Quantas bombas nucleares já foram usadas até hoje?

26/11/2024 às 06:002 min de leituraAtualizado em 26/11/2024 às 06:00

Quando a primeira explosão nuclear foi desencadeada no deserto do Novo México, em 1945, o mundo entrou em uma nova era — a era nuclear. Desde então, o poder dessas armas impactou profundamente o cenário político e militar global.

O lançamento das bombas em Hiroshima e Nagasaki trouxe uma compreensão assustadora da destruição que essa tecnologia pode causar e, ao longo das décadas seguintes, uma série de testes nucleares foi realizada, especialmente durante a Guerra Fria.

Mas, quantas dessas bombas realmente explodiram? E quais marcas elas deixaram no meio ambiente e na saúde humana?

A era dos testes nucleares

A corrida nuclear resultou em milhares de testes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
A corrida nuclear resultou em milhares de testes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Quando a corrida nuclear se intensificou, vários países passaram a desenvolver suas próprias armas. Durante a década de 1960, o número de testes aumentou drasticamente, com 1962 registrando um recorde de 178 explosões nucleares.

A crise dos mísseis em Cuba naquele ano trouxe um medo palpável de guerra nuclear e estimulou o debate sobre a necessidade de controle de armas.

Em resposta, em 1963, o "Tratado de Proibição Parcial de Testes Nucleares" foi assinado, proibindo testes atmosféricos, espaciais e subaquáticos, embora os subterrâneos ainda tenham continuado por vários anos.

Ao longo das décadas, EUA, União Soviética/Rússia, França, Reino Unido, China, Índia, Paquistão e Coreia do Norte somaram mais de 2 mil testes nucleares. Os EUA lideram com 1.030 testes, enquanto a União Soviética seguiu com 715.

Impactos ambientais e na saúde

Os testes nucleares espalharam radiação, causando graves impactos ambientais e na saúde. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Os testes nucleares espalham radiação, causando graves impactos ambientais e na saúde. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

As explosões nucleares, especialmente as atmosféricas, liberam uma quantidade alarmante de radioisótopos que se espalham globalmente, afetando o meio ambiente e a saúde humana.

Nos anos 1960, um estudo revelou que crianças estavam absorvendo estrôncio-90, um isótopo cancerígeno, por conta da precipitação radioativa. Esse impacto acendeu o alerta para os efeitos nocivos da radiação, impulsionando movimentos de desarmamento e restrições aos testes nucleares.

Estima-se que a precipitação radioativa dos testes nos anos 1950 e 1960 tenha contribuído para milhares de casos de câncer e leucemia. As áreas usadas para testes, como o Atol Rongelap nas Ilhas Marshall, continuam perigosas devido à contaminação radiológica.

Além dos impactos de saúde, as comunidades locais enfrentaram a perda de suas terras e a desestruturação de sua cultura e modos de vida.

Em 1996, o "Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares" foi proposto para banir de vez os testes nucleares e, hoje, um sistema de monitoramento global torna difícil a realização de testes secretos. Contudo, ainda falta a adesão de todas as potências nucleares.

Embora os tratados tenham reduzido significativamente as explosões nucleares, a ameaça permanece: mais de 13 mil ogivas nucleares estão em estoque, um lembrete constante do potencial destrutivo dessa tecnologia.

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