De "escamas de peixe" romanas às armaduras samurais japonesas, conheça essas peças impressionantes criadas para proteger e intimidar.

<p style="text-align:justify;">Algumas armaduras foram feitas para impressionar e marcar presença, outras eram verdadeiras ferramentas de sobrevivência nas batalhas. Do linho endurecido dos guerreiros antigos ao metal reluzente dos cavaleiros medievais, essas armaduras mostram a evolução dos trajes de combate. “<strong>Toda armadura é um equilíbrio entre mobilidade e defesa</strong>”, explica Barry Molloy, arqueólogo e especialista em guerra antiga da Universidade de Dublin.</p><p style="text-align:justify;">Desde o início das civilizações, os guerreiros dependem de suas armaduras para resistirem às espadas, lanças e flechas. Aqui estão <strong>7 armaduras históricas que não só protegiam os corpos, mas também revelavam o poder e o prestígio de quem as vestia</strong>.</p><h2 style="text-align:justify;">1. Armadura de Dendra — 3.500 anos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/05/05103948586083.jpg" alt="Bronze maciço e couro protegem este guerreiro grego da cabeça aos pés, há mais de 3.500 anos. (Fonte: Andreas Flouris e Marija Markovic)"><figcaption>Bronze maciço e couro protegem este guerreiro grego da cabeça aos pés, há mais de 3.500 anos. (Fonte: Andreas Flouris e Marija Markovic)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Descoberta em 1960, perto da vila de Dendra, no sul da Grécia, essa armadura <strong>remonta a 1500 a.C., época dos guerreiros micênicos</strong>. O conjunto era feito de mais de uma dúzia de placas de bronze, amarradas com tiras de couro, cobrindo o corpo do pescoço aos joelhos e incluindo protetores para canelas e braços. Na cabeça, um capacete feito de dentes de javali completava o visual intimidador.</p><ul><li style="text-align:justify;"><strong>Saiba também:&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128800-exonimos-porque-grecia-india-e-outros-paises-tem-nomes-diferentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Exônimos: porque Grécia, Índia e outros países têm nomes diferentes</strong></a></li></ul><p style="text-align:justify;">Molloy, que estudou uma réplica exata da armadura de Dendra, revelou que ela oferecia proteção quase completa em uma simulação de batalha inspirada na Guerra de Troia. “O capacete e a grande proteção para o pescoço blindavam o usuário, mas, com o tempo, o design das armaduras foi adaptado para dar mais agilidade, retirando parte da proteção no pescoço”, ele explica.</p><p style="text-align:justify;">Por volta do fim da Idade do Bronze, os guerreiros micênicos já buscavam novos designs de armaduras, e a de Dendra se tornou um marco, ilustrando a evolução do conceito de defesa e mobilidade.</p><h2 style="text-align:justify;">2. Armadura de Tutancâmon — 3.300 anos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/05/05104047025084.jpg" alt="Escamas de couro formam esta proteção egípcia digna de um faraó adolescente. (Fonte: Harry Burton)"><figcaption>Escamas de couro formam esta proteção egípcia digna de um faraó adolescente. (Fonte: Harry Burton)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">O jovem rei Tutancâmon, que faleceu por volta dos 19 anos, em 1323 a.C., foi enterrado com uma armadura de couro que só foi descoberta em 1922. <strong>A armadura era composta por pequenas peças de couro cru sobrepostas</strong>, formando um padrão que lembrava escamas de peixe, cobrindo o torso.</p><p style="text-align:justify;">Embora pinturas mostrem Tutancâmon caçando e pilotando carruagens com a armadura, é incerto se ele realmente lutou em batalhas. Mesmo assim, essa peça se tornou uma das mais icônicas do Egito Antigo, sendo hoje parte do acervo do Grande Museu Egípcio, no Cairo.</p><p style="text-align:justify;">Para os egípcios, a armadura de Tutancâmon era mais que um símbolo de proteção; era uma forma de marcar o poder de um jovem rei que, mesmo com pouca experiência, possuía atributos de um grande guerreiro.</p><h2 style="text-align:justify;">3. Armadura de "escama de peixe" chinesa — 2.500 anos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/05/05104141800087.jpg" alt="Leve e resistente, as “escamas” de couro se moldavam ao corpo dos guerreiros chineses. (Fonte: Patrick Wertmann)"><figcaption>Leve e resistente, as “escamas” de couro se moldavam ao corpo dos guerreiros chineses. (Fonte: Patrick Wertmann)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Essa armadura leve e prática foi feita há cerca de 2.500 anos e era composta por pequenos pedaços de couro sobrepostos, <strong>criando um visual escamoso semelhante ao de um peixe</strong>. Ela foi encontrada em uma tumba no deserto de Taklamakan, na China, preservada pelo clima seco da região.</p><p style="text-align:justify;">Patrick Wertmann, arqueólogo da Universidade de Zurique, explica que a armadura provavelmente foi desenvolvida para atender a uma grande força militar. Wertmann atualmente trabalha em uma réplica dessa armadura para testar sua funcionalidade em combate e analisar seus aspectos tecnológicos.</p><ul><li style="text-align:justify;"><strong>Leia mais:&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128874-conheca-o-museu-de-arte-zaishui-o-extraordinario-predio-flutuante-de-1-km-da-china.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Conheça o Museu de Arte Zaishui, o extraordinário prédio flutuante de 1 km da China</strong></a></li></ul><p style="text-align:justify;">Por ser leve e adaptável a diferentes corpos, a armadura de “escama de peixe” foi essencial para as tropas chinesas, mostrando o poder da inovação nas estratégias de batalha.</p><h2 style="text-align:justify;">4. "Lorica squamata" romana — 1.700 anos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/05/05104232658089.jpg" alt="Elegante e articulada, esta armadura romana simbolizava o poder e hierarquia dos oficiais. (Fonte: Sofija Petkovic e Miroslav Vujovic)"><figcaption>Elegante e articulada, esta armadura romana simbolizava o poder e hierarquia dos oficiais. (Fonte: Sofija Petkovic e Miroslav Vujovic)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Essa armadura em estilo “escama de peixe” também foi utilizada pelo exército romano, onde era conhecida como “lorica squamata” e indicava um certo grau de hierarquia entre os soldados. Encontrada no antigo forte romano de Timacum Minus, na Sérvia, <strong>ela é datada do século 4</strong>.</p><p style="text-align:justify;">A “lorica squamata” dava mobilidade e era usada principalmente pelos oficiais e soldados de elite, sendo menos rígida que a famosa “lorica segmentata”, que associamos aos legionários romanos. Arte e esculturas da época retratam imperadores e comandantes romanos com esse tipo de armadura, valorizando a aparência e imponência.</p><p style="text-align:justify;">Por permitir maior agilidade, essa armadura foi fundamental em estratégias de combate, revelando o lado prático e sofisticado do exército romano.</p><h2 style="text-align:justify;">5. Armadura yoroi japonesa — 700 anos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/05/05104337369090.jpg" alt="O luxo do ferro e couro laca dos samurais, feito para impressionar e proteger. (Fonte: Metropolitan Museum of Art; Gift of Bashford Dean, 1914; Creative Commons Zero (CC0))"><figcaption>O luxo do ferro e couro laca dos samurais, feito para impressionar e proteger. (Fonte: Metropolitan Museum of Art; Gift of Bashford Dean, 1914; Creative Commons Zero (CC0))</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Os samurais japoneses formavam uma elite aristocrática de guerreiros que, <strong>entre os séculos 12 e 19</strong>, eram treinados para a guerra e também cultivavam a honra e a lealdade. Entre os vários estilos de armaduras usadas, o “o-yoroi”, ou “grande armadura”, é um dos mais icônicos.</p><p style="text-align:justify;">Feito de placas de ferro e couro decoradas com ornamentos em laca, o o-yoroi era usualmente usado a cavalo, criando uma imagem poderosa e intimidante do guerreiro. Diz a lenda que o primeiro shogun do Japão, Ashikaga Takauji, doou uma dessas armaduras a um santuário perto de Kyoto.</p><p style="text-align:justify;">Mais do que uma armadura, o yoroi se tornou um item de honra e legado familiar, sendo passado de geração a geração como símbolo de poder e história.</p><h2 style="text-align:justify;">6. Armadura das Ilhas Kiribati — 300 anos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/05/05104427270092.jpg" alt="Feita com fibras de coco e espinhos de peixe, a engenhosa proteção dos guerreiros do Pacífico. (Fonte:  Auk Archive via Alamy)"><figcaption>Feita com fibras de coco e espinhos de peixe, a engenhosa proteção dos guerreiros do Pacífico. (Fonte: Auk Archive via Alamy)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Nas ilhas do Pacífico, os guerreiros de Kiribati usavam armaduras feitas com camadas grossas de fibra de coco e capacetes feitos de peixe-porco-espinho seco. A engenhosidade dessa armadura era resultado da escassez de recursos na região, usando materiais locais para se proteger.</p><p style="text-align:justify;"><strong>Com espadas feitas de dentes de tubarão</strong>, esses guerreiros participavam de duelos ritualísticos que impressionavam pela brutalidade e uso de recursos inusitados. Relatos de missionários europeus no século 19 indicam que o uso dessa armadura começou a desaparecer.</p><p style="text-align:justify;">O engenhoso uso de materiais marinhos nessas armaduras reflete a criatividade dos povos de Kiribati em transformar o que tinham em proteção eficiente e única.</p><h2 style="text-align:justify;">7. Armadura de Ned Kelly — 145 anos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/05/05104706705096.jpg" alt="A famosa armadura à prova de balas do bandido australiano, feita de lâminas de arado. (Fonte: The AGE)"><figcaption>A famosa armadura à prova de balas do bandido australiano, feita de lâminas de arado. (Fonte: The AGE)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Embora não seja exatamente antiga, a armadura do lendário bandido australiano Ned Kelly é um dos trajes de combate mais icônicos. Em 1880, Kelly e seu grupo de bandidos <strong>criaram uma armadura à prova de balas feita de lâminas de arado</strong> e a usaram em um assalto a um trem, perto de Glenrowan.</p><p style="text-align:justify;">A armadura, que impressionou pela resistência, marcou o momento da captura de Kelly após um tiroteio com a polícia. Embora a armadura protegesse o torso e a cabeça, Kelly acabou sendo ferido nas mãos e pernas, sendo capturado e posteriormente enforcado.</p><p style="text-align:justify;">O traje de Ned Kelly, que resistiu a 18 tiros, é lembrado como uma relíquia da rebeldia australiana e da tentativa desesperada de sobrevivência nas condições mais adversas.</p><ul><li style="text-align:justify;"><strong>Conheça mais:</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128666-armadura-romana-quebrada-em-mais-de-10-partes-e-remontada-por-pesquisadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong> Armadura romana quebrada em mais de 10 partes é remontada por pesquisadores</strong></a></li></ul>

