Artes/cultura
22/08/2014 às 10:35•4 min de leitura
Dias de sol são os preferidos de muita gente, mas temos de admitir que um dia de chuva de vez em quando é muito gostoso, principalmente quando estamos em casa acompanhados de um bom filminho e uma xícara de café.
Ela que pode ser desejada por muitos em regiões secas e não muito querida por lugares que enfrentam enchentes (ou são muito úmidos o ano inteiro), tem várias facetas e curiosidades muito interessantes. Confira abaixo algumas delas:
As nuvens de chuva são geralmente formadas a uma altitude de 1000 a 1200 metros acima do solo. Se um objeto com o mesmo peso e tamanho de uma gota de chuva cair desta altura, ele atingiria uma velocidade de queda livre, chegando à superfície a cerca de 558 km/h, o que provavelmente causaria um grande estrago.
Mas porque as gotas de chuva não machucam as pessoas ou não estragam o local aonde caem? Devido à forma oval de suas gotículas, a força de atrito é aumentada na atmosfera, impedindo que elas ultrapassem uma velocidade limite. Por isso, a velocidade com que elas chegam à superfície não passa de 8 a 10 km/h, não importando de que altura ela caia.
A magnitude do ciclo da água é deslumbrante. Quando milhões de partículas de vapor se unem, elas formam gotículas de umidade. À medida que estas aumentam de tamanho, finalmente tornam-se fortes o suficiente para cair na superfície em forma de precipitação, variando entre chuva, neve, granizo e orvalho.
Estima-se que 16 milhões de toneladas de água, em qualquer uma dessas formas acima, caiam em direção à Terra a cada segundo. Através do processo de evaporação toda essa umidade é puxada de volta para a atmosfera e assim o ciclo continua incessantemente. Com isso, em um dia, a Terra recebe cerca de 306 bilhões de galões de água.
A “chuva de sangue” ou “chuva vermelha” é um fenômeno que acontece em algumas poucas ocasiões, mas que já foi registrada desde os tempos antigos. Por exemplo, Plutarco falou sobre uma chuva sangrenta que caiu após as grandes batalhas com as tribos dos homens de Criso (que ele refere como “germanos”).
Plutarco acreditava que a evaporação do sangue no campo de batalha ficava impregnada no ar, “pintando” as gotas de água comuns na cor vermelho-sangue.
O último registro da famosa chuva vermelha foi na Índia, no estado de Kerala, em 2001. O evento foi especialmente impressionante pelo tempo de duração, caindo na região durante cerca de dois meses. Uma das suposições é a presença de poeira vermelha nas nuvens, que pode ter sido suspensa a partir do deserto do Saara, porém, pela duração do fenômeno na Índia, dispensaram essa hipótese.
Uma versão considerada um pouco controversa do físico indiano Godfrey Louis supõe que as partículas vermelhas na chuva estejam relacionadas com alienígenas e uma explosão de um meteoro na atmosfera superior sobre o estado de Kerala em 25 de julho de 2001, pouco antes da primeira chuva de sangue. Godfrey analisou amostras da água da chuva e verificou que elas continham células do tipo das hemácias humanas, revelando que elas teriam uma forma de vida, mas não sabe de onde vieram.
No entanto, tempos depois a teoria de Godfrey foi desbancada, pois as partículas que causaram a cor vermelha da chuva em Kerala eram "morfologicamente semelhantes" a algas e esporos de fungos do tipo Trentepohlia.
Mas não é só o vermelho que pode colorir uma chuva. Já foram registradas chuvas negras (devido às cinzas vulcânicas), brancas ou leitosas (devido à suspensão de calcário branco: giz) ou até amarelas ou verdes, devido a um excesso de pólen no ar.
Pode parecer coisa de filme, mas você sabia que já foram relatadas ao longo da história “chuva de animais”, como peixes e sapos? Uma hipótese para explicar esse fenômeno é que os ventos fortes ou tornados que viajam sobre as águas às vezes capturam criaturas como peixes ou rãs e as carregam por vários quilômetros.
Segundo relatos, às vezes, os animais sobrevivem à queda, sugerindo que eles são descartados logo após a “captura” dos ventos. Várias testemunhas de “chuvas de sapos” descrevem os animais como assustados, apesar de saudáveis, apresentando um comportamento relativamente normal logo após o evento.
Mais recentemente, uma explicação científica para o fenômeno também tem sido relacionada às chamadas trombas d’água. No entanto, esses fenômenos são muito limitados em se tratando da capacidade de levantar objetos no ar, conseguindo apenas esse feito com gotas de água e detritos da superfície (como terra e folhas) que são rapidamente descartados ao longo de trajetórias balísticas.
No distrito de Yoro, em Honduras, a chuva de peixes atinge a região em uma época de fartura de pesca, entre os meses de maio e julho. Durante esse período, muitos vendavais e tempestades fortes, que podem durar horas, acontecem. Quando algumas dessas chuvas acabam, muitos peixes vivos são encontrados no chão e os moradores pegam para cozinhar.
Este é um fenômeno único, que acontece todos os anos no mesmo local, mas os cientistas ainda não conseguiram encontrar uma explicação. Alguns argumentam que a principal razão são os furacões frequentes, que levantam os peixes do Oceano Atlântico e os levam para a terra mais próxima. Porém, em geral, o mistério das chuvas de peixes e sapos ainda não foi solucionado claramente.
A maioria das pessoas percebe um cheiro característico no ar depois de chover. Um dos mais agradáveis aromas de chuva, aquele que frequentemente notamos no campo, é realmente causado por bactérias. Elas são do tipo Actinomicetos, filamentosas, que crescem no solo quando as condições climáticas estão úmidas e quentes.
Quando o solo seca, a bactéria produz esporos. Com a força e a água, a chuva solta estes minúsculos esporos no ar, onde a umidade age como um “spray”, carregando essas partículas e as espalhando no ar. Estes esporos liberam vapores de óleos com um cheiro de terra distinto, por isso, é associado com a precipitação.
A bactéria é extremamente comum e pode ser encontrada em áreas em todo o mundo, representando a universalidade deste delicado cheiro de chuva. O cheiro fica ainda mais forte quando a chuva vem depois de um longo período de seca.
Outro tipo de odor é causado pela acidez da chuva. Devido às substâncias químicas na atmosfera, a água da chuva tende a ser um pouco ácida, especialmente em ambientes urbanos. Quando ela entra em contato com resíduos orgânicos ou produtos químicos no solo, pode causar algumas reações particularmente aromáticas.
Outro cheiro pós-chuva vem de óleos voláteis que as plantas e as árvores liberam e que podem se fixar também em rochas. A chuva reage com o óleo e o carrega como um gás através do ar. Este perfume é como os esporos das bactérias, que a maioria das pessoas considera como um odor agradável e fresco.