Artes/cultura
03/10/2019 às 17:00•2 min de leitura
Baobás são árvores históricas na África; e as poucas que restaram ao longo dos anos ostentam de 1,1 mil a 2,5 mil anos de vida. Segundo dados, 9 das 13 maiores e mais antigas dessa espécie foram perdidas na última década, e o vilão, cientistas afirmam, é a mudança climática.
No entanto, elas não são as únicas vítimas do aquecimento global: florestas de pinheiros Ponderosa e Pinyon, localizadas no oeste americano, estão morrendo a uma taxa crescente. As conhecidas Ohi'a, originárias do Havaí, também estão desaparecendo.
Além de seu tempo de vida e altura marcantes, os baobás ainda oferecem mais de 300 usos. As folhas, ricas em ferro, podem ser cozidas e ingeridas, e os grãos podem ser tostados e utilizados como substitutos do café ou transformados em óleo de cozinha e até cosméticos.
A polpa das frutas tem seis vezes mais vitamina C do que as laranjas, sendo uma matéria-prima importante na fabricação de suplementos. Em geral, o fruto também é transformado em geleia, suco e até em cerveja, pela fermentação. Mudas jovens têm raiz semelhante à das cenouras e podem ser igualmente ingeridas. Sem contar suas flores, que também são comestíveis.
Como se isso tudo não bastasse, suas raízes podem ser usadas na fabricação de corantes vermelhos e sua casca, na confecção de cordas e cestos.
Os baobás têm, em geral, diversas propriedades medicinais, e seu tronco oco pode ser aproveitado para armazenar água. Como a espécie é conhecida pelo seu tamanho, vale ressaltar que faz muita sombra, fator que favorece a criação de mercados em diversas aldeias, que se instalam à sombra das árvores.
Os baobás são úteis não apenas para os seres humanos, mas principalmente para o ecossistema das savanas da África. É importante ressaltar que as árvores mantêm o solo úmido, favorecem a reciclagem de nutrientes e evitam a erosão. Elas também atuam como uma importante fonte de alimento, água e abrigo para uma grande variedade de animais, incluindo pássaros, lagartos, macacos e até elefantes, que comem sua casca para se hidratar quando não há água por perto.
A morte dessas árvores tem preocupado os especialistas, porque, além de estarem muito presentes na economia de algumas comunidades, são uma peça-chave para determinados ecossistemas e diversos animais, que sem ela podem enfrentar sérias dificuldades para sobreviver às secas africanas.