial é um caminho natural a se seguir. Esse é um longo trajeto, onde precisaremos desenvolver novas soluções de transporte e vida no espaço, enquanto tentamos conhecer melhor os corpos celestes que estão ao nosso redor.
Uma das melhores formas de se entender as origens do Sistema Solar é observando cometas e asteroides, pois sua formação ocorreu junto dele, há aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Quando os comparamos com planetas, são relativamente pequenos, mas sua composição pode ajudar a entender melhor como tudo se formou.
Muito se fala, mas algumas pessoas desconhecem fatos bem interessantes sobre cometas e asteroides. Veja abaixo 5 curiosidades sobre esses corpos celestes, que são parte fundamental da nossa realidade.
Cometas se formaram em regiões mais distantes do Sol, e isso se reflete em sua composição, que é basicamente de gelo. Essa característica fez deles verdadeiras cápsulas do tempo, com registros de matéria intacta da origem do nosso sistema planetário. Atualmente, eles se concentram nos limites do Sistema Solar, no Cinturão de Kuiper e na Nuvem de Oort, além da órbita de Netuno.
Apesar de possuírem idade semelhante, os asteroides surgiram em uma área mais conturbada, dentro dos limites atuais do Sistema Solar. De modo geral, sua formação pode ser considerada como a de um planeta que não conseguiu acumular material suficiente para que orbitasse o Sol de maneira regular. A maioria deles está em uma região conhecida como cinturão de asteroides, que se localiza entre Marte e Júpiter.
Ocasionalmente, alguns deles têm sua órbita desviada, por influência da gravidade de Júpiter, e acabam sendo lançados em direção aos planetas mais próximos do Sol — e a Terra está nessa lista. Ambos liberam poeira cósmica e podem nos proporcionar uma visão incrível quando passam perto o suficiente.
O estudo desses corpos a partir da Terra é complicado, pois quase sempre estão longe, são pequenos e escuros, dificultando a visualização. Aproximadamente 20 missões foram enviadas ao espaço com o objetivo de estudá-los; duas trouxeram amostras na volta, uma de um cometa e outra de um asteroide.
Não é uma grande quantidade de material, mas certamente é melhor do que nada. Por sorte, essa dimensão não importa, tanto que a poeira deixada pelo rastro dos corpos celestes também pode ser coletada e estudada.
Recentemente, a ESA Rosetta se tornou a primeira sonda a pousar em um cometa. O feito aconteceu em 2014, quando o Philae se desconectou do módulo principal e aterrissou no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (67P/C-G). A missão durou 10 anos, tempo em que a sonda percorreu um longo caminho para ganhar velocidade e se posicionar de forma precisa ao lado de seu objeto de estudo.
Uma das descobertas mais relevantes feitas pela sonda ESA Rosetta foi a de um aminoácido na superfície do cometa, chamado glicina. Apesar de o composto já ter sido detectado em outras amostras de cometas, sempre se questionou uma possível contaminação do material antes da análise.
Ao detectar glicina diretamente na superfície do 67P/G-C, comprovou-se que eles possuem o potencial de carregar moléculas orgânicas, que são essenciais para a formação de vida, tanto na Terra quanto em qualquer outro lugar do Universo.
Não sabemos como os seres vivos se originaram na Terra, mas uma das possibilidades é que materiais como esse tenham sido trazidos por cometas. Da mesma forma que caíram por aqui, podem ter sido levados a qualquer planeta, talvez originando a vida que tanto procuramos fora da Terra.
A importância de cometas e asteroides é indiscutível, mas entender exatamente a sua formação também possui outros motivos. Da mesma forma que um impacto de grandes proporções atingiu a Terra há mais de 60 milhões de anos, causando danos significativos, o mesmo poderia ocorrer em um futuro próximo. Felizmente, não existem previsões do tipo, mas quando algo do gênero for detectado, será necessário o máximo de conhecimento para tentar evitar nossa extinção.
Os dinossauros não tinham essa capacidade, mas considerando nosso nível tecnológico atual, podemos pelo menos nos precaver e tentar organizar uma preparação em um evento do tipo. Além disso, alguns corpos podem conter metais preciosos, sem falar na água em formato sólido. Considerando uma condição de colonização de outros planetas, esses recursos podem se tornar essenciais para o sucesso da empreitada.
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