Estudiosos afirmam que os gatos podem usar o próprio rabo para expressar suas emoções.

Quem tem um gatinho em casa sabe bem que eles movem a cauda de várias maneiras, que vão desde tremer em uma posição ereta, balançar de um lado para o outro, até relar o rabo próximo ao chão. Mas além de usar essa parte do corpo para manter o equilíbrio e controlar os movimentos, será que eles também a usam para comunicar algo? E o quê?A verdade é que especialistas em gatos concordam que os bichanos usam o rabo dentro de um sistema amplo de linguagem corporal, e o usam para comunicar uma gama de emoções. Os gatos podem “falar” o que sentem utilizando seus olhos, ouvidos, corpo e cauda.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/6-fatos-confirmando-que-seu-gato-e-de-fato-estranho" rel="noopener noreferrer" target="_blank">6 fatos confirmando que seu gato é, de fato, estranho</a></li></ul><h2>A comunicação dos gatos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16195036296240.jpg" alt="Seu gatinho tem uma cauda cheia de ossinhos e altamente flexível. (Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Seu gatinho tem uma cauda cheia de ossinhos e altamente flexível. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>De acordo com uma pesquisa publicada no Irish Veterinary Journal, os gatos têm mecanismos diferentes para conseguir expressar emoções como medo, raiva, alegria, satisfação e curiosidade. E uma das maneiras pelas quais fazem isso é justamente utilizando o próprio rabo.Vale lembrar que a cauda de um gato é um órgão complexo que se destaca pela flexibilidade. Ela possui de 18 a 23 ossos pequenos, conhecidos como vértebras caudais, que se interligam como se formassem uma corrente, o que permite que o rabo se mova em muitas direções.&nbsp;<ul><li>Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118759-15-fatos-curiosos-sobre-os-gatos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">15 fatos curiosos sobre os gatos</a></li></ul>Assim que o gato experimenta uma emoção, seu cérebro envia sinais para os músculos da cauda através do nervo que os conecta com o sistema nervoso central. "Essa comunicação ocorre quase instantaneamente, permitindo que os gatos movam suas caudas com a velocidade e a precisão da luz", afirma Reda Mohamed, pesquisadora em anatomia animal na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Washington, em entrevista ao Live Science.<h2>Todos os gatos usam a cauda para se comunicar?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16195147952241.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>A comunicação não funciona da mesma forma para todos os tipos de gatos. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>No entanto, vale lembrar que outros estudos sugeriram que esse uso da cauda não é universal a todos os tipos de gatos. Um estudo de doutorado que teve como tema a comunicação em gatos domésticos e selvagens trouxe algumas novidades dentro deste tema.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/116769-conheca-o-gato-que-superou-tres-naufragios-na-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça o gato que superou três naufrágios na Segunda Guerra Mundial</a></li></ul>O pesquisador constatou que, embora os gatos selvagens exibissem a maior parte dos mesmos comportamentos sociais dos gatos domésticos, eles eram diferentes em alguns sentidos. Por exemplo, os gatos selvagens não usavam o sinal de "cauda para cima" que é frequentemente visto em gatos domésticos quando estão participando de interações amigáveis.&nbsp;Essa constatação sugere que provavelmente o sinal de "cauda para cima" foi desenvolvido durante o processo de domesticação dos gatos. Agora, os pesquisadores seguem com suas pesquisas para entender melhor a comunicação dos felinos como um todo.&nbsp;

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O que o seu gato comunica usando sua cauda?

Primeira dissecação da baleia mais rara do mundo revelou detalhes inesperados.

