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22/10/2024 às 03:00•2 min de leituraAtualizado em 22/10/2024 às 03:00
Prepare-se para uma surpresa das profundezas: cientistas descobriram que vermes gigantes estão se reproduzindo debaixo do solo marinho, em fendas hidrotermais no Pacífico, pertinho das Ilhas Galápagos. Até agora, ninguém imaginava que esses bichões poderiam viver por lá – só se falava em micróbios e vírus habitando aquele ambiente apertado e inóspito. Mas uma expedição do Instituto Schmidt Ocean no ano passado revelou que vermes tubulares gigantes também decidiram chamar o lugar de "casa".
Publicado no dia 15 de outubro na revista Nature Communications, o estudo marca a primeira vez que se encontrou animais em cavernas rasas cheias de fluidos, bem no meio do subsolo das fontes hidrotermais. Antes, a vida animal não era nem cogitada por ali, e o terreno era dominado apenas por pequenos organismos microscópicos. Agora, fica claro que o fundo do mar esconde muito mais do que a gente imaginava.
Nos esconderijos encontrados, os vermes pareciam estar competindo para ver quem crescia mais. Uma espécie chamada Oasisia alvinae chegou a 20 centímetros de comprimento, enquanto outra, a Riftia pachyptila, ultrapassava os 50 centímetros. Eles foram vistos debaixo de grandes placas de lava solidificada, ao longo do East Pacific Rise, um lugar onde várias placas tectônicas se encontram, ali perto da América do Sul.
Os pesquisadores, na verdade, estavam em busca das larvas desses vermes e de outros bichos que vivem nas fontes hidrotermais. A ideia era entender como esses filhotes se espalham por essas regiões extremas, como as fontes que esguicham água fervente e rica em minerais — formando um cenário típico de filme de ficção científica.
Como essas criaturas colonizam tão rápido esses locais ainda era um mistério. Os cientistas sempre achavam que as larvas viajavam na água por meio das correntes oceânicas, mas ninguém nunca conseguiu flagrá-las por lá. Então, restava um plano B: talvez elas estivessem entrando nas fendas no fundo do oceano e viajando pelo subsolo antes de aparecerem nas fontes.
Para explorar essa ideia, a equipe mandou um robô submarino para investigar uma área a 2.515 metros de profundidade. O robô perfurou o solo e levantou algumas pedras, revelando bolsões cheios de água fervente. Para a surpresa de todos, os locais estavam cheios de vermes tubulares.
Em uma dessas cavernas, encontraram vermes machos com testículos cheios de esperma e fêmeas com gônadas cheias de ovos. Ou seja, parece que a festa da reprodução rola mesmo nas profundezas. Algumas rachaduras que ligavam essas cavernas à superfície também estavam repletas desses vermes, dando pistas de que as larvas podem, sim, estar se espalhando pelo subsolo.
Quem diria que, entre rachaduras e lava solidificada, haveria um habitat completo onde vermes gigantes fazem do subsolo seu próprio lar doce lar? No futuro, os cientistas pretendem continuar analisando esses curiosos habitats para entender um pouco mais sobre a vida dessas bizarras criaturas.