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7 armaduras épicas que atravessaram os séculos

Alta densidade e baixo custo fazem do urânio empobrecido munição ideal – mas com altos riscos.

<p style="text-align:justify;">O uso do urânio empobrecido (DU, na sigla em inglês) em munições levanta uma questão intrigante: o que leva governos a utilizarem esse material em armas e, ao mesmo tempo, a enfrentar o debate em torno dos riscos que ele representa? Esse subproduto da indústria nuclear, apesar de ser menos radioativo do que o urânio natural, possui uma combinação de características que fazem dele uma poderosa ferramenta bélica – ainda que controversa.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Graças à sua densidade e às suas propriedades físicas únicas, <strong>o DU é ideal para projéteis usados para perfurar blindagens</strong>. Entretanto, seu uso tem causado preocupações, especialmente em regiões onde foi amplamente utilizado em guerras passadas, levando a questionamentos sobre os riscos ambientais e de saúde associados.</p><h2 style="text-align:justify;">Poder bélico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/28/28210211467004.jpg" alt="O urânio empobrecido foi utilizado na Guerra do Golfo, principalmente contra tanques. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O urânio empobrecido foi utilizado na Guerra do Golfo, principalmente contra tanques. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Mas o que exatamente torna o urânio empobrecido tão interessante para munições? Uma de suas principais vantagens é sua densidade, cerca de 1,7 vez maior que a do chumbo. Isso significa que <strong>projéteis de DU conseguem concentrar mais energia em uma área reduzida, aumentando a capacidade de penetração contra veículos blindados, como tanques</strong>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Além disso, esses projéteis se autoafiam ao impacto, ao contrário de metais que se achatam ou se fragmentam. Esse efeito, somado à alta velocidade com que são lançados, permite que atravessem camadas de blindagem, o que seria mais difícil com projéteis de metais menos densos.&nbsp;</p><ul><li style="text-align:justify;"><strong>Leia mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/39011-6-ataques-quimicos-que-os-eua-se-negam-a-comentar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>6 ataques químicos que os EUA se negam a comentar</strong></a></li></ul><p style="text-align:justify;">Cabe também lembrar que o urânio empobrecido é pirofórico, o que significa que ele se inflama ao entrar em contato com o ar, causando chamas intensas dentro dos veículos atingidos. Tudo isso contribui para o potencial destrutivo dessas munições, tornando-as uma escolha comum em situações de combate moderno.</p><h3 style="text-align:justify;">Possíveis danos à saúde</h3><p style="text-align:justify;">No entanto, a ampla utilização do DU em conflitos, especialmente na Guerra do Golfo e na Guerra do Iraque, suscitou preocupações quanto ao impacto de longo prazo desse material. Ao penetrar na blindagem de um tanque, por exemplo, o urânio se fragmenta em partículas finas que se espalham pelo ambiente e podem ser inaladas ou ingeridas por pessoas próximas.&nbsp;</p><ul><li style="text-align:justify;"><strong>Leia também: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-a-guerra-afeta-o-meio-ambiente" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Como a guerra afeta o meio ambiente?</strong></a></li></ul><p style="text-align:justify;">Estudos mostram que <strong>a exposição ao urânio empobrecido no organismo pode causar danos renais e nervosos, além de aumentar o risco de câncer</strong>. Em áreas de conflito como Fallujah, no Iraque, foram observados mais casos de doenças crônicas, defeitos congênitos e câncer, levantando debates sobre a responsabilidade e os possíveis danos do uso desse subproduto do urânio.</p><h2 style="text-align:justify;">EUA defende a utilização</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/28/28210637118006.jpg" alt="Será que os soldados são mais sujeitos a doenças pelo contato com o urânio empobrecido? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Será que os soldados são mais sujeitos a doenças pelo contato com o urânio empobrecido? (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">Contudo, é importante notar que a radioatividade desse material é relativamente baixa. Embora seja tóxico e potencialmente cancerígeno, a maioria dos estudos de longo prazo em áreas de conflito e em veteranos expostos ao DU não conseguiu estabelecer uma relação direta e conclusiva entre a exposição ao material e o aumento de doenças.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Estudos indicam que a contaminação em soldados dos Bálcãs e civis locais é geralmente baixa, sem efeitos de saúde claros. <strong>O Departamento de Defesa dos EUA defende o uso de DU</strong>, afirmando que ele atende normas de desempenho, não viola leis internacionais e é destinado a destruir veículos blindados por força cinética, não como arma química.</p><ul><li style="text-align:justify;"><strong>Saiba mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119011-as-tropas-britanicas-sofreram-com-as-ists-na-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>As tropas britânicas sofreram com as ISTs na Primeira Guerra Mundial</strong></a></li></ul><p style="text-align:justify;">Sem consenso sobre os efeitos de longo prazo, muitos países têm evitado o uso de projéteis de urânio empobrecido, preferindo alternativas mais seguras. O Reino Unido, por exemplo, investe em projéteis de tungstênio, um metal denso eficaz contra blindagens e com menores riscos ambientais e toxicológicos.</p><p style="text-align:justify;">Essa transição indica um movimento para reduzir os impactos potenciais do DU em zonas de guerra, à medida que preocupações com o meio ambiente e a saúde das populações locais se tornam mais centrais nas estratégias militares.</p>

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Urânio empobrecido: potência bélica ou perigo silencioso?

Considerado o conflito que determinou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, o ataque de Pearl Harbor segue gerando polêmica depois de tantos anos. 