Imagine uma baleia tão rara que nunca foi vista viva. Parece coisa de filme, mas é real. A baleia-de-dentes-de-espada (Mesoplodon traversii), também chamada de baleia-bicuda-de-bahamonde, é a mais misteriosa das baleias-de-bico.Até agora, apenas seis espécimes haviam sido confirmados no mundo todo, mas nenhum estudo aprofundado tinha sido feito... até uma delas aparecer morta na costa da Nova Zelândia.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/corpo-de-baleia-mais-rara-do-mundo-e-encontrado-em-praia-da-nova-zelandia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Corpo de baleia mais rara do mundo é encontrado em praia da Nova Zelândia</a></li></ul>Esse encontro inesperado virou uma oportunidade de ouro para cientistas realizarem a primeira dissecação dessa espécie.<h2>A anatomia que surpreendeu até os cientistas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/17/17235211368010.jpg" alt="Corpo da baleia encontrado na Nova Zelândia. (Fonte: Te Papa Atawhai Department of Conservation/Reprodução)"><figcaption>Corpo da baleia encontrado na Nova Zelândia. (Fonte: Te Papa Atawhai Department of Conservation/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Vamos começar com as grandes revelações. Quando a equipe começou a dissecação, encontrou algo inusitado: dentes vestigiais na mandíbula superior da baleia.Esses pequenos dentes, que hoje não têm função alguma, são como um “resquício” evolutivo, uma lembrança de tempos em que serviam para alguma coisa. É como se a evolução tivesse deixado de lado uma ferramenta que a espécie simplesmente não precisava mais.E não parou por aí. Outro achado impressionante foi seu sistema digestivo. Enquanto nós, humanos, nos viramos com um único estômago, essa gigante do mar possui nove câmaras estomacais!Cada compartimento parece desempenhar um papel específico na digestão de suas refeições favoritas: lulas. Durante o exame, foram encontrados bicos e lentes oculares desses cefalópodes, além de vermes parasitas, que ainda serão estudados mais a fundo.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/42101-8-fatos-estranhos-e-surpreendentes-sobre-as-baleias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">8 fatos estranhos e surpreendentes sobre as baleias</a></li></ul><h2>Conhecimento ancestral e ciência caminhando lado a lado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/17/17235515926011.jpg" alt="Os jovens Maori da subtribo Ngai Tahu lideraram atividades do projeto. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os jovens Maori da subtribo Ngai Tahu lideraram atividades do projeto. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um dos aspectos mais especiais dessa história foi a colaboração entre cientistas e o povo Maori. Para os membros da subtribo Ngai Tahu, a baleia é um tesouro cultural.Sob a orientação de especialistas indígenas e cientistas, os jovens Maori ajudaram na coleta de dados e no monitoramento das baleias. Essa colaboração reforça a importância de respeitar tanto a ciência quanto as tradições culturais.<ul><li>Veja:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/4-crencas-incriveis-de-culturas-indigenas-pelo-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">4 crenças incríveis de culturas indígenas pelo mundo!</a></li></ul>A baleia foi carinhosamente batizada de Onumia, nome que honra a região onde foi encontrada, em um gesto que resgata a conexão com a natureza e reafirma a importância de proteger esses gigantes misteriosos dos mares.A morte de um animal tão raro é sempre um momento triste, mas o legado deixado por ele pode mudar o futuro da espécie. A descoberta de características como os dentes vestigiais e os nove estômagos abre portas para entender melhor a evolução e os hábitos das baleias-de-dentes-de-espada.Com essas informações preciosas, esperamos estar mais preparados para proteger as baleias- de-bico e garantir que outras espécies misteriosas tenham um futuro mais promissor nos oceanos.

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Anatomia da baleia mais rara de mundo surpreende especialistas

Ao longo de sua vida, Henry já foi pai de cerca de 10 mil filhotes.

Poucos animais vivos são mais surpreendentes que Henry, o crocodilo gigante que comemorou, no dia 16 de dezembro, seu 124º aniversário.Henry habita o Centro de Conservação Crocworld em Scottburgh, África do Sul, desde 1985. Originalmente, ele foi capturado no Delta do Okavango, em Botsuana, em 1903. Conheça a sua incrível história.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/48007-9-dos-repteis-mais-incriveis-e-bizarros-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">9 dos répteis mais incríveis e bizarros do planeta</a></li></ul><h2>A longevidade dos crocodilos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16225040306053.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Os répteis estão entre os animais mais longevos que existem. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Ninguém sabe ao certo quando o crocodilo nasceu, mas estima-se que foi por volta de 1900. Seus cuidadores comemoram anualmente seu aniversário no dia 16 de dezembro.Steven Austad, biólogo que estuda envelhecimento animal na Universidade do Alabama, declarou ao portal Live Science que Henry é claramente muito velho. "Se ele tem 100 ou 130 anos, não sabemos realmente. Uma idade de 124 anos não é inconcebível para um crocodilo", comenta.<ul><li>Leia mais:<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121785-5-fatos-sobre-o-crocodilo-do-nilo-o-maior-predador-africano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;5 fatos sobre o crocodilo do Nilo, o maior predador africano</a></li></ul>Isso porque os répteis são conhecidos justamente por terem uma longevidade impressionante. Os biólogos explicam que uma das formas de estimar a expectativa de vida de um animal é observar o seu tamanho. Os bichos menores geralmente têm vidas mais curtas porque possuem metabolismos mais altos, o que significa que eles queimam mais energia e envelhecem mais rapidamente.Mas o fato é que, mesmo sendo comparados com animais igualmente grandes, os répteis tendem a viver muito mais. O biólogo Steven Austad explica que o fato de eles terem o sangue frio permite que eles conservem energia ao depender de fontes externas de calor para regular sua temperatura corporal.Ele propõe um comparativo com os humanos: "um crocodilo do mesmo tamanho de uma pessoa precisaria comer apenas cerca de 4% do que um mamífero como nós", &nbsp;<h2>A vida de Henry</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16225109137054.jpg" alt="(Fonte: The Sun / Reprodução)"><figcaption>Henry foi capturado em 1903 em Botsuana. (Fonte: The Sun / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os crocodilos seguem crescendo ao longo da vida. Henry pesa cerca de 700 kg e mede nada menos que 5 metros, o que o torna o maior da sua espécie. Por ser tão grande, ele consegue ficar seguro de potenciais predadores.O fato de viver em cativeiro também pode tê-lo ajudado a chegar numa idade tão avançada, já que sempre foi bem alimentado e protegido de acidentes e doenças. "Animais que, por qualquer motivo, vivem em um ambiente seguro tendem a viver mais", diz Austad.<ul><li>Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/cassius-crocodilo-gigante-de-mais-de-120-anos-morre-na-australia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cassius – crocodilo gigante de mais de 120 anos morre na Austrália</a></li></ul>Há ainda outras características biológicas também podem ter contribuído para a longevidade de Henry. Alguns pesquisadores exploram a teoria que proteínas encontradas no sangue de crocodilos do Nilo (a espécie de Henry) podem ter propriedades antibacterianas, o que os ajudaria a combater infecções e doenças. Há também hipóteses sobre como seus microbiomas intestinais podem contribuir para seu potente sistema imunológico.Os biólogos afirmam que estudar o envelhecimento de crocodilos como Henry é algo complexo, já que ele não foi capturado na infância – o que deixa um mistério sobre várias etapas que sua vida. E, como ele vive mais do que os próprios pesquisadores, é ainda mais complicado. "Crocodilos vivem mais do que as carreiras dos cientistas que os estudam", conclui Austad.

