Estilo de vida
18/08/2014 às 07:04•5 min de leitura
Hoje em dia, sabemos mais sobre os dinossauros do que sabíamos há um tempo. Os paleontólogos continuam estudando, procurando e descobrindo uma nova espécie a cada duas semanas, mais ou menos, e construindo de forma mais precisa alguns dinossauros mais conhecidos, como o Tyrannosaurus e o Triceratops.
Porém, apesar de todo esse empenho por parte dos especialistas, os dinossauros ainda apresentam uma série de questões não resolvidas. São muitas perguntas que intrigam a cabeça das pessoas sobre esses animais. Confira agora uma lista com 10 mistérios que continuam a causar perplexidade nos paleontólogos.
Para os paleontólogos a primeira espécie de qualquer linhagem principal é sempre um animal procurado. O problema é que o registro fóssil é composto de trechos da história de vida e não dela completa, de modo que, na verdade, encontrar quadros desde o nascer dos dinossauros depende da sorte tanto quanto da ciência.
Fósseis encontrados na Polônia e esqueletos da Tanzânia são de animais dessas localidades, mas não especialmente de dinossauros. Até agora, esses achados sugerem que os “terríveis lagartos” evoluíram cerca de 245 milhões de anos atrás, e o melhor candidato para o mais antigo dinossauro é um animal magro do tamanho de um cão chamado Nyasasaurus.
Porém, novas pesquisas ainda precisam ser feitas para comprovar que este animal é mesmo a mais antiga espécie da árvore genealógica dos dinossauros.
Durante o auge da pesquisa sobre dinossauros, na década de 70, a questão mais polêmica de todas era se esses animais eram criaturas de sangue quente ou o equivalente a lagartos gigantes de sangue frio. Múltiplas evidências — incluindo sua microestrutura e crescimento ósseo — sugerem que eles eram bichos muito ativos. Logo, teriam sangue quente.
Os paleontólogos sugeriram que, de acordo com a fisiologia dos animais, eles precisavam manter a temperatura do corpo elevada e constante dos grandes herbívoros através da fermentação da vegetação. A última hipótese é de que os dinossauros usavam seus músculos para aquecer seus corpos. Porém, os especialistas continuam a investigar e discutir a questão.
De todos, o título de “maior dinossauro” está entre os mais valorizados. Porém, escolher um vencedor é tarefa complicada. Por exemplo, os saurópodes titânicos evoluíram várias vezes, dependendo dos diferentes lugares nos quais viveram e em diferentes períodos de tempo. Espécies como Supersaurus, Diplodocus, Argentinosaurus, Futalognkosaurus, entre outros, tinham em torno de 100 a 110 metros ou mais.
Mas existe muita divergência entre esses números, porque os maiores dinossauros só são conhecidos a partir de esqueletos parciais, normalmente menos da metade dos ossos para baixo. Isso significa que os paleontólogos precisam confiar nos primos menores dos gigantes para chegar a estimativas de tamanho, e estes números são frequentemente revistos quando os pesquisadores descobrem novos fósseis.
Com tantos dinossauros enormes surgindo, precisamos de fósseis mais completos para a verificação do tamanho definitivo, Tendo em conta quantas vezes os saurópodes evoluíram, juntamente com a quantidade de afloramentos fósseis que ainda estão por serem explorados, o vencedor ainda pode estar à espera da descoberta.
Tudo o que sabemos com certeza é que cada dinossauro começou a sua vida a partir da eclosão de um ovo. Mas como os primeiros dinossauros se acasalaram para dar início a uma nova geração ainda não é clara. Os paleontólogos ainda precisam encontrar rastros reveladores que mostram macho e fêmea se unindo, já que os rituais de acasalamento não se fossilizam.
Até mesmo a anatomia sexual básica dos dinossauros é um mistério. Provavelmente, eles tiveram uma cloaca, um único orifício excretor para a urina e o trato reprodutivo, compartilhados por aves e crocodilos. Também é possível que os dinossauros do sexo masculino apresentassem um órgão semelhante aos de patos e avestruzes. Porém, nunca foi encontrado nenhum traço deste tal órgão.
Muitos de nossos dinossauros preferidos, como Triceratops, Stegosaurus, entre outros, trazem alguns tipos de chifres, pontos, pratos, cristas e outros tipos de adornos paleontológicos. Como esses animais evoluíram para ter essas grandes estruturas bizarras é um dos pontos mais debatidos entre os especialistas.