<p>O ataque a Pearl Harbor é lembrado como um dos momentos mais críticos da Segunda Guerra Mundial, <strong>marcando a entrada oficial dos Estados Unidos no conflito.</strong> Naquele fatídico dia, duas ondas de aviões japoneses lançaram bombas sobre a base americana na ilha de Oahu, no Havaí, resultando na destruição de cinco couraçados, cerca de 300 aeronaves e mais de 2 mil vidas perdidas.</p><p>Décadas depois, o ataque ainda gera perplexidade e questionamentos. Por que o Japão decidiu arriscar tanto? E como os Estados Unidos, com toda a sua inteligência militar, foram pegos de surpresa? Existem detalhes que, analisados de perto, desafiam a lógica e revelam lacunas e contradições nos acontecimentos. <strong>Confira cinco aspectos do ataque a Pearl Harbor que continuam a intrigar os historiadores.</strong></p><ul><li><strong>Entenda:&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Como começou a Segunda Guerra Mundial?</strong></a></li></ul><h2>1. Por que o Japão escolheu atacar os EUA?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22185759246351.jpg" alt="Durante a Segunda Guerra Mundial, Japão e Estados Unidos tinham relação política conturbada. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Durante a Segunda Guerra Mundial, Japão e Estados Unidos tinham relação política conturbada. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>À primeira vista, a decisão do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118627-7-fatos-curiosos-que-provam-que-o-japao-e-um-pais-unico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Japão</a> de atacar os Estados Unidos pode parecer um ato imprudente e precipitado. Afinal, o país sabia que, ao enfrentar uma potência militar tão grande, estaria se colocando em uma posição arriscada. No entanto, as motivações por trás dessa decisão eram mais complexas. <strong>O Japão desejava expandir seu império e, para isso, precisava de recursos como petróleo e metal.</strong></p><ul><li><strong>Conheça:&nbsp;</strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118627-7-fatos-curiosos-que-provam-que-o-japao-e-um-pais-unico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>7 fatos curiosos que provam que o Japão é um país único</strong></a></li></ul><p>Quando os Estados Unidos começaram a impor sanções e bloquear essas ambições, <strong>o governo japonês viu a guerra como uma forma de garantir sua sobrevivência econômica</strong> e militar. Isoroku Yamamoto, comandante da frota combinada do Japão, tinha consciência dos riscos envolvidos. Ele sabia que uma guerra prolongada poderia destruir o Japão e, por isso, apostava em um ataque rápido e fulminante que pudesse desestabilizar os Estados Unidos e dificultar uma resposta imediata.&nbsp;</p><h2>2. O ataque foi inspirado em um livro de ficção?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22185843839353.jpg" alt="Pearl Harbor foi determinante para entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Pearl Harbor foi determinante para entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Parece coisa de cinema, mas existe uma teoria de que o ataque a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120573-5-fatos-nao-contados-sobre-o-ataque-a-pearl-harbor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pearl Harbor</a> teria sido inspirado em um romance publicado 16 anos antes. <strong>O livro "</strong><i><strong>The Great Pacific War</strong></i><strong>", de Hector C. Bywater, descrevia um conflito entre Japão e Estados Unidos</strong> que se desenrolava de maneira surpreendentemente similar ao ataque real de 1941. Na obra, o Japão lança um ataque surpresa aos americanos, conquista posições estratégicas no Pacífico e tenta garantir uma vantagem na guerra.</p><ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120573-5-fatos-nao-contados-sobre-o-ataque-a-pearl-harbor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>Conheça mais 5 fatos não contados sobre o ataque a Pearl Harbor!</strong></a></li></ul><p>Curiosamente, Yamamoto estava em Washington, D.C., quando o livro foi publicado, e chegou a conhecer o próprio Bywater em Londres, em 1934. As semelhanças entre a ficção e a realidade são tantas que levantam a questão: até que ponto o plano japonês pode ter sido influenciado pelo romance? Embora a conexão seja especulativa, não deixa de ser intrigante pensar que uma obra literária possa ter moldado um dos episódios mais dramáticos da história.</p><h2>3. Por que os comandantes militares americanos não se comunicaram melhor?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22190011388355.jpg" alt="Problemas de comunicação entre generais americanos dificultou tempo de resposta. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Problemas de comunicação entre generais americanos dificultou tempo de resposta. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>A narrativa popular é de que o ataque pegou os americanos de surpresa, mas essa história é mais complicada. A tensão entre Estados Unidos e Japão já estava em alta há algum tempo, e alguns sinais apontavam para um possível conflito. No entanto, as falhas de comunicação entre os líderes militares americanos foram cruciais para o sucesso do ataque.</p><p>General Walter C. Short, do Exército, e o Almirante Husband E. Kimmel, da Marinha, estavam no comando das forças americanas no Havaí, mas não compartilhavam informações de forma eficaz. <strong>A Marinha chegou a detectar atividade suspeita de submarinos japoneses nos dias que antecederam o ataque</strong>, mas isso não foi comunicado adequadamente para o Exército. Esse isolamento entre os departamentos militares deixou as defesas americanas vulneráveis, permitindo que os japoneses agissem sem grandes obstáculos.</p><h2>4. Por que os EUA não se prepararam melhor?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22190107574359.jpg" alt="Mesmo com tensão política entre países, EUA não se preparou para os ataques japoneses. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Mesmo com tensão política entre países, EUA não se preparou para os ataques japoneses. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Mesmo com os problemas de comunicação, é difícil entender por que os Estados Unidos não estavam mais preparados para um ataque. As tensões com o Japão vinham crescendo desde os anos 1930, e sinais de alerta foram emitidos pelo governo americano em várias ocasiões em 1941. <strong>A última mensagem, recebida em 27 de novembro, chegou a ser chamada de "alerta de guerra", mas não especificava quando ou onde um ataque poderia ocorrer.</strong></p><p>O Almirante Kimmel e sua equipe interpretaram essa mensagem como um aviso de ataque em outra região, e não em Pearl Harbor. Enquanto isso, o General Short, visando proteger os aviões, ordenou que fossem agrupados em um único local, o que os tornou alvos fáceis. Essas decisões questionáveis levantam dúvidas sobre o grau de preparação dos comandantes americanos e mostram como a falta de clareza pode ter contribuído para o desastre.</p><h2>5. Como a frota japonesa conseguiu cruzar o oceano sem ser detectada?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/22/22190200332361.jpg" alt="Japão contava com uma frota extensa para atacar Pearl Harbor. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Japão contava com uma frota extensa para atacar Pearl Harbor. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>A frota de ataque japonesa era gigantesca, <strong>composta por seis porta-aviões e mais de 420 aeronaves, além de diversos navios de apoio.</strong> Ainda assim, conseguiu viajar cerca de 5,6 mil km de forma praticamente invisível. Parte do segredo estava na rota cuidadosamente planejada e na proibição de comunicações por rádio, que evitava a detecção por serviços de inteligência americanos.</p><p>A imensidão do Oceano Pacífico e a preparação minuciosa dos japoneses, que incluía monitorar os movimentos militares americanos, garantiram que a frota chegasse perto de Oahu sem ser notada. Isso mostra que, mesmo com a tecnologia disponível na época, a surpresa ainda era possível em um campo de batalha tão vasto.</p>