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Henry, o crocodilo mais velho do mundo, completa 124 anos

Estudo sugere que a diferença entre neandertais e Homo sapiens foi um processo bem mais lento do que imaginávamos.

Quem nunca se perguntou o quanto os neandertais eram parecidos conosco? Será que éramos uma grande família, compartilhando a mesma árvore genealógica, ou eles eram só "irmãos" evolutivos?Esse debate sobre nossa relação com os neandertais já dura mais de 150 anos, desde que seus fósseis foram encontrados pela primeira vez. Contudo, um estudo recente, conduzido por cientistas do Museu de História Natural de Londres e da KU Leuven, pode finalmente nos dar algumas respostas — ou pelo menos ajudar a avançar a conversa.A conclusão foi publicada no Evolutionary Journal of the Linnean Society.<ul><li>Veja:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109045-conheca-7-fatos-surpreendentes-sobre-os-neandertais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça 7 fatos surpreendentes sobre os neandertais</a></li></ul><h2>O que faz de nós "nós"?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/09/09000811182006.jpg" alt="Homo neanderthalensis. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Homo neanderthalensis. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para entender a discussão, precisamos primeiro falar sobre o que é uma espécie. Em biologia, a regra tradicional é que indivíduos da mesma espécie podem se reproduzir e gerar descendentes férteis. Simples, certo? Só que a vida real, como sempre, adora complicar as coisas.Quando falamos de neandertais e Homo sapiens, temos um daqueles casos "engraçados" da natureza. Apesar de termos cruzado várias vezes, gerando até descendentes férteis, a evolução fez com que as duas espécies se diferenciassem de maneiras bem distintas ao longo do tempo.Contudo, mesmo com a troca genética, as duas espécies estavam, aos poucos, se tornando distintas. Os pesquisadores argumentam que a diferenciação foi um processo gradual, moldado por séculos de isolamento geográfico e ambiental.Ou seja, a transformação não aconteceu de repente; foi mais como um "trabalho de longo prazo" da natureza, ocorrendo lentamente ao longo de 400 mil anos. Afinal, a evolução tem seu próprio tempo.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118948-homo-sapiens-como-chegamos-ate-aqui.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Homo sapiens: como chegamos até aqui?</a></li></ul><h2>Como o ambiente moldou nossas diferentes físicas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/09/09001022217007.jpg" alt="O frio moldava os neandertais, criando corpos robustos e compactos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O frio moldava os neandertais, criando corpos robustos e compactos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Vamos entrar no mundo da evolução de cada um desses grupos. Enquanto os neandertais estavam "curtindo" os frios rigorosos da Eurásia, se adaptaram com corpos robustos, um esqueleto mais compacto e órgãos maiores, ideais para suportar as condições mais severas.Já os Homo sapiens, originários da África, tinham que lidar com o calor escaldante e, por isso, evoluíram com corpos mais esguios e mais eficientes em termos de energia — uma "boa forma" para resistir ao calor intenso. Tudo isso, claro, reflete como o ambiente foi essencial para moldar as características de cada grupo.E o isolamento geográfico também teve seu papel fundamental. Os Homo sapiens começaram sua jornada na África, depois se espalharam e se encontraram com os neandertais na Eurásia. Nesse "encontro", misturaram seus genes, o que nos deixou com alguns vestígios do DNA dos neandertais até hoje.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/humanos-e-neandertais-se-misturaram-geneticamente-mas-onde-isso-aconteceu" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Humanos e neandertais se misturaram geneticamente, mas onde isso aconteceu?</a></li></ul>No final das contas, embora neandertais e Homo sapiens tenham se cruzado, suas trajetórias evolutivas foram distintas. A separação foi um processo gradual, moldado por milhares de anos de adaptação ao ambiente, criando duas espécies únicas, cada uma com sua própria história.

