Artes/cultura
16/09/2019 às 17:00•2 min de leitura
Enquanto na América a NASA abre a Estação Espacial Internacional (ISS) para os negócios, como uma maneira de passá-la adiante e gastar seu orçamento na exploração lunar, a Ásia é palco da corrida para ver quem primeiro reconquista a Lua, com China e Índia à frente – a primeira vencendo, até agora, com larga margem.
Foi da China o mérito de pousar na Lua em 2013: a sonda Chang’e 3 tocou o solo 38 anos depois da sonda soviética Luna-24. A sonda Chang’e 4, em janeiro de 2019, pousou no lado escuro da Lua. Além de enviar imagens, descobriu uma substância semelhante a um gel.
A próxima fase deve acontecer até 2020, com a alunissagem da sonda Chang'e 5 para a coleta de solo lunar, retornando à Terra com dois quilos de amostras. Se bem-sucedida, a missão dará impulso para o envio de uma nave tripulada entre 2025 e 2030.
Ainda durante a Guerra Fria, a Índia começou a estruturar seu programa espacial (sua agência espacial data de 1969), depois de quase duas décadas concentrando esforços em seu programa nuclear. O mundo começou a prestar atenção à Organização de Pesquisa Espacial da Índia (ISRO, sua agência espacial) em 2008, quando sua primeira missão lunar, a Chandrayaan-1, contribuiu para a descoberta de água na Lua. Em 2014, a Missão Mars Orbiter fez da Índia o quarto país a enviar uma missão ao planeta vermelho, além de EUA, Rússia e Agência Espacial Europeia. Este ano, a missão Chandrayann-2 pousaria um módulo com um rover no polo sul da Lua. A 335 metros da superfície, a ISRO perdeu contato com ele.
Os olhos estão voltados para o espaço mas as duas crescentes potências econômicas lutam pela proeminência da Ásia. Os testes nucleares chineses em 1964 impulsionaram o programa nuclear indiano; quando a China expandiu seu programa espacial, a Índia fez o mesmo.
O espaço sobre a Ásia, porém, não é um lugar pacífico. Após o teste antissatélite da China em 2008, a Índia passou a desenvolver suas próprias armas espaciais: em março deste ano, um míssil lançado do solo destruiu um de seus próprios satélites em baixa órbita terrestre, numa mensagem clara ao vizinho e a quem mais quisesse ouvir: “Protegemos nossos satélites e destruímos os que nos ameaçam, principalmente os chineses.”