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5 fatos incríveis sobre o ataque dos japoneses contra Pearl Harbor

Mesmo tantas décadas depois, o projeto da bomba atômica ainda guarda alguns mistérios.

<p>A história das bombas atômicas lançadas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, já é muito conhecida. O filme <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122615-por-que-hiroshima-e-nagasaki-foram-alvo-de-bombas-atomicas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><i>Hiroshima</i></a>, por exemplo, detalhou bem como um grupo de cientistas e engenheiros americanos trabalharam juntos no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126819-projeto-manhattan-como-cientistas-reagiram-a-1-bomba-atomica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Projeto Manhattan</a>, levando à criação de uma bomba que impactou no desenrolar da Segunda Guerra Mundial.</p><p>A estimativa é que essas bombas podem ter acarretado 200 mil mortes. Mesmo sendo um pedaço tão terrível da história mundial, ainda há coisas não explicadas sobre esses bombardeios e suas consequências.</p><h2>1. A União Soviética poderia ter terminado a guerra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/02/02204901810028.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>A União Soviética poderia ter interferido nos rumos da guerra. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A ideia mais comum é que os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki acabaram com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial.</a> Hiroshima foi atacada em 6 de agosto de 1942 e Nagasaki em 9 de agosto. No dia 15, o Japão se rendeu.</p><p>Contudo, no dia 8 de agosto, a União Soviética declarou guerra ao Japão, e há algumas análises que dizem que isso pode ter sido realmente a causa do fim da guerra. O contexto é o seguinte: em 1941, União Soviética e o Japão haviam firmado um pacto de neutralidade, benéfico para os dois. Isso levou com que os Estados Unidos ganhassem força no Pacífico, uma vez que a União Soviética passou a atuar como intermediária.</p><p>Entretanto, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119179-vasily-stalin-a-perturbadora-vida-do-segundo-filho-de-josef-stalin.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Stalin</a> teria se entusiasmado com a ideia de se juntar à guerra contra o Japão, traindo o pacto de neutralidade. Isso fez com que o exército soviético se movesse contra o Japão em certas áreas, o que pode ter levado à rendição.&nbsp;</p><h2>2. Os bombardeios podem ter sido desnecessários</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/02/02204936779029.jpg" alt="x"><figcaption>A Segunda Guerra Mundial poderia ter terminado sem o lançamento das bombas.(Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A bomba atômica é tida como uma das tecnologias mais terríveis criadas pelo homem, uma vez que é responsável pela destruição em massa de pessoas e territórios. As narrativas históricas tradicionais creditam às bombas de Hiroshima e Nagasaki o fim da Segunda Guerra Mundial, mas pode ser que não tenha sido bem assim.</p><p>Alguns historiadores alegam que essas bombas não precisavam ser usadas, e que o Japão iria se render de qualquer forma antes de ser atingido pela bomba. Uma evidência associada a essa teoria é uma carta enviada pelo Imperador Hirohito a Joseph Stalin, pedindo que o premiê soviético atuasse como intermediário nas negociações entre o Japão e os Estados Unidos. Stalin recebeu esta carta antes de partir para a Conferência de Potsdam (a reunião entre os líderes aliados sobre o fim da Segunda Guerra Mundial).</p><p>A conferência ocorreu que ocorreu de 17 de julho a 2 de agosto, e Hiroshima foi atacada em 6 de agosto, o que sugere que o país asiático pretendia discutir sua rendição.</p><h2>3. Os panfletos de evacuação podem não ter funcionado bem</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/02/02205011330032.jpg" alt="x"><figcaption>Os Estados Unidos lançaram panfletos para avisar a população sobre as bombas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Antes de jogar as bombas, os Estados Unidos teriam tentado precaver as populações civis de Nagasaki e Hiroshima ao espalhar panfletos informativos. Eles tinham a intenção de alertar o povo, mas também de forçar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123903-conheca-o-imperio-japones-um-dos-mais-genocidas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">governo japonês</a> a se render.</p><p>Esses panfletos, que traziam imagens assustadoras que ilustravam bem o poder americano, foram espalhados em pelo menos 33 cidades, e também listavam as possíveis cidades-alvo de ataques. No entanto, não está muito claro se esses papéis serviram à função pretendida, uma vez quem nem Hiroshima, nem Nagasaki estavam na lista. Pode ser, inclusive, que esses panfletos só tenham deixado a situação no Japão ainda mais caótica.</p><h2>4. Os Estados Unidos estavam prontos para fabricar mais bombas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/02/02205054131033.jpg" alt="x"><figcaption>Aparentemente, os americanos pretendiam lançar mais bombas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Cientistas que participaram do projeto de criação da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121876-armas-nucleares-taticas-as-bombas-atomicas-pequenas-e-perigosas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bomba atômica</a> podem ter subestimado o poder de destruição que ela tinha. Um artigo publicado em 1946 no Bulletin of the Atomic Scientists dizia: "é duvidoso que as primeiras bombas disponíveis, de eficiência comparativamente baixa e tamanho pequeno, sejam suficientes para quebrar a vontade ou capacidade do Japão de resistir".</p><p>Supostamente, a força militar americana estaria pronta para sair lançando bombas indefinidamente. Haveria, inclusive, o plano pronto para mais sete bombas que seriam implantadas até o final de outubro daquele mesmo ano.&nbsp;</p>