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Humanos modernos e neandertais eram realmente espécies distintas?

A história curiosa e cheia de metáforas por trás de expressões como "pé de laranja" e "pé de manga".

Já parou para pensar por que falamos "pé de laranja" e não simplesmente laranjeira? Essa forma de se referir às plantas é tão comum no dia a dia que raramente questionamos de onde ela veio. Mas, acredite, há toda uma história linguística — e um toque de criatividade — por trás disso.<h2>Origem etimológica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/28/28185500282172.jpg" alt=""><figcaption>"Pé" vem do latim pedis, que significa base ou sustentação. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A palavra "pé" tem muito mais a ver com plantas do que imaginamos. Lá na Antiguidade, em pleno domínio do latim, o termo pes (que significa "pé") já era usado para descrever partes das plantas. Por exemplo, o pedicelo é aquela haste que sustenta a flor ou o fruto, enquanto o pecíolo é a haste que liga a folha ao galho.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118038-10-vegetais-que-voce-nao-sabia-mas-sao-frutas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">10 vegetais que você não sabia, mas são frutas</a></li></ul>Tudo isso vem da raiz "pedis", que além de significar "pé", também carrega a ideia de algo que sustenta ou serve de base. E faz sentido, né? Se o pé humano segura o corpo, essas estruturas seguram folhas, flores e frutos.Agora, aqui vem o pulo do gato: no latim, o tronco das árvores também foi chamado de "pé", ou melhor, pedis. Isso porque ele é a base que sustenta galhos, folhas e todo o resto. Com o tempo, essa ideia de "pé" como base foi expandida, chegando a designar a árvore inteira. Por isso, no Brasil, não é estranho falar "pé de laranja" para se referir à laranjeira inteira.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/plantas-e-frutas/45732-voce-vai-ficar-de-queixo-caido-ao-saber-de-todos-os-beneficios-das-laranjas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Você vai ficar de queixo caído ao saber de todos os benefícios das laranjas</a></li></ul><h2>Quando a cultura dá uma forcinha</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/28/28185716746173.jpg" alt="Pé de alface. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Pé de alface. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mas não é só de história etimológica que vive a expressão "pé de". O jeito como falamos também reflete um toque de praticidade. É mais fácil dizer "pé de limão" do que "limoeiro", concorda? Sem contar que algumas palavras são bem mais simpáticas de ouvir assim. "Pé de abacate", por exemplo, soa mais leve e natural do que "abacateiro".E a coisa não parou por aí. O uso do termo "pé" acabou sendo tão flexível que se espalhou para plantas sem tronco algum. É por isso que falamos "pé de alface" ou "pé de mandioca", mesmo que essas plantas não tenham nada que se pareça com um tronco.<ul><li>Veja:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103913-20-informacoes-curiosas-sobre-frutas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">20 informações curiosas sobre frutas</a></li></ul>Por fim, vale lembrar que até o ato de "plantar" tem uma conexão com os pés. No latim, "plantare" significava literalmente "empurrar no chão com a planta do pé". A ideia de algo que está firmemente conectado ao solo é tão universal que atravessou séculos e influenciou como nomeamos tudo, de árvores frutíferas até as plantas mais simples.

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Por que algumas plantas são chamadas de "pé"?

Ao utilizar uma espécie de fungo bioluminescente, cientistas conseguiram criar uma madeira que brilha no escuro — abrindo novas possibilidades sustentáveis. 

