Ciência
25/05/2016 às 04:02•4 min de leitura
Atire a primeira pedra quem nunca ouviu da mãe ou da avó a frase “Coloca a blusa para não pegar friagem” ou então “Põe uma meia nesse pé descalço”. Você com certeza já obedeceu muitas vezes e agora cuida do seu filho com as mesmas lições aprendidas todas as vezes que a temperatura dos termômetros diminui.
O que você não sabia é a exposição das crianças às baixas temperaturas não está diretamente relacionada a doenças. Se fosse assim, como explicar as crianças que vivem saudáveis nos lugares mais gelados do planeta, como as suecas ou as esquimós? O que deixa os pequenos doentes é o contato com vírus e bactérias que se proliferam facilmente no clima frio e seco principalmente em ambientes fechados.
O período de inverno implica no aumento da incidência de doenças respiratórias e infecções nas crianças, pois o mecanismo de defesa do corpo ainda está em fase de desenvolvimento e não conta com anticorpos em número suficiente para combater os invasores. Os casos são comuns, especialmente quando acontece uma queda brusca de temperatura, mas podem ser contornados sem preocupação, pois todos os pais passam por isso.
A seguir, saiba quais são as doenças comuns no frio que podem ser as vilãs do inverno dos seus filhos:
As duas doenças lideram o ranking de incidência na infância. Segundo especialistas, é comum que as crianças tenham entre 8 e 12 casos dessas enfermidades durante o ano. É praticamente uma ocorrência por mês!
A diferença entre a gripe e o resfriado é que a primeira é mais grave, causada pelo vírus Influenza, que possui a capacidade de mudar suas características biológicas, dificultando o combate do organismo. Já o resfriado pode ser causado por diversos tipos de vírus. Os sintomas são parecidos, mas cuidado, pois a gripe é muito mais intensa e persistente. Entre eles, estão a tosse, a dor de garganta e a secreção nasal.
Nos dois casos também pode haver febre, mas se estiver alta e acompanhada de fraqueza e calafrios, é provável que seja gripe e seu filho vai precisar de medicação adequada. No caso de um resfriado, o médico pode receitar remédios que aliviam os sintomas, mas o corpo humano é capaz de enfrentar sozinho esse incômodo.
Segundo estatísticas do International Study of Asthma and Allergies in Childhood, o número de crianças alérgicas tem aumentado. A asma e a rinite são as mais comuns, e, além dos fatores ambientais como poluição e ingestão de agrotóxicos, a genética é responsável pela doença, já que filhos de pais alérgicos têm 50% de chances de também desenvolver alergias.
Enquanto a asma é uma inflamação das vias respiratórias, a rinite é a inflamação da mucosa nasal em reação ao contato com o fator que provoca a alergia. Entre os sintomas, estão o entupimento do nariz e espirros no caso da rinite e falta de ar, tosse e pressão no peito para a asma. Ambas as doenças podem se agravar nas crianças que estão gripadas ou resfriadas e não têm cura, por isso, é necessário tratamento constante para que seu filho não desenvolva um quadro preocupante na estação.
De 0 a 3 anos, é comum que as crianças enfrentem a doença, pois, de acordo com estudos, 60% dos casos de resfriado em bebês de 6 a 12 meses podem se transformar na otite média, infecção que ocorre no ouvido.
Nas crianças que ainda não sabem falar, é difícil perceber os sintomas, que são internos, mas a mudança de comportamento pode ser um indício de que algo não vai bem. Alimentar-se e deitar para dormir podem ser movimentos dolorosos devido a pressão que o pus faz no ouvido. Além disso, é preciso ficar atento aos ouvidos das crianças: mau cheiro, sensação de ouvido tampado e dificuldade auditiva com ou sem febre podem ser sinais de uma infecção. O tratamento é feito com antibióticos e métodos caseiros, usando a boa e velha bolsa de água quente para aliviar o desconforto.
É a mais grave de todas as doenças que surgem no inverno, e, se não for devidamente tratada, pode ser fatal. De acordo com o Ministério da Saúde, os casos letais diminuíram nos últimos anos. Já existe vacina para a prevenção da doença para as crianças, ação que ajuda a erradicar a meningite.
Diversos micro-organismos podem inflamar as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, mas sua forma mais perigosa é a bacteriana, principalmente a bactéria meningococo, disseminada pelas vias respiratórias. Os sintomas podem ser confundidos com uma gripe, com febre alta, fraqueza e dor de cabeça. Entretanto, o paciente apresenta também vômito, rigidez na nuca e alterações no sistema nervoso central. A doença é confirmada com uma punção lombar e precisa ser rapidamente tratada com antibióticos para evitar sequelas.
As dicas para prevenir enfermidades enquanto as temperaturas não sobem são simples, bem parecidas com as de antigamente. Se você começar a adotá-las desde já, as crianças poderão se manter saudáveis durante todo o período de inverno.
Em ambientes fechados, os micro-organismos nocivos têm mais chances para se desenvolver e encontrar seu alvo. Por isso, mesmo com frio e vento, é preciso deixar o ar entrar em casa e caprichar na limpeza, com troca de lençóis frequentes.
A possibilidade de haver uma pessoa doente em um grande grupo de pessoas é alta e, se o local for fechado, a disseminação é certa! Até mesmo a escola pode ser um perigo para o seu filho, pois os pais costumam enviar mesmo as crianças resfriadas para a aula.
Sobre a importância de lavar as mãos, as avós estavam certas! Manter as mãos limpas evita que a criança fique exposta ou exponha outras pessoas aos micro-organismos que podem causar doenças. Lembrando também de manter os brinquedos infantis limpinhos para o pequeno brincar sem ter maiores problemas. Portanto, leve sempre na bolsa de bebê o seu álcool em gel para facilitar a limpeza da mãozinha do pequeno em qualquer situação.
Se você ainda estiver amamentando, continue, pois o bebê fica com o sistema imunológico cada vez mais fortalecido. Agora, se o seu filho já está se ingerindo comidas sólidas, oferecer alimentos frescos que contêm vitaminas e antioxidantes é uma ótima opção, além de muita água para hidratação.
As vacinas são seguras e distribuídas gratuitamente nos postos de saúde, prevenindo diversas doenças típicas do inverno, como a gripe e a meningite.
Via assessoria