É o fim do mundo: cookies podem viciar mais que cocaína

23/12/2016 às 11:002 min de leitura

Atenção! Você que gosta muito de comer aquelas bolachas recheadas, biscoitinhos crocantes cobertos de chocolate e, principalmente, os famosos (e deliciosos) cookies... É melhor nem começar com a enrolação e já entrar diretamente no assunto: “bolachas recheadas podem ser mais viciantes do que cocaína”!

Isso mesmo. O Huffington Post publicou uma matéria, afirmando que estudos realizados por pesquisadores do Connecticut College mostraram que ratoeiras especiais, preenchidas com os biscoitos Oreo, obtiveram os mesmos resultados em cobaias que outras repletas de morfina e cocaína.

Durante o estudo, os cientistas monitoraram a atividade cerebral dos ratinhos, a fim de medir a presença de uma proteína chamada “c-Fos”, cuja função é marcar a ativação das áreas do cérebro responsáveis pelo prazer. Com isso, foi possível constatar que a bolacha Oreo ativou um número significativamente maior de neurônios do que as drogas. “Essa correlação entre o comportamento dos animais e os resultados de nossas medições fornece suporte para a hipótese de que alimentos demasiadamente ricos em açúcar ou em gordura podem causar dependência”, afirma o professor Joseph Schroeder.

Notícia alarmante?

Keith Humphreys, professor da ala de psiquiatria e das ciências comportamentais da Universidade de Stanford (EUA), afirmou que não está muito convencido quanto aos resultados obtidos pela pesquisa. Segundo o cátedra, a pedra fundamental que move a qualidade das descobertas feitas pela ciência está na comprovação dos resultados pela comunidade científica.

Fonte da imagem: Reprodução/Philly 

“Esse trabalho não foi publicado em nenhuma revista científica de credibilidade, não saiu em nenhum journal e tampouco foi apresentada em alguma conferência. Tudo o que eu sei é que algumas pessoas apresentaram um release, mostrando resultados de um determinado estudo, cujos detalhes não foram compartilhados com nenhum colega da comunidade científica. A princípio, é isso que me faz ter dúvidas sobre a conclusão deles”, afirma taxativamente o professor Humphreys.

Além disso, o professor da Stanford também afirmou que há limites muito árduos quando se fala em comparações de alimentos e drogas. “Não há dúvidas de que alimentos e drogas possam produzir reações similares em nosso cérebro”, diz Humphreys, que conclui: “Entretanto, vício é uma característica negativa, que traz implicações como overdose e morte; e isso não pode ser estabelecido como um paralelo entre consumidores de comida e de drogas”.

Enfim, mesmo que a notícia possa não ter passado de um susto, talvez seja hora de cuidar um pouquinho melhor da alimentação.

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