Ciência
08/05/2024 às 14:00•3 min de leituraAtualizado em 08/05/2024 às 14:00
De tempos em tempos, os arqueólogos encontram algumas relíquias notáveis que elucidam algum aspecto da história da humanidade. São achados tão surpreendentes que conseguem explicitar quando surgiram e como foram usadas.
Contudo, há vezes em que os pesquisadores passam anos estudando algum artefato sem nunca chegar a uma conclusão sobre a sua história, ou então simplesmente não conseguem decifrar como e para que ele foi feito, gerando um enigma que deixa muita gente com a pulga atrás da orelha por séculos.
O fogo grego era uma arma incendiária usada pela marinha bizantina. Os bizantinos o utilizavam durante as batalhas navais, gerando um fogo que seguia queimando mesmo quando era lançado sobre as águas.
Acredita-se que esse fogo grego tenha sido gerado com uma mistura de petróleo, enxofre ou pólvora – ou apenas um deles de forma isolada. O mais provável é que tenha sido feito de petróleo, já que a pólvora só ficou disponível na Ásia Menor no século XIV e o enxofre não era destrutivo.
Em todos esses anos, ninguém conseguiu recriar a química nem a bomba de pressão que era usada pelos bizantinos para lançar o fogo. Em um artigo, o historiador britânico John Haldon afirma que os pesquisadores lutam até hoje para entender o funcionamento dessa bomba tão precisa que conseguia impulsionar o fogo a centenas de metros de distância.
Criadas durante o século IX, as espadas de aço de Damasco têm origem no Oriente Médio e impressionavam pela sua qualidade e durabilidade: eram muito mais afiadas que as espadas ocidentais usadas durante as Cruzadas.
Seu nome remete à capital da Síria, mas também ao fato de que o termo deriva do árabe para "água", o que direciona ao padrão ondulado que adorna a sua superfície. O padrão foi criado com pequenos lingotes de aço sérico, provenientes da Índia, Sri Lanka ou Irã.
Ninguém nunca conseguiu refazer o aço de Damasco, pois o aço sérico não existe mais. Na década de 1960, entretanto, pesquisadores tentaram recriar a técnica de forja, mas não chegaram no resultado ideal até hoje.
O pássaro de Sacara foi descoberto no Egito durante uma escavação de 1898 realizada na tumba Pa-di-Imen. É um objeto em forma de pássaro feito de madeira de sicômoro, com envergadura de 18 centímetros. Acredita-se que ele tenha sido feito em torno do ano 200 a.C.
Não se sabe exatamente onde e como a ave foi encontrada, nem para que ela servia. Especula-se que ela poderia ser usada como um brinquedo de aviãozinho, e que os egípcios talvez já conhecessem os princípios da aviação. O pesquisador egípcio Khalil Messiha chegou a sugerir que os antigos egípcios podem ter desenvolvido a primeira aeronave, mas não há muitas evidências para assegurar isso.
O mapa de Piri Reis é um mapa-múndi que foi construído em 1513 pelo almirante e cartógrafo otomano Piri Reis. Ele foi descoberto em 1929 por um grupo de historiadores e chamou muita atenção, já que ele inclui uma cópia parcial de um mapa perdido de Cristóvão Colombo.
Ele foi registrado na pele de uma gazela. Piri Reis retratou a Europa, o Norte de África, a costa do Brasil, várias ilhas, como de Açores, Ilhas Canárias e a ilha de Antilia, o Japão e até a Antártica.
E é aqui que está o mistério: o mapa já retrata a Antártica, que se pensava ter sido descoberta mais de 300 anos depois. Além disso, ele mostra a topografia deste continente sem estar coberta de gelo e com grande riqueza de detalhes. Isso gera muitas indagações, porque não se sabe ao certo como o almirante turco conseguiu abordar tão bem um local que esteve coberto de gelo durante 6 mil anos.