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4 coisas ainda não explicadas sobre as bombas de Hiroshima e Nagasaki

Entenda a origem e as controvérsias por trás dessa munição letal.

<p>Se você já assistiu à franquia de filmes <i>Máquina Mortífera</i>, provavelmente se lembra de uma cena icônica em que Leo Getz, interpretado por Joe Pesci, é atingido por um tiro. O detetive Martin Riggs, vivido por Mel Gibson, faz uma piada ao afirmar que Leo precisará ficar mais tempo no hospital, pois foi atingido por uma bala “dum-dum”.</p><p>Apesar de Riggs estar apenas tentando se livrar de Leo, essa fala destaca como esse tipo de munição sempre foi temida. Mas, como as balas "dum-dum" surgiram e por que elas eram tão perigosas?</p><h2>A evolução da munição</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/08/08222357101008.jpg" alt="Balas Minié. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Balas Minié. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Desde que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/armas/41784-as-10-piores-armas-de-fogo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">armas de fogo</a> começaram a ser utilizadas, por volta do século 15, a forma de munição mais comum era a de balas de mosquete, feitas de chumbo sólido, um material acessível, fácil de moldar e, acima de tudo, eficaz em causar danos. Quando essas balas atingiam um alvo, geralmente se deformavam, criando feridas maiores e mais letais.</p><p>A partir da década de 1840, a munição começou a passar por uma transformação significativa. Foi nessa época que o coronel Claude-Étienne Minié desenvolveu a famosa bala Minié, com um design cônico e uma cavidade na base.</p><p>Esse novo formato facilitou o carregamento e aumentou o alcance das armas, permitindo que soldados disparassem com mais precisão e a maior distância. Contudo, as balas Minié não só feriam os inimigos, mas causavam lesões terríveis.</p><p>Em vez de se alojarem nos corpos, muitas vezes passavam por eles, resultando em ossos quebrados e infecções que frequentemente levavam à amputação. Durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119209-caso-dred-scott-a-decisao-que-impulsionou-a-guerra-civil-americana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Civil Americana</a>, cerca de 75% das amputações realizadas foram devido a ferimentos causados por essas balas.</p><h2>O nascimento da bala “dum-dum”</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/08/08222948236009.jpg" alt="Por ser uma bala expansiva, a dum-dum causava ferimentos devastadores. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Por ser uma bala expansiva, a dum-dum causava ferimentos devastadores. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Criada para ser ainda mais devastadora, a bala “dum-dum” foi uma evolução das já temidas balas Minié. Ela foi projetada para explodir ao atingir um alvo, potencializando seu efeito destrutivo. Recebeu esse nome em referência à fábrica de munições na Índia, onde foi desenvolvida durante a década de 1850.</p><p>Entretanto, apesar de ser destinada a atingir depósitos de munição inimiga, as balas “dum-dum” começaram a ser usadas contra soldados. Isso levou a uma preocupação crescente com os ferimentos horríveis que essas munições infligiam. Muitos militares e políticos acreditavam que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120871-6-invencoes-militares-que-usamos-no-dia-a-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tecnologia bélica</a> não deveria intensificar o sofrimento humano.</p><p>Diante da pressão internacional, em 1868, representantes de 18 países se reuniram em São Petersburgo e assinaram a Declaração de São Petersburgo, que proibia o uso de projéteis explosivos com menos de 400 gramas, o que incluía as balas "dum-dum".</p><p>Posteriormente, a Convenção de Haia, de 1899, reforçou essa visão ao proibir o uso de munições expansivas, reconhecendo seu potencial devastador. Afinal, mesmo em tempos de guerra, é preciso considerar a dignidade e o bem-estar humano.</p>

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O que é uma bala “dum-dum” e por que é tão temida?

Apesar de ser conhecido como uma arma improvisada em conflitos, o coquetel Molotov carrega uma história curiosa e um nome com origem política.

