Misterioso alquimista teria criado a cura para tudo através de um semimetal

10/11/2016 às 11:352 min de leitura

A história humana é repleta de pessoas que podem nem sequer ter existido. Esse é o caso de Basílio Valentim, um suposto beneditino que teria nascido em 1394. “Suposto”, pois se acredita que ele possa ser um pseudônimo para diversos cientistas e químicos dos séculos 14 e 15, que teriam descoberto a fórmula da Pedra Filosofal, um artefato místico que teria o poder de transformar tudo em ouro.

Esse era o sonho principal de praticamente todo alquimista da Idade Média, por isso a história gira em torno de suposições – afinal, se tivessem descoberto uma fórmula mágica de transformarmos tudo em ouro, a gente saberia, não é? Bem, talvez não... Os alquimistas eram cientistas muitas vezes considerados malucos, mas que contribuíram, sim, para a história da Ciência.

Basílio Valentim foi um deles. Se é que existiu, é claro... Muitos relatos sobre sua vida são contraditórios, então não dá para saber o que é lenda e o que é verdade. Entre seus trabalhos, estariam relatos sobre as propriedades medicinais do antimônio, um semimetal que agora é usado principalmente em equipamentos eletrônicos.

undefinedBasílio Valentim: um homem ou uma lenda?

Remédio venenoso

Valentim teria sido um dos pioneiros na criação e utilização do ácido clorídrico, que na Idade Média era chamado de “espírito do sal”, por ser feito com sal comum. O alquimista também teria se aventurado pela gastronomia, supostamente descobrindo como produzir brandy com vinho e com cerveja.

O cara também criticava a prática médica da época: para ele, os doutores mal examinavam os pacientes e receitavam o primeiro remédio que encontravam em um livro de “receitas”. Algo como a nossa frustração de hoje em dia, depois de ficarmos horas na fila do SUS para descobrir que “só” temos uma virose.

Só que Valentim foi mais além, criando um livro em que explicava como Deus tinha dado à humanidade todas as curas através da natureza, como em plantas, ervas, raízes, sementes e até metais! O antimônio seria a principal cura para tudo, então você já deve imaginar que muita gente morreu seguindo essa ideia biruta.

undefinedO semimetal é muito tóxico

Mito ou verdade?

Na história, o antimônio foi muito usado para produzir maquiagens e remédios, porém, ele pode ser extremamente tóxico aos humanos. Hoje em dia, apenas a leishmaniose é tratada com esse semimetal. Essa é uma doença de pele que pode atacar tanto os homens quanto os cachorros, mas o tratamento com antimônio deve ser receitado por um médico.

Em Roma, não existe nenhum registro sobre um monge beneditino chamado Basílio Valentim – ou Basilius Valentinus. Além disso, várias possíveis provas de sua existência misteriosamente sumiram ao longo dos séculos. Isso leva a crer que ele foi uma criação de cientistas que queriam divulgar suas ideias sem comprometer a própria imagem.

undefinedMonge pode nem sequer ter existido

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