Já imaginou que a madeira, esse material super comum, poderia brilhar no escuro? Pois é, cientistas fizeram isso acontecer e o resultado é algo bem próximo de um cenário futurista. Graças a um fungo bioluminescente, pesquisadores criaram madeira que brilha sozinha, sem precisar de luz externa. O fenômeno natural conhecido como "foxfire", que já encantou muita gente na natureza, agora foi incorporado à ciência, abrindo portas para novas possibilidades.<ul><li style="text-align:justify;">Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120676-planctons-entenda-o-que-sao-porque-brilham-e-sua-importancia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Plânctons: entenda o que são, por que brilham e sua importância</a></li></ul>O projeto que levou à criação dessa madeira luminosa foi liderado por Francis Schwarze, pesquisador do laboratório de Materiais Celulósicos e Madeiras da Empa, na Suíça. A ideia era encontrar um uso mais sustentável para a madeira, que hoje é usada principalmente na queima, e a solução veio através do Desarmillaria tabescens, um fungo que libera luciferina. Esse composto é o responsável pelo brilho natural que, agora, pode ser recriado em peças de madeira.<h2>Como o fungo cria o brilho na madeira</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/04/04191241135259.jpeg" alt="Um toque de magia natural: o fungo Desarmillaria tabescens transforma madeira em uma peça brilhante sem perder sua resistência. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Um toque de magia natural: o fungo Desarmillaria tabescens transforma madeira em uma peça brilhante sem perder sua resistência. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>O fungo Desarmillaria tabescens é o protagonista nesse processo. Embora não seja o único fungo bioluminescente, ele se mostrou ideal para o experimento, pois consegue infiltrar-se na madeira sem comprometer sua estrutura. Ao se espalhar pela madeira, o fungo degrada a lignina, mas preserva a celulose, que mantém a madeira forte e resistente.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/vagalumes-ja-iluminavam-as-noites-na-epoca-dos-dinossauros" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vaga-lumes já iluminavam as noites na época dos dinossauros</a></li></ul>Esse processo cria um híbrido entre a natureza e a matéria, no qual a madeira ganha a capacidade de brilhar no escuro, sem perder suas características funcionais. Após o fungo colonizar a madeira por cerca de três meses, o brilho acontece quando a madeira é exposta ao ar.&nbsp;Nesse momento, ocorre uma reação enzimática que resulta na emissão de uma luz verde com um comprimento de onda de 560 nanômetros. Esse brilho dura cerca de 10 dias, mas os pesquisadores estão otimistas e trabalham para aumentar a intensidade e a durabilidade dessa bioluminescência, o que pode abrir novas possibilidades para o uso desse material.<h2>Potenciais aplicações e o futuro da madeira luminosa</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/04/04191651308266.jpeg" alt="Pequenos blocos de madeira bioluminescente ganham vida ao brilhar no escuro. (Fonte: Francis Schwarze/Reprodução)"><figcaption>Pequenos blocos de madeira bioluminescente ganham vida ao brilhar no escuro. (Fonte: Francis Schwarze/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Agora que o conceito de madeira luminosa se tornou realidade, as possibilidades de uso desse material são inúmeras. Desde sinalização para parques que brilha à noite até elementos decorativos para casas, a madeira bioluminescente pode revolucionar a forma como pensamos na construção e no design.&nbsp;Além disso, como esse processo é feito utilizando um fungo natural, ele oferece uma alternativa mais sustentável em relação ao uso convencional da madeira. A equipe de Schwarze, que lidera a pesquisa, está otimista com o futuro desse material.<ul><li style="text-align:justify;">Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/novo-tipo-de-madeira-pode-revolucionar-o-combate-as-mudancas-climaticas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Novo tipo de madeira pode revolucionar o combate às mudanças climáticas</a></li></ul>"Estamos otimizando os parâmetros de laboratório para aumentar ainda mais a luminosidade", afirmou Giorgia Giovannini, pesquisadora da Empa. Com mais de 70 espécies de fungos bioluminescentes conhecidas, a esperança é que essa tecnologia seja aprimorada, oferecendo um produto cada vez mais funcional e com maior aplicabilidade no dia a dia.

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Madeira que brilha no escuro? Graças à bioluminescência, a novidade pode virar febre

Após décadas de mistério, cientistas desvendam o segredo genético dos gatos de pelagem laranja.