<p style="text-align:justify;">O coquetel Molotov, essa arma improvisada que atravessou décadas de<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117620-revolucao-russa-fatos-mais-marcantes-do-periodo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;conflitos e revoluções</a>, carrega uma história curiosa e, ao mesmo tempo, aterrorizante. O nome, que soa quase como uma brincadeira, esconde um contexto sombrio e irônico, originado durante um dos períodos mais tensos do século 20.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Tudo começou durante a Guerra de Inverno (ou Guerra Soviético-Finlandesa) entre a União Soviética e a Finlândia, quando os finlandeses, enfrentando uma invasão massiva, recorreram a uma solução desesperada para lutar contra o poderoso exército soviético.</p><h2 style="text-align:justify;">Presentes com pavio</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/04/04172852376319.jpg" alt="O coquetel molotov, mesmo sendo simples, pode fazer grandes estragos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O coquetel Molotov, mesmo sendo simples, pode fazer grandes estragos. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">A criação do coquetel Molotov foi uma resposta direta às ações soviéticas. Em 1939, quando as tropas de Stalin invadiram a Finlândia, o Ministro das Relações Exteriores da União Soviética, <i>Vyacheslav Mikhailovitch Molotov&nbsp;</i>(1890-1986), fez uma declaração absurda na rádio estatal, <strong>alegando que as bombas que caíam sobre Helsinque não eram ataques, mas sim "pacotes de alimentos" para os famintos</strong>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Os finlandeses, de maneira bastante sarcástica, apelidaram essas <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128042-bombas-de-escorpiao-fogo-grego-e-as-5-piores-armas-de-guerra-de-todos-os-tempos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bombas</a> incendiárias de "cestas de pão de Molotov". Mas eles não pararam por aí. Decidiram revidar criando seus próprios "presentes" para as tropas soviéticas: <strong>garrafas de vidro cheias de líquidos inflamáveis, que passaram a ser chamadas de "coquetéis Molotov"</strong> – uma ironia amarga e quente para acompanhar os tais "pacotes de comida".</p><p style="text-align:justify;">Embora o conceito de armas incendiárias improvisadas não fosse novo, a Guerra de Inverno marcou a popularização do coquetel Molotov. A simplicidade e a eficácia desse dispositivo tornaram-no uma escolha natural para as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128835-como-as-tropas-da-idade-media-sitiavam-um-castelo-na-vida-real.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tropas</a> finlandesas, que enfrentavam um exército muito maior e mais bem equipado.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;"><strong>Com garrafas de vodca, querosene, e até alcatrão, os finlandeses conseguiram infligir pesadas baixas aos soviéticos</strong>. O que parecia ser uma resistência desesperada transformou-se em uma forte defesa que causou sérios problemas aos invasores. Ao final da guerra, as estimativas apontavam que <strong>centenas de tanques soviéticos foram destruídos por essas armas improvisadas</strong>.</p><h2 style="text-align:justify;">Conquistando o mundo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/04/04174744099329.jpg" alt="O coquetel Molotov é também uma arma política. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O coquetel Molotov é também uma arma política. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)</figcaption></figure></figure><p style="text-align:justify;">O coquetel Molotov ultrapassou rapidamente as fronteiras da Finlândia. Durante a Segunda Guerra Mundial, <strong>a Grã-Bretanha, temendo uma invasão nazista, incentivou a fabricação em massa desses dispositivos para armar a população civil</strong>. Um manual até ensinava os britânicos a lançar as garrafas com precisão, transformando qualquer cidadão comum em um potencial defensor contra <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121477-wunderwaffe-as-armas-gigantes-e-impossiveis-dos-nazistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tanques alemães</a>.&nbsp;</p><p style="text-align:justify;">Os coquetéis Molotov foram também utilizados por guerrilheiros e soldados em todo o mundo, de Budapeste (Hungria) a Saigon (Vietnã), tornando-se um símbolo universal de resistência.</p><p style="text-align:justify;">Por isso, a história do coquetel Molotov é tanto uma lição sobre a criatividade desesperada em tempos de guerra quanto uma lembrança da brutalidade dos enfrentamentos. O que começou como uma tática de sobrevivência em um dos invernos mais rigorosos da história europeia tornou-se <strong>uma ferramenta de resistência em incontáveis conflitos ao redor do globo</strong>.</p><p style="text-align:justify;">É impressionante como uma simples garrafa de vidro, um pavio e um pouco de combustível puderam se tornar um dos símbolos mais potentes de luta e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121346-movimento-punk-de-rebeldia-politizada-a-fenomeno-da-cultura-pop.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rebeldia do século 20</a>.</p><p style="text-align:justify;">Apesar dos diversos avanços na tecnologia de guerra, o coquetel Molotov ainda aparece em protestos e embates nas ruas, mostrando que sua eficácia brutal persiste. Além disso, serve como um lembrete do poder da resistência mesmo diante de forças aparentemente invencíveis.</p>

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Por que o coquetel Molotov recebeu esse nome? 

Descubra o que está por trás do fenômeno de cair ao ser atingido por um projétil.

<p><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/6-fatos-sobre-armas-que-hollywood-te-ensinou-errado" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cenas de ação em filmes</a> são conhecidas por suas representações exageradas de tiroteios, onde personagens são arremessados pelo impacto de balas. Na vida real, no entanto, o que faz com que uma pessoa caia ao ser atingida por um tiro é muito mais complexo.</p><p>Embora a física do impacto de uma bala não justifique esses saltos dramáticos, as pessoas realmente caem quando são baleadas, independentemente de onde são atingidas. A resposta para esse fenômeno envolve tanto fatores fisiológicos quanto psicológicos, desafiando o senso comum em um dos mistérios mais intrigantes da ciência moderna.</p><h2>A física por trás do impacto de uma bala</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16095438651037.jpg" alt="As balas não têm força suficiente para deslocar uma pessoa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As balas não têm força suficiente para deslocar uma pessoa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Embora nos filmes um tiro seja capaz de arremessar uma pessoa para longe, a realidade é muito diferente. Afinal, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127842-o-vidro-a-prova-de-balas-foi-descoberto-por-acaso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">balas</a> são pequenas e extremamente rápidas, concentrando muita energia em uma pequena área. Isso permite que o projétil penetre no corpo sem transferir grande parte de sua energia cinética, o que é insuficiente para deslocar uma pessoa de forma tão dramática.</p><p>Os experimentos realizados sobre o assunto demonstraram que nenhuma arma de fogo portátil prática foi capaz de derrubar o manequim de teste mais do que alguns centímetros. Além disso, a Terceira Lei de Newton sugere que, se uma bala tivesse energia suficiente para arremessar uma pessoa, o atirador também seria impulsionado para trás com igual força, o que não acontece.</p><h2>Fisiologia e psicologia dos ferimentos a bala</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16095952009038.jpg" alt="A queda pode ser uma resposta biológica ou psicológica ao impacto do tiro. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A queda pode ser uma resposta biológica ou psicológica ao impacto do tiro. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Apesar de a física não justificar quedas dramáticas, pessoas baleadas frequentemente caem no chão, mesmo quando o impacto não é imediatamente fatal. Acredita-se que essa reação tem forte fator psicológico, influenciado por representações culturais de violência armada.</p><p>De acordo com essa teoria, as pessoas caem porque acreditam que é isso que deve acontecer ao serem atingidas por um tiro. Isso explica porque os animais, que não têm essa percepção, frequentemente continuam se movendo por algum tempo após serem baleados.</p><p>Contudo, existe também uma teoria fisiológica. Para alguns especialistas, o colapso ao ser baleado pode estar relacionado ao Sistema de Ativação Reticular (RAS) do <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/58793-9-fatos-sobre-o-cerebro-humano-que-voce-ainda-desconhece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cérebro</a>, que, ao detectar uma sobrecarga de dor e trauma, desliga funções corporais não essenciais, incluindo o tônus muscular, resultando na queda.</p><p>Essa teoria encontra apoio em pesquisas que mostraram impactos significativos no cérebro de animais ao serem baleados, sugerindo que a queda pode ser uma reação biológica natural ao trauma.</p><p>Assim, embora a física desminta a ideia de que um tiro pode arremessar uma pessoa para longe, o impacto emocional e o trauma físico de um ferimento à bala são suficientes para provocarem um colapso. Em todo caso, seja qual for a razão que leva as pessoas a caírem ao serem baleadas, o melhor é evitar essa situação por completo.</p>

