Ciência
20/02/2013 às 12:48•1 min de leitura
Nos últimos 25 anos, cientistas da universidade Rutgers e do MIT vinham acompanhando um comportamento bastante inusitado ao realizar testes com um composto de urânio. Ao esfriar o URu2Si2 a uma temperatura próxima do zero absoluto — -261 ºC, para ser mais preciso —, as moléculas do sistema parecem se ordenar e deixam escapar uma onda de calor que os pesquisadores não conseguiam explicar de onde vinha.
Agora, os professores Piers Coleman e Premala Chandra, junto com a pós-doutoranda Rebecca Flint, publicaram um artigo na revista Nature de 30 de janeiro em que atestam que esse comportamento se deve ao fato de o material estar passando por uma fase de transição, assim como a água também passa por uma fase dessas ao se congelar. Entretanto, no caso do composto, essa mudança se dá em nível quântico e reflete uma propriedade da matéria que era, até então, desconhecida.
Mas por que essa descoberta pode ser relevante? Bom, além do fato de ser um conhecimento inédito, ou seja, um comportamento da matéria que desconhecíamos, esse tipo de descoberta pode levar ao desenvolvimento de tecnologias bastante inovadoras.
Foi ao descobrir novas propriedades da matéria, por exemplo, que surgiram os displays de cristal líquido, equipamentos médicos de imagem e o mais famosos desses inventos, o trem MagLev, que usa o magnetismo para se locomover a velocidades maiores do que 500 km/h.
Por enquanto, só nos resta aguardar para ver o que essa novidade pode nos proporcionar. De acordo com o professor da Universidade Rutgers, Piers Coleman, a humanidade levou 200 anos para entender a mecânica clássica e o significado de energia. Enquanto isso, a mecânica quântica possui apenas 100 anos e algumas das ideias acerca dela estão apenas começando a ser descobertas.