Artes/cultura
23/07/2015 às 10:29•2 min de leitura
Enquanto os astrônomos profissionais e amadores de todo o mundo ainda estão babando pelas recentes fotos que a sonda New Horizons mandou de Plutão, a NASA divulgou nesta quinta-feira (23) uma notícia que pode ser ainda muito mais interessante!
Trata-se de um planeta que seria o “primo mais velho e um pouco maior do que a Terra”, nas palavras da agência espacial norte-americana. Apelidado de Kepler-452b, ele está na zona que a NASA considera habitável, ou seja, pode concentrar água líquida na superfície e orbita uma estrela G2, semelhante ao nosso Sol.
O Kepler-452b possui um tamanho 60% maior do que o nosso planeta e leva 385 dias para dar uma volta em sua estrela – apenas 20 dias a mais do que a Terra. Sua composição ainda não pôde ser determinada, mas os astrônomos da NASA acreditam que ele seja rochoso, dada as características já mencionadas.
Outros detalhes divulgados são de que o Kepler-452b está apenas 5% mais distante de sua estrela-mãe, a Kepler-452, do que a Terra está da sua. Essa estrela possui a mesma temperatura que o nosso Sol, entretanto é um pouco mais velha, tendo 6 bilhões de anos – 1,5 bilhão a mais. Além disso, seu diâmetro é apenas 10% maior que o do Sol.
“Este resultado emocionante nos coloca um passo mais perto de encontrar uma Terra 2.0”, disse John Grunsfeld, ex-astronauta e atual administrador do diretório de missões científicas do escritório da NASA em Washington (EUA).
Terra 2.0: concepção artística do planeta Kepler-452b
“É inspirador considerar que este planeta está há 6 bilhões de anos na zona habitável de sua estrela – mais do que a Terra. Seria a oportunidade substancial para a vida a surgir, devendo existir todos os ingredientes e as condições necessárias para ela neste planeta”, disse Jon Jenkins, que liderou a pesquisa que descobriu o Kepler-452b.
Por ser mais velho que a Terra, o recém-descoberto planeta poderia estar em um processo evolutivo muito mais avançado. Entretanto, os pesquisadores acreditam que o Kepler-452b possui uma densidade muito maior do que a de nosso planeta, que o protegeria, por exemplo, de ter toda a sua suposta água evaporada. Aliás, ela duraria no planeta por pelo menos mais 500 milhões de anos!
A sonda espacial Kepler, responsável pela descoberta, foi lançada em 2009. Desde então, doze novos candidatos a Terra orbitam a zona habitável de suas estrelas e possuem diâmetro até duas vezes maiores que o nosso planeta. O sistema Kepler-452 está a 1,4 mil anos-luz de distância da Terra, na Constelação de Cisne (ou Cygnus, como você preferir chamá-la).
“Este é o primeiro passo para a eterna pergunta ‘Estamos sozinhos no Universo?’”, disse John Jenkins, do Instituto SETI, de pesquisa de vida extraterrestre. “Eu e você nunca poderemos viajar até esses planetas, mas quem sabe os filhos dos filhos de nossos filhos possam”, complementou. Apesar de ser muito longe, é interessante pensar em um planeta parecidíssimo com o nosso, não acham?
Gráfico divulgado pela NASA mostra o planeta Kepler-452b muito próximo da Terra. Os pontos azuis são os potenciais planetas em zonas habitáveis, incluindo sua perspectiva de tamanho em relação aos demais astros da imagem.
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