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Por que as pessoas caem repentinamente quando são baleadas?

Comunicado de imprensa chamou o equipamento de "arma laser na velocidade da luz", gerando uma polêmica sobre o tema. 

<p>O governo do Reino Unido recentemente testou um novo equipamento chamado de "arma laser de velocidade da luz", disparando-a do topo de um veículo de combate do exército britânico. Contudo, o nome tem causado certa polêmica entre especialistas.</p><p>O programa Land Laser Directed Energy Weapon (LDEW) do Ministério da Defesa do Reino Unido foi o responsável por desenvolver a arma, que agora foi testada em um campo de tiro em Porton Down. Segundo o braço do governo, o teste "inovador" foi bem-sucedido, com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128309-pesquisa-revela-como-construir-lasers-ao-estilo-star-wars.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">laser</a> mostrando-se capaz de neutralizar alvos a mais de um quilômetro de distância.&nbsp;</p><h2>Polêmica no nome</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29132007839185.jpg" alt="Exército britânico divulga representação gráfica do laser sendo disparado. (Fonte: Ministério da Defesa do Reino Unido)"><figcaption>Exército britânico divulga representação gráfica do laser sendo disparado. (Fonte: Ministério da Defesa do Reino Unido)</figcaption></figure></figure><p>Após o comunicado de imprensa sobre o novo teste feito pelo exército britânico, uma enorme confusão foi causada. Ao referir-se ao equipamento como uma "arma laser na velocidade da luz", o texto acabou virando piada na internet. O motivo? Embora isso possa soar impressionante para muitas pessoas, todo tipo de laser já viaja na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128365-youtubers-registram-velocidade-da-luz-a-10-trilhoes-de-fps.htm#:~:text=Youtubers%20registram%20velocidade%20da%20luz%20a%2010%20trilh%C3%B5es%20de%20FPS%20%2D%20Mega%20Curioso" rel="noopener noreferrer" target="_blank">velocidade da luz</a>. Inclusive, essa é a velocidade na qual todas as partículas sem massa devem viajar.</p><p>Sendo assim, é basicamente como se estivessem anunciando uma "água molhada" ou algo do gênero. Independente da falha de comunicação, o laser do exército britânico é impressionante de qualquer maneira. A arma é capaz de derrubar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123711-como-nikola-tesla-foi-o-criador-o-primeiro-drone.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">drones</a> inimigos, além de ser leve e portátil.</p><p>Sendo assim, ela pode ser implantada em veículos terrestres sem grandes problemas, trazendo vantagens estratégicas para missões futuras.</p><h2>Novos testes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/29/29132134830190.jpg" alt="Armas laser oferecem proteção contra ataque ataques aéreos e drones. (Fonte: Getty images)"><figcaption>Armas laser oferecem proteção contra ataque ataques aéreos e drones. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Em comunicado oficial, o líder do programa do Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa, Matt Cork, celebrou a primeira fase de testes do equipamento. "O teste bem-sucedido desta arma laser de alta potência marca um momento crucial em nossos esforços contínuos para aprimorar as futuras capacidades operacionais do Exército Britânico", disse.</p><p>Para Cork, a nova tecnologia oferece um meio preciso, poderoso e econômico de derrotar ameaças aéreas, o que garantiria maior proteção para as forças armadas britânicas. Contudo, por mais que as primeiras notícias tenham sido satisfatórias, ainda existem mais algumas etapas pela frente.</p><p>De acordo com o comunicado oficial, mais testes ocorrerão ainda este ano. A ideia é que mais militares possam testar as capacidades e benefícios da arma laser em "cenários do mundo real".&nbsp;</p>

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Exército britânico exibe nova arma laser que parece tirada de uma ficção científica

Saiba tudo sobre como funciona os equipamentos de visão noturna e quem foi o responsável por desenvolver essa importante ferramenta militar.