Se você já se perguntou por que os gatos laranja têm aquele charme intrigante, saiba que a ciência finalmente tem uma resposta.Após 60 anos de mistério, duas equipes de geneticistas independentes — uma liderada por Greg Barsh, da Universidade de Stanford, e outra por Hidehiro Toh, da Universidade de Kyushu — desvendaram o segredo genético por trás dessa coloração tão amada.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118759-15-fatos-curiosos-sobre-os-gatos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">15 fatos curiosos sobre os gatos</a></li></ul><h2>Mutação e origem da pelagem laranja</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/09/09112154041101.jpg" alt="O sorteio aleatório dos cromossomos X nas fêmeas cria padrões únicos e intrigantes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O sorteio aleatório dos cromossomos X nas fêmeas cria padrões únicos e intrigantes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cientistas descobriram que a tonalidade vibrante dos gatos laranja é resultado de uma deleção em uma parte do gene Arhgap36, localizado no cromossomo X.Parece complicado? Imagine uma "linha" no DNA que foi apagada, causando uma alteração no comportamento das células de pigmentação. Essa alteração faz com que os melanócitos — as células responsáveis pela cor — troquem pigmentos escuros de eumelanina por tons alaranjados de feomelanina. Resultado? Uma bola de pelos laranja pronta para conquistar corações!A razão pela qual os machos são quase sempre laranja e as fêmeas, às vezes, exibem colchas de retalhos de laranja, preto e branco, está na genética ligada ao sexo. Os machos possuem um único cromossomo X, o que os torna uniformemente laranja.Já as fêmeas, com dois cromossomos X, sofrem um “sorteio” em cada célula, o que cria os padrões únicos e intrigantes de pelagem, como a de tricolores (chita ou calico) ou casco de tartaruga. Fascinante, não?<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125069-as-7-cores-e-pelagens-de-gatos-mais-raras-que-existem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As 7 cores e pelagens de gatos mais raras que existem</a></li></ul><h2>Curiosidades e implicações da descoberta</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/09/09114552638114.jpg" alt="A pelagem laranja dos gatos não afeta sua inteligência ou saúde. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A pelagem laranja dos gatos não afeta sua inteligência ou saúde. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Já ouviu aquele mito de que gatos laranja são menos espertos? Pois saiba que isso não passa de conversa fiada! Não há nenhuma evidência científica que comprove isso. Os gatinhos laranja têm instintos tão afiados quanto qualquer outro felino, e a mutação que causa a pelagem laranja não afeta a saúde deles.<ul><li>Veja:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123626-gatos-laranja-sao-realmente-mais-doceis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Gatos laranja são realmente mais dóceis?</a></li></ul>Além disso, os estudos também revelaram coisas bem interessantes sobre as variações nas pelagens dos gatos. Os gatos tricolores, por exemplo, têm manchas brancas por conta de outra mutação que afeta como as células de pigmento se espalham. Em outras palavras, a genética está criando verdadeiras obras de arte felinas, cada uma com sua própria assinatura.A descoberta do gene responsável pela pelagem laranja em gatos encerra um mistério de longa data, revelando os detalhes por trás de uma das características mais encantadoras desses animais. Agora, quando você encontrar um gatinho laranja (ou um verdadeiro “mosaico” de cores), saberá que está diante de uma combinação genética rara e fascinante.Os artigos detalhando essas descobertas estão atualmente disponíveis online no bioRxiv, aguardando revisão por pares.

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O que torna os gatos laranja especiais? Descubra a ciência por trás da cor

Estudo revela que nossos parentes primatas também performam melhor sob pressão social.

Os chimpanzés, nossos parentes mais próximos na árvore evolutiva, têm mais em comum conosco do que imaginávamos: eles também se saem melhor em tarefas complexas quando sabem que estão sendo observados. Essa descoberta surpreendente foi detalhada em um estudo recente no qual cientistas exploraram como o chamado "efeito plateia" — fenômeno em que a presença de um público altera o desempenho de alguém — se manifesta entre os grandes símios.A pesquisa foi realizada na Universidade de Kyoto, no Japão, em um centro onde chimpanzés convivem regularmente com humanos e participam de experimentos interativos.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Questões evolutivas</h2>Durante seis anos, seis chimpanzés foram testados em desafios cognitivos usando telas sensíveis ao toque. As tarefas variavam de simples a extremamente difíceis: em uma delas, por exemplo, os primatas precisavam memorizar rapidamente a posição de números que desapareciam logo após o primeiro toque.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128399-chimpanzes-se-lembram-de-rostos-tao-bem-ou-melhor-que-nos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chimpanzés se lembram de rostos tão bem ou melhor que nós</a></li></ul>Os resultados foram claros: quanto mais pessoas assistiam, melhor os chimpanzés se saíam nas tarefas mais difíceis. Curiosamente, o oposto também foi verdade. Nas tarefas mais simples, a plateia parecia atrapalhar, reduzindo o desempenho dos animais.&nbsp;Para os cientistas, isso sugere que o efeito plateia não é uma exclusividade humana, mas algo que talvez tenha raízes evolutivas mais profundas, possivelmente anteriores ao surgimento de sociedades baseadas em reputação.<h3 style="text-align:justify;">Necessidade de aprovação?</h3>Mas por que a presença de observadores teria esse impacto? No caso dos humanos, o efeito é frequentemente associado à necessidade de aprovação social ou ao desejo de impressionar. Entre os chimpanzés, que vivem em sociedades hierárquicas, uma explicação semelhante pode fazer sentido.&nbsp;<ul><li style="text-align:justify;">Veja também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127964-chimpanzes-sao-flagrados-usando-taticas-militares-feitas-por-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chimpanzés são flagrados usando táticas militares feitas por humanos</a></li></ul>A presença de outros — sejam chimpanzés ou humanos — pode desencadear uma resposta adaptativa, talvez ligada ao valor social ou à percepção de status dentro do grupo. Isso reforça a ideia de que a sensibilidade ao olhar alheio não surgiu exclusivamente nas complexas sociedades humanas.<h2 style="text-align:justify;">Olhares humanos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/02/02092951778018.jpg" alt="Será que existem outros animais que sofrem com o efeito plateia? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Será que existem outros animais que sofrem com o efeito plateia? (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outro detalhe curioso da pesquisa foi a influência dos observadores humanos. Embora pudesse se esperar que os chimpanzés não se importassem com outra espécie, eles pareceram responder ao público humano quase como fariam com seus próprios pares. Para os pesquisadores, isso pode estar ligado ao ambiente único do estudo, onde os chimpanzés frequentemente interagem e até criam laços com os humanos.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118136-chimpanzes-entediados-conversam-por-video-em-zoologicos-tchecos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chimpanzés entediados 'conversam' por vídeo em zoológicos tchecos</a></li></ul>Entretanto, os cientistas ainda não têm respostas definitivas sobre os mecanismos neurológicos por trás dessas mudanças comportamentais. Eles reconhecem que há muito a ser explorado, tanto em primatas quanto em humanos. Estudos futuros podem ajudar a desvendar o que torna o efeito plateia tão universal — e como ele pode ter moldado o comportamento social em diferentes espécies.A pesquisa também levanta questões interessantes sobre como encaramos nossa própria natureza. Se até os chimpanzés melhoram (ou tropeçam) sob os olhares atentos de uma audiência, talvez a pressão social seja um dos ingredientes fundamentais que ajudaram a moldar a evolução da inteligência e do comportamento colaborativo em primatas. Afinal, se brilhar sob os holofotes é algo que compartilhamos com eles, quem sabe o que mais ainda temos em comum?

