Artes/cultura
07/06/2013 às 10:51•2 min de leitura
O plástico, apesar de suas incontáveis utilidades, é considerado por muitos como uma criação do lado negro da força. Além de estar entulhando o nosso planeta e provocando a morte de inúmeras espécies animais, ele também passou a ser associado a diversos problemas de saúde, como a infertilidade e o câncer, por exemplo.
É por essa razão que cientistas de todo o mundo vêm buscando possíveis alternativas para substituir esse material "maldito" por substâncias menos poluentes. E de acordo com o pessoal do Gizmodo, um supermaterial que pode um dia pode fazer isso é um composto feito à base de fungos.
Fonte da imagem: Reprodução/Ecovative
Esse novo material foi desenvolvido pelo pessoal da empresa Ecovative, de Nova York, que vem realizando experimentos com o micélio, um emaranhado de filamentos que serve de mecanismo de sustentação e absorção de nutrientes para os fungos. Acontece que o micélio é supergrudento, aderindo-se facilmente a qualquer superfície. Além disso, ele se desenvolve incrivelmente depressa, formando uma espécie de rede densa.
Assim, a Ecovative “cria” o micélio durante alguns dias e submete o emaranhado resultante a altíssimas temperaturas, para frear sua evolução e evitar o desenvolvimento de esporos tóxicos ou alergênicos. O interessante é que em apenas cinco dias o micélio pode chegar a 13 quilômetros de comprimento, o que o torna um organismo ideal para a produção em larga escala. Além disso, ele pode adotar qualquer formato, dependendo da “forma” na qual ele é colocado para crescer.
Fonte da imagem: Reprodução/Ecovative
O resultado é uma espécie de espuma densa que lembra o isopor, mas que é resistente ao fogo, vapor e à umidade, funciona como isolante térmico e acústico e é 100% biodegradável. Assim, esse supermaterial pode servir para inúmeras finalidades — tal como o plástico —, como para fabricar grandes painéis de isolamento para edifícios e residências ou embalagens para produtos eletrônicos e objetos frágeis.
Além disso, dependendo do momento em que o processo de desenvolvimento do micélio é freado, também é possível controlar qual será a densidade de cada produto.
Fonte da imagem: Reprodução/Ecovative
Segundo o pessoal da Ecovative, o maior desafio agora se refere à forma como o público encara os produtos feitos à base de fungos. Aparentemente, existe muito receio quanto à qualidade e funcionalidades desses materiais, mas as negociações com empresas fabricantes de embalagens e eletrônicos estão começando a render bons frutos.
Ao contrário da Dupont e da Down, que passaram o último século transformando o petróleo e outros recursos naturais em todo tipo de material à custa de enormes danos para o meio ambiente, a Ecovative almeja se tornar uma gigante do ramo ainda nas próximas décadas, só que com materiais sustentáveis. Se esse supermaterial for tudo isso que ele promete ser, tomara que a ideia acabe pegando logo, não é mesmo?