Capacete de Sutton Hoo: um tesouro anglo-saxão

06/01/2025 às 21:002 min de leituraAtualizado em 06/01/2025 às 21:00

Você já imaginou encontrar um pedaço da história que parece saído de um conto épico? Foi exatamente isso que aconteceu em 1939, quando arqueólogos descobriram um capacete medieval em Suffolk, Inglaterra.

Com detalhes que impressionam até hoje, o capacete carrega histórias de reis, guerreiros e até de lendas como o poema épico Beowulf. E não pense que é só uma peça de museu – ele tem um charme que já lhe rendeu o apelido de "Tutancâmon britânico".

Descoberta e reconstrução

Local da escavação em Sutton Hoo, onde foram encontrados fragmentos do famoso capacete anglo-saxão. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Local da escavação onde foram encontrados fragmentos do famoso capacete anglo-saxão. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Imagine a surpresa quando arqueólogos vasculhando um monte de terra em Sutton Hoo encontram fragmentos de um capacete. Não era apenas um capacete, mas o equivalente medieval a um item "de luxo". A peça foi cuidadosamente reconstruída e revelou um design digno de um rei: boné, máscara, protetor de pescoço e bochechas articuladas.

Feito principalmente de ferro, o artefato era enfeitado com ouro, prata e pedras preciosas. As sobrancelhas cravejadas de pedras preciosas terminam em cabeças de javalis minúsculas, simbolizando força e coragem. Para completar o visual, o nariz tinha uma proteção com um desenho de animal, o que faz dele uma peça tão estilosa quanto funcional.

Além de proteger o guerreiro em batalha, ele também era um símbolo de poder. Quem usava um desses não passava despercebido, e nem deveria — afinal, um acessório tão trabalhado era feito para impressionar.

Conexão com lendas

O capacete Sutton Hoo está em exibição no Museu Britânico. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
O capacete de Sutton Hoo está em exibição no Museu Britânico. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O capacete de Sutton Hoo é uma página de um livro de histórias. As semelhanças com o capacete descrito no poema Beowulf, por exemplo, nos fazem pensar se o épico se inspirou em objetos reais. No poema, o capacete do herói é decorado com javalis, assim como o Sutton Hoo. Coincidência? Talvez, mas é provável que a literatura e a realidade tenham se cruzado nesse detalhe.

E tem mais. O túmulo de Sutton Hoo mostra que o sul da Inglaterra naquela época era um lugar bem mais cosmopolita do que imaginamos. Entre os itens encontrados, havia moedas de ouro da França, placas de prata bizantinas e até pedras preciosas que provavelmente vieram da Índia ou do Sri Lanka.

Então, essa descoberta também ajudou a derrubar o mito de que a Idade Média era só escuridão e atraso. Pelo contrário, o capacete de Sutton Hoo mostra que era uma época cheia de trocas culturais, arte sofisticada e, claro, reis que sabiam como fazer uma entrada triunfal.

O capacete de Sutton Hoo é mais do que um artefato de ferro e ouro; ele é uma ponte entre história e imaginação, entre fatos e lendas. E, hoje, ele é uma das joias do British Museum, onde continua encantando quem passa por lá.

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