Artes/cultura
25/09/2018 às 02:00•3 min de leitura
Quando a Grã-Bretanha declarou guerra à Alemanha, em 4 de setembro de 1939, algo muito bizarro acontecia a milhares de quilômetros dali. Ao sul do Forte Nepean, perto de Melbourne, na Austrália, um navio se aproximou sem querer se identificar. O pessoal do forte ficou com medo de que a embarcação fosse alemã e resolveu dar um tiro de advertência em sua proa.
Mais tarde, descobriu-se que era um navio da própria Austrália, mas isso não impediu de este ser considerado o primeiro tiro dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial. O país acabou perdendo 27 mil soldados nos anos que se seguiram. Coincidentemente, o mesmo local deu o primeiro disparo da Primeira Guerra Mundial!
Quando o conflito começou, o Canadá era um país sem muita expressão militar. Com uma população de 11 milhões de pessoas, eles tinham apenas 235 pilotos de avião e só 15 navios de guerra. Isso mudou quando a Alemanha invadiu a Polônia, já que o país resolveu investir mais de US$ 20 milhões para construir seu arsenal.
Foram treinados mais de 50 mil pilotos e construídos 16 mil aviões. Na Marinha, mais de 470 novos navios ficaram prontos. Ao todo, o Canadá enviou mais de 730 mil homens para a batalha e terminou a Segunda Guerra Mundial como a terceira maior frota naval do planeta.
Quando a Índia entrou na Guerra, seus habitantes foram chamados para lutar – e eles aderiram em peso! Nada menos que 2,5 milhões de homens se prontificaram para a batalha, mas muitos foram trabalhar em fábricas ou nas defesas do país.
Mesmo assim, o reforço indiano foi bastante decisivo para os rumos da guerra. A recuperação de Myanmar pelo XIV Exército, formado por britânicos, indianos e africanos, foi considerada o ponto de virada dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. No final, 30 soldados da Índia ganharam a Victoria Cross, a mais alta condecoração de honra dada pela Grã-Bretanha.
Muita gente pensa que a Suíça não quis se meter no conflito, mas não foi bem assim... Na verdade, ela não queria treta no seu território, tanto que defendeu seu espaço aéreo e chegou a derrubar 11 aviões da Alemanha que estavam a caminho da França. Isso deixou os alemães enfurecidos, exigindo um pedindo de desculpas e ameaçando retaliação.
A Suíça jogou a culpa de volta para a Alemanha, dizendo que eles não deveriam ter sobrevoado seu território. Mais tarde, foi a vez de os Estados Unidos acertarem a Suíça, supostamente por acidente, já que o alvo seria a Alemanha. Cerca de 100 pessoas morreram nessa ocasião, e os EUA pagaram US$ 14 milhões pelos danos cometidos.
Cerca de 100 mil quenianos se inscreveram para defender o país durante a Segunda Guerra Mundial. Eles eram a maior parte do exército africano da Grã-Bretanha, mas eram pouco reconhecidos. Por serem negros, recebiam menos do que os soldados brancos e nunca atingiam patentes mais elevadas no exército.
Esse racismo os ajudou de uma maneira curiosa: para assustar soldados japoneses, em uma batalha, conta-se que os quenianos fingiram ser canibais! De fato, os exércitos do Quênia defenderam o país contra a invasão da Itália e desempenharam papel fundamental nas disputas que ocorreram em solo africano, principalmente em Madagascar e Myanmar.
Para a história, o britânico Alan Turing foi o primeiro a decifrar o intrincado código dos alemães, em 1942. Três anos antes, porém, o polonês Marian Rejewski já havia descoberto como decodificar as mensagens da Alemanha, mas foi pego pelos inimigos.
Rejewski acabou preso, e os alemães intensificaram a criptografar suas mensagens, deixando-as ainda mais complexas. Foi só aí que Turing entrou na jogada, aproveitando muito do que havia sido descoberto por Rejewski para desenvolver a máquina que auxiliaria os Aliados.
Em 1939, a União Soviética estava querendo controlar várias ilhas da Finlândia, que acabou entrando na Segunda Guerra Mundial para defender seu território. Por isso, a URSS resolveu invadir e conquistar o local na marra, só que o país nórdico não estava disposto a ceder. Os finlandeses pediram ajuda à França e à Grã-Bretanha, mas não obteve retorno, precisando reunir seu próprio exército para a batalha.
A desvantagem era gritante: para cada soldado finlandês, existiam três soviéticos. Mesmo assim, a Finlândia conseguiu defender muitas terras, perdendo apenas 70 mil combatentes, contra 320 mil da URSS. Entretanto, os soviéticos conseguiram dominar parte das terras que almejavam, mas sofreram nas mãos de um país que lutou sozinho contra eles.