Artes/cultura
21/07/2023 às 09:00•2 min de leitura
Um asteroide com 60 m de diâmetro passou “raspando” a Terra no último dia 13 de julho, chegando a um quarto da distância entre o planeta e a Lua. Mesmo se aproximando tanto, a rocha espacial só foi detectada dois dias depois, conforme relata o Live Science.
Com tamanho equivalente a um prédio de 20 andares, o objeto celeste batizado de 2023 NT1 viajava a uma velocidade estimada em 86.000 km/h, segundo dados da NASA. Em seu ponto máximo de aproximação, ele chegou a menos de 100 mil quilômetros de distância da Terra.
Embora tenha sido um dos asteroides de maior porte a se aproximar do planeta nos últimos meses, o visitante espacial só foi percebido no dia 15. Na ocasião, um telescópio instalado na África do Sul, que integra o Sistema de Alerta de Impacto Terrestre de Asteroides (ATLAS), o detectou já se afastando.
Newly-discovered #asteroid 2023 NT1 passed about 1/4 the Moon's distance on July 13, but wasn't discovered until July 15, as it approached Earth in the daytime sky. It may be as large as 60 meters across, possibly larger than the asteroid that caused Meteor Crater in Arizona. pic.twitter.com/VLXB4ChTMJ
— Tony Dunn (@tony873004) July 16, 2023
Pouco tempo depois, outros equipamentos da rede responsável por localizar objetos espaciais potencialmente perigosos também rastrearam o 2023 NT1. A principal explicação para a “invisibilidade” do asteroide é que ele teria sido ofuscado pela luz do Sol, dificultando a sua detecção.
Em caso de colisão com a Terra, um objeto do tamanho do asteroide 2023 NT1 poderia trazer problemas, principalmente nas proximidades do local da queda, mesmo não sendo tão grande. Os riscos seriam maiores se o impacto ocorresse em áreas habitadas.
Cerca de três vezes menor do que ele, a rocha espacial que explodiu sobre a cidade de Chelyabinsk, na Rússia, em 2013, deixou uma onda de choque que causou danos a diversos edifícios, quebrando vidros a quilômetros de distância. Não houve mortes, mas em torno de 1.500 pessoas ficaram feridas.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
O meteoro envolvido na explosão tinha 18 m de comprimento e também não foi detectado pela rede de telescópios, como este recente. E a motivação foi a mesma, ou seja, a ofuscação causada pela luz solar refletida, dificultando rastreá-lo.
De acordo com cálculos feitos pelos astrônomos, o 2023 NT1 deve voltar a se aproximar da Terra daqui a alguns anos. A estimativa é de que ele passe novamente na vizinhança espacial por volta de 2044, mas provavelmente não tão perto quanto neste mês de julho.
Tentando reduzir o “ponto-cego” que faz muitas rochas espaciais se aproximarem do planeta sem serem percebidas, a Agência Espacial Europeia (ESA) está preparando o lançamento da missão NEOMIR, cujo objetivo é colocar um satélite na região entre o Sol e a Terra, vigiando a passagem dos objetos. Ela deve ser iniciada em 2030.
Atualmente, são monitorados mais de 30 mil objetos próximos ao planeta. Se alguma anormalidade for detectada, é possível tomar medidas como evacuar a região do impacto e emitir alertas de tsunami, entre outras, dependendo da região estimada da queda e da antecedência da descoberta.