A primeira ideia que se tem é que esses adornos evoluíram principalmente em função de defesa e regularização da temperatura. Os paleontólogos sugerem que os chifres e picos de dinossauros como Styracossauro foram desenvolvidos para identificar mais facilmente os membros de sua própria espécie.
Outros especialistas discordam e acham que alguns pedaços da “armadura” do dinossauro, assim como crista e chifre, tinham função sexual, como cartazes para impressionar os companheiros. Ambas as funções podem ter tido um papel bastante importante, mas agora os paleontólogos estão debatendo por que alguns dinossauros pareciam tão estranhos com essas partes esquisitas.
Enquanto alguns rastros têm mostrado que dinossauros predadores como velociraptors e tiranossauros sempre caminhavam juntos, isso não quer necessariamente dizer que eles caminhavam lado a lado. Os paleontólogos precisam ainda encontrar algo como um conjunto de pegadas de dinossauros predatórios interceptando o rastro de uma vítima, de preferência com sinais de briga ou até mesmo um esqueleto no final.
Apesar de já terem sido encontradas covas com ossos com vários dinossauros carnívoros, e essas descobertas relatam sobre as mortes e enterros dos animais, mas não são claros os fatos sobre esses animais formarem um grupo social ou um bando que lutava por uma fonte de alimentos.
Um dos tópicos mais comuns em descrição do mundo Mesozóico é que os dinossauros pequenos eram mais ativos durante a noite, quando os animais maiores dormiam. O grande problema é que é muito difícil dizer com certeza quando os dinossauros estavam acordados.
Como hoje em dia é impossível ver o dia a dia dos dinossauros diretamente, temos que confiar na evidência que eles mesmos deixaram para trás. Um estudo pesquisou um conjunto de ossos delicados nos olhos dos animais, chamado anéis de esclera, e verificaram evidências na anatomia do olho que impedia a luz de entrar.
Com base nesses indícios, o estudo sugere que pequenos dinossauros predadores, como Juravenator e Velociraptor, eram mais suscetíveis de serem ativos à noite. Porém, a esclera não é muito confiável para determinar esse tipo de informação.
Algumas espécies de dinossauro, sem dúvida, sabiam voar. Podemos vê-los fazendo isso como andorinhas, gaviões ou outra ave. Mas como é que os dinossauros ganharam essa habilidade excepcional? Os paleontólogos têm considerado que esses bichos levantavam voo de várias maneiras.
Uma das várias hipóteses sugeridas pelos especialistas é que os dinossauros começaram a se debater antes de cair no chão depois de uma corrida atrás de uma presa ou se verem prestes a despencar de uma superfície inclinada, como uma busca para voltar ao ar. Estudos aerodinâmicos sobre dinossauros emplumados estão em vigor para descobrir melhor esse momento e ter maiores detalhes.
Além de espécies relacionadas aos primeiros pássaros, como Anchiornis e Microraptor, foi encontrada uma grande variedade de dinossauros revestidos por material macio, até mesmo tiranossauros enormes, com chifres e cerdas em suas caudas. A ampla disseminação destes revestimentos estranhos sugere que outras linhagens de dinossauros, talvez todas elas, tinham membros macios em sua categoria.
Mas como mostrar um dinossauro com esse revestimento felpudo não é tarefa fácil, pois ainda não se tem evidências dessa característica presente no último ancestral comum ou algo que evoluiu várias vezes. Os paleontólogos ainda têm muito o que descobrir sobre algumas linhagens de dinossauros inesperados que permanecem em mistério.
Ainda temos alguns animais que vêm dos dinossauros, mas todos os seus parentes impressionantes morreram há 66 milhões de anos. Os paleontólogos ainda não sabem o porquê. Sabe-se que um gigantesco asteroide atingiu o planeta naquela época após um período prolongado de mudança ecológica e intensa atividade vulcânica, mas os especialistas não sabem como isso foi o estopim para a extinção em massa de todos os dinossauros.
Sem mencionar que a maior parte do que sabemos sobre a catástrofe vem da América do Norte, e os dinossauros viveram ao redor do mundo inteiro. Os paleontólogos sabem as vítimas e as armas do crime, mas ainda têm muito o que reconstruir para chegar à forma como a mudança ecológica aconteceu.