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Sob os holofotes: como a "plateia" afeta o comportamento dos chimpanzés

Uma nova pesquisa propõe uma explicação inovadora sobre o que diferencia a cultura humana.

A cultura humana sempre foi vista como um diferencial entre nós e outras espécies, destacando-se especialmente pela nossa capacidade de acumular e evoluir conhecimentos. Porém, um estudo recente de Thomas Morgan, da Universidade Estadual do Arizona, e Marcus Feldman, da Universidade de Stanford, publicado na Nature Human Behavior, desafia essa visão.Segundo os pesquisadores, o que realmente nos torna únicos não é apenas a acumulação de conhecimentos, mas a incrível flexibilidade com que conseguimos adaptá-los e transformá-los de maneiras que nenhuma outra espécie é capaz.<h2>A flexibilidade da cultura humana</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/01/01235056193025.jpg" alt="A flexibilidade da cultura humana está na capacidade única de adaptar e transformar conhecimento de forma criativa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A flexibilidade da cultura humana está na capacidade única de adaptar e transformar conhecimento de forma criativa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Durante muito tempo, acreditou-se que a capacidade de acumular conhecimento e comportamentos ao longo das gerações era o grande diferencial da cultura humana. Contudo, as descobertas de Morgan e Feldman, somadas a estudos sobre o comportamento animal, revelam que essa característica não é exclusiva dos humanos.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/cerebro-humano-pode-armazenar-10-vezes-mais-informacoes-do-que-se-imaginava" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cérebro humano pode armazenar 10 vezes mais informações do que se imaginava</a></li></ul>Várias espécies também demonstram acumulação cultural e adaptação comportamental. O que nos diferencia, de fato, é a habilidade de moldar e transformar nossa cultura de forma dinâmica e criativa. Não se trata apenas de preservar o que sabemos, mas de usar esse conhecimento para resolver problemas e inovar em resposta a desafios inéditos.É isso que possibilita feitos tão diversos quanto preparar uma refeição ou desenvolver tecnologias avançadas. E essa flexibilidade não tem paralelos no reino animal. Ela nos permite adaptar nossos conhecimentos a praticamente qualquer contexto, garantindo que a cultura humana continue se expandindo de maneira ilimitada.<ul><li>Veja:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/evolucao-humana-nao-e-coisa-do-passado-no-tibete-ela-esta-acontecendo-agora" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Evolução humana não é coisa do passado: no Tibete, ela está acontecendo agora!</a></li></ul><h2>Comparações com outras espécies</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/01/01235314146027.jpg" alt="As formigas cortadeiras adaptam fungos para sua colônia, mostrando que a cultura também está presente no reino animal. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As formigas-cortadeiras adaptam fungos para sua colônia, mostrando que a cultura também está presente no reino animal. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Outras espécies também possuem formas fascinantes de cultura, demonstrando aprendizado e transmissão de conhecimento. Os corvos da Nova Caledônia, por exemplo, fabricam ferramentas para obter alimentos, enquanto chimpanzés usam gravetos para capturar cupins, evidenciando processos culturais rudimentares.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113059-corvos-criaturas-peculiares-e-inteligentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Corvos: criaturas peculiares e inteligentes</a></li></ul>As formigas-cortadeiras também são um exemplo notável: elas mantêm uma relação simbiótica com fungos há milhões de anos, adaptando-os às necessidades da colônia. Esses comportamentos mostram que a cultura não é exclusivamente humana, mas existe em diferentes níveis na natureza.Ainda assim, essas espécies possuem limites claros. Enquanto elas acumulam e transmitem conhecimento, nós temos uma capacidade de reinventar e adaptar de forma incomparável.Desse modo, o estudo nos leva a repensar o que torna a cultura humana especial. Mais do que acumular conhecimento, é nossa capacidade de adaptação e flexibilidade que nos diferencia. Assim, a cultura humana é um processo dinâmico e infinito, em constante transformação, capaz de se moldar e crescer de formas que ainda nem imaginamos.

