Artes/cultura
04/07/2016 às 06:43•3 min de leitura
Você já deve ter ouvido falar a respeito de algumas iniciativas da NASA com respeito à identificação e monitoramento de asteroides e outras rochas espaciais que podem oferecer risco à vida do nosso planeta, certo? Na verdade, a agência espacial norte-americana conta com um departamento voltado exclusivamente para esse tema, e mantém um time de cientistas vasculhando o cosmos em busca de ameaças.
A ideia é identificar as rochas potencialmente perigosas e estudá-las para determinar parâmetros como tamanho, massa, composição, formato, trajetória, dinâmica de rotação etc. Então, com essas informações em mãos, os pesquisadores da NASA podem prever o tamanho do estrago em caso de uma colisão e qual seria a melhor alternativa para evitar desastres.
A seguir você pode assistir a um vídeo no qual a agência espacial norte-americana explica como seus cientistas trabalham para proteger o nosso planeta em caso de colisão. Você pode ativar as legendas em português no menu do vídeo, mas nós aqui do Mega Curioso incluímos abaixo algumas das informações mais importantes e interessantes:
Como você viu acima, o vídeo começa explicando brevemente que, embora os dinossauros fossem os senhores da Terra há 65 milhões de anos, eles estavam completamente vulneráveis em caso de uma colisão — e, efetivamente, uma das teorias mais aceitas sobre a sua extinção é a de que o choque de um asteroide levou ao seu desaparecimento.
Segundo a NASA, de momento, não existem informações de qualquer objeto de grande porte que esteja em rota de colisão contra o nosso planeta nos próximos 100 anos. Entretanto, isso não significa que não devemos permanecer vigilantes! Afinal, nós não queremos ser pegos de surpresa como os dinossauros, não é mesmo?
Vasculhando os céus
De acordo com o vídeo, existem astrônomos dedicados em vasculhar os céus em busca de vestígios de corpos potencialmente perigosos, e quando um deles é identificado, são emitidos alertas em todo o mundo para que ninguém perca a rocha de vista. Nesse sentido, projetos de pesquisa financiados pela agência espacial já caracterizaram 98% das quase 15 mil rochas celestes que se encontram nas imediações do nosso planeta.
Contudo, os astrônomos estão especialmente interessados em asteroides e cometas cujas órbitas fazem com que esses corpos se aproximem periodicamente a uma distância de pouco menos de 50 milhões de quilômetros da Terra. Por certo, segundo o vídeo, a lista de objetos está crescendo a um ritmo de 1,5 mil novos astros identificados a cada ano.
Além de catalogar os objetos celestes que se aproximam de nós, os pesquisadores também estão preocupados sobre o que pode ser feito no caso de que eles descubram que algum deles está vindo direto em nossa direção. Entre as informações que os cientistas precisam determinar é se esses corpos realmente podem se chocar conosco e quando será o impacto, bem como se existem possibilidades de desviar seu curso ou até de destruí-los.
Caracterização e definição de estratégias para lidar com potenciais ameaças
Esse trabalho de descoberta, monitoramento e definição de estratégias é realizado por uma série de agências governamentais, universidades públicas e privadas e por astrônomos amadores e profissionais espalhados pelo mundo — e a NASA é quem coordena as contribuições desse pessoal todo.
Um exemplo recente dessa cooperação, aconteceu no final do ano passado, quando um corpo celeste foi detectado por um dos programas mantidos pela NASA. A ocorrência foi catalogada com o código WT1190F e, no período de um par de dias, os astrônomos concluíram que provavelmente se tratava de um objeto artificial. Entretanto, os times aproveitaram a oportunidade para exercitar o trabalho em equipe.
Estamos rodeados por lixo espacial, mas o risco pode vir de longe também
Juntos, os cientistas caracterizaram o objeto e previram que ele atingiria a Terra no dia 13 de novembro de 2015, uma sexta-feira. Os pesquisadores inclusive conseguiram calcular a órbita do WT1190F e, a partir dessa informação, definir o horário e local exato onde ele cairia no nosso planeta — o corpo queimou na atmosfera sobre a costa do Sri Lanka. Assista no vídeo a seguir:
Aliás, graças ao monitoramento, foi possível enviar equipes ao local armadas com uma série de equipamentos para registrar e estudar todo o evento. O vídeo ainda cita outras ocasiões nas quais as parcerias permitiram que os cientistas previssem e acompanhassem a chegada de objetos à Terra, como foi o caso da reentrada da sonda espacial Stardust em 2006, de outros tantos equipamentos fora de funcionamento e até de alguns meteoros naturais.
De qualquer forma, os exemplos mencionados no vídeo da NASA servem para ilustrar como os astrônomos encontram, rastreiam e preveem com exatidão quando e onde os objetos que se aproximam do nosso planeta atingirão a superfície. E esse “exercício” será de vital importância no caso de que um asteroide ou cometa venha a tropeçar conosco no futuro.