<p>Você já ouviu falar em visão noturna? Caso você já tenha assistido qualquer filme que envolva combates noturnos entre exércitos ou atos de espionagem no apagar das luzes, é bem provável que você conheça ao menos um pouco desses óculos e miras que fazem paisagens mais escuras ganharem vida.</p><p>A história por trás desses dispositivos remonta a pouco antes da Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha desenvolveu ferramentas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128083-terra-recebe-mensagem-enviada-a-laser-de-16-milhoes-de-km-de-distancia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">infravermelhas</a> primitivas e seus rivais seguiram o exemplo. Mas quem é o real criador do primeiro dispositivo de visão noturna e como esses apetrechos funcionam?&nbsp;</p><h2>Influência da Segunda Guerra Mundial</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/18/18223152821015.jpg" alt="Sistemas de visão noturna podem amplificar a iluminação natural de um ambiente noturno, como a luz da Lua ou das estrelas. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Sistemas de visão noturna podem amplificar a iluminação natural de um ambiente noturno, como a luz da Lua ou das estrelas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>As primeiras tecnologias infravermelhas na Segunda Guerra Mundial amplificavam a luz existente cerca de 1 mil vezes, mas eram volumosas demais, incômodas e necessitavam de grandes holofotes infravermelhos montados em caminhões de plataforma para funcionarem. Assim, utilizá-los faria com que as tropas se tornassem alvos fáceis para seus inimigos.</p><p>Ao longo das décadas de 1940 e 1950, o exército dos Estados Unidos trabalhou com a Radio Corporation of America (RCA), liderada pelo engenheiro Vladimir Zworykin, para aprimorar essa tecnologia. Porém, foi só em meados da década de 1960 que os cientistas conseguiram criar o que hoje é conhecido como a "primeira geração" de dispositivos passivos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112157-tecnologia-pode-criar-visao-noturna-injetavel-nos-olhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">visão noturna</a> — os quais não precisavam de iluminadores infravermelhos para funcionar.</p><p>Já na década de 1970, houve mais avanços na imagem térmica, aprimorada ao longo das décadas seguintes. Desde então, diversas nações ao redor do mundo passaram a usar esse tipo de dispositivo para tentar ganhar algum tipo de vantagem no campo de batalha, com a visão noturna sendo usada em múltiplos confrontos.</p><h2>Funcionamento da visão noturna</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/18/18223320904017.jpg" alt="Imagens térmicas podem capturar a energia infravermelha emitida por pessoas e objetos sem necessitar de luz alguma. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Imagens térmicas podem capturar a energia infravermelha emitida por pessoas e objetos sem necessitar de luz alguma. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Existem duas maneiras principais da visão noturna funcionar. Em primeiro lugar, é preciso existir a intensificação da imagem, pegando a luz ambiente existente e amplificando-a por meio de processos químicos e elétricos. Isso produz a clássica imagem verde brilhante que vemos em filmes e séries por aí.</p><p>Porém, também existe a imagem térmica, que captura a energia infravermelha emitida por pessoas e objetos para criar uma imagem. Isso possui uma grande vantagem por funcionar na escuridão total, mesmo quando não há nem um toque de luz das estrelas para intensificar o ambiente.</p><p>Atualmente, os dispositivos de visão noturna podem amplificar a luz em 50 mil vezes ou mais — e sem precisar ser um trambolho como na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>. Mas se tudo isso não bastasse, pesquisadores seguem trabalhando nesse segmento e a tendência é que esse tipo de tecnologia siga avançando ao longo das próximas décadas.&nbsp;</p>

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Visão noturna: quem inventou (e como funciona) essa tecnologia?

Explore as falhas que nos fazem duvidar da autenticidade e do realismo militar nas telas.

<p>Filmes de guerra visam capturar a atenção e emoção dos espectadores, mas até que ponto devem comprometer a precisão na representação das Forças Armadas? Enquanto algumas liberdades artísticas são essenciais para criar uma narrativa envolvente, certas falhas podem frustrar aqueles que conhecem bem a vida militar. &nbsp;Descubra sete erros frequentes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/89323-7-roteiros-de-hollywood-que-foram-alterados-pelo-pentagono-e-pela-cia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hollywood</a> ao representar militares em filmes.</p><h2>1. A munição interminável</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/15/15154708460305.jpg" alt="Mostrar personagens recarregando suas armas aumenta a verossimilhança da cena. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Mostrar personagens recarregando suas armas aumenta a verossimilhança da cena. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Um dos erros mais irritantes em filmes militares é a representação de armas que nunca são recarregadas. Embora as cenas de recarga sejam frequentemente filmadas durante a produção, elas muitas vezes são cortadas na edição final para manter o ritmo da ação contínua. Isso cria uma desconexão com a realidade, já que armas reais precisam ser recarregadas regularmente.</p><h2>2. Cultura militar e interpretação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/15/15155106300310.jpg" alt="As gírias militares variam entre as Forças Armadas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As gírias militares variam entre as Forças Armadas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Erros na representação da cultura militar e na forma como o pessoal se relaciona podem prejudicar a credibilidade do filme. Um exemplo comum é o uso inadequado de termos e gírias militares. Por exemplo, referir-se a um Sargento do Exército Britânico como "Sarge" é um erro grave, já que essa gíria é mais comum na polícia do que no Exército.</p><h2>3. Uniformes mal modelados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/15/15155213035311.jpg" alt="É importante que os uniformes sejam corretamente representados. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>É importante que os uniformes sejam corretamente representados. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A precisão dos uniformes são detalhes frequentemente observados pelos espectadores atentos. Erros como boinas mal modeladas e uniformes usados incorretamente distraem da experiência cinematográfica. A falta de compreensão das regras de etiqueta militar pode diminuir a imersão do público no filme.</p><h2>4. Medalhas e representações inexatas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/15/15155543791314.jpg" alt="As medalhas são frequentemente exibidas incorretamente nos uniformes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As medalhas são frequentemente exibidas incorretamente nos uniformes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A exibição incorreta de medalhas é um erro que pode ser evitado com pesquisa básica. Por exemplo, mostrar medalhas em uniformes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107940-essas-aranhas-ninjas-sao-mestras-em-camuflagem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">camuflagem</a> ou atribuí-las a eventos históricos inexatos é um equívoco que compromete a precisão histórica e o respeito aos militares que realmente conquistaram essas honras. Detalhes são importantes para manter a integridade da narrativa militar.</p><h2>5. Erros em comunicação e táticas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/15/15155716763315.jpg" alt="Existem formas corretas de comunicação pelo rádio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Existem formas corretas de comunicação pelo rádio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Hollywood muitas vezes representa de forma inadequada o uso de rádio e as táticas militares. Um exemplo é o uso de nomes reais pelo rádio durante operações, o que é uma prática incorreta e potencialmente perigosa, pois compromete a segurança das comunicações. Além disso, a representação equivocada de táticas militares pode distorcer a percepção do público sobre como as operações reais são conduzidas.</p><h2>6. Representação de hierarquia e comando</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/15/15155858661318.jpg" alt="Hollywood não costuma respeitar a ordem hierárquica na cadeia de comando. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Hollywood não costuma respeitar a ordem hierárquica da cadeia de comando. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Erros ao mostrar oficiais de baixa patente dando ordens a oficiais superiores são comuns em filmes militares. Na realidade militar, a estrutura de comando é estritamente respeitada, com oficiais superiores sempre sendo os primeiros a serem saudados e a receberem ordens. Representar isso de maneira inadequada pode transmitir uma imagem distorcida das dinâmicas hierárquicas dentro das <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118206-qual-o-papel-das-forcas-armadas-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Forças Armadas</a>.</p><h2>7. Equipamentos anacrônicos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/07/15/15160226416321.jpg" alt="Frequentemente aparecem dispositivos que não estavam disponíveis no período retratado no filme. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Frequentemente aparecem dispositivos que não estavam disponíveis no período retratado no filme. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O uso de equipamentos que não estavam disponíveis na época retratada no filme é um erro que pode ser facilmente evitado com pesquisa adequada. Por exemplo, a inclusão de dispositivos de comunicação modernos em históricas compromete a autenticidade visual e técnica da produção, afetando a credibilidade do filme.</p>

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