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O que nos torna únicos? Afinal, o quanto a cultura humana realmente é diferente da animal?

Embora possuam sistemas nervosos mais simples, os crustáceos sentem dor da mesma forma que os mamíferos, apontam os testes realizados com EEG.

Baseados em uma teoria de que os invertebrados, como os caranguejos, possuem sistemas nervosos simples, incapazes de interpretar e sofrer com estímulos nocivos (leia-se tortura), submetemos os bichos a mortes cruéis antes de devorá-los. Esses crustáceos são “normalmente” cozidos vivos em água fervente ou com inserção de objetos pontudos no cérebro.Tentando oferecer uma morte mais humana a esses animais dos quais nos alimentamos, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Gotemburgo (GU), na Suécia, investigaram a existência de nociceptores (receptores nervosos que detectam estímulos potencialmente danosos) em caranguejos-verdes (Carcinus maenas), examinado respostas do sistema nervoso central.<ul><li>Descubra:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127733-por-que-bilhoes-de-caranguejos-sumiram-do-alasca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que bilhões de caranguejos sumiram do Alasca?</a></li></ul>No estudo, publicado na revista Biology, eles se concentraram em mariscos que não são abrangidos atualmente pela legislação de bem-estar animal da União Europeia, como camarões, lagostas, caranguejos e lagostins. Essas leis reconhecem uma série de animais como seres sencientes, ou seja, capazes de sentir, e os protege contra o sofrimento desnecessário.&nbsp;<h2>Medindo a dor em caranguejos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/05/05003404540013.jpg" alt="Locais onde foram testados estímulos dolorosos químicos (em vermelho) e mecânicos (em preto). (Fonte: Kasiouras et al., Biology, 2024/Divulgação)"><figcaption>Locais onde foram testados estímulos dolorosos químicos (em vermelho) e mecânicos (em preto). (Fonte: Kasiouras et al., Biology, 2024/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Primeiros a conduzir estudos neurobiológicos para medir a atividade cerebral de um caranguejo-verde, os autores usaram medições no estilo eletroencefalograma (EEG) para mostrar reações neurais claras no cérebro do crustáceo enquanto submetido a estimulação mecânica ou química.Em um comunicado de imprensa, o autor principal do artigo, Eleftherios Kasiouras, doutorando na GU, afirma: “Nós pudemos ver que o caranguejo tem algum tipo de receptor de dor em seus tecidos moles, porque registramos um aumento na atividade cerebral quando aplicamos um produto químico potencialmente doloroso, uma forma de vinagre, aos tecidos moles do caranguejo. O mesmo aconteceu quando aplicamos pressão externa a várias partes do corpo”.A atividade do SNC no cérebro do C. maenas&nbsp;foi observada quando os tecidos moles das garras, antenas e pernas foram submetidos a algum tipo de estresse. Essas respostas sugerem que os caranguejos-verdes devem ter alguma forma de sinalização de dor dessas partes do corpo para o cérebro. Ela foi mais curta e poderosa em estresse físico, e mais longa em estresse químico.<h2>Implicações práticas para o estudo da dor em caranguejos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/05/05004205547014.jpg" alt="Sistema nervoso de um caranguejo-da-costa. (Fonte: Kasiouras et al., Biology, 2024/Divulgação)"><figcaption>Sistema nervoso de um caranguejo-da-costa. (Fonte: Kasiouras et al., Biology, 2024/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Como este é um dos primeiros estudos a testar respostas semelhantes à dor em todo o corpo vivo de um crustáceo por meio de sinais eletrofisiológicos, "mais pesquisas são necessárias para definir claramente as propriedades dos nociceptores nesta espécie e em outros crustáceos decápodes", diz o estudo.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128668-crustaceo-transparente-de-olhos-gigantes-e-descoberto-nas-bahamas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Crustáceo transparente de olhos gigantes é descoberto nas Bahamas</a></li></ul>A expectativa dos autores é que suas descobertas possam orientar novas práticas de bem-estar animal para garantir o mínimo de sofrimento possível."Podemos supor que camarões, lagostins e lagostas também podem enviar sinais externos sobre estímulos dolorosos ao cérebro, que processará essas informações", conclui Kasiouras.

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