Com origens no povo Akan, os adinkras são mais do que estampas: são filosofia, história e resistência.

Se você já reparou em grades, tatuagens ou estampas com figuras que parecem simples, mas carregam uma elegância peculiar, pode ter encontrado um símbolo Adinkra sem saber. Esses ideogramas, criados pelo povo Akan — especialmente pelos Ashanti e Gyaaman de Gana e Costa do Marfim —, são um tesouro cultural africano que combina arte, sabedoria e espiritualidade.&nbsp;O termo "adinkra" tem raízes no idioma Twi, onde "kra" significa alma, e seu uso inicial estava associado a funerais, como uma despedida simbólica ao espírito do falecido, tanto que seu significado é "adeus". Estampados em tecidos exclusivos da realeza e líderes espirituais, os adinkras eram, originalmente, uma tecnologia visual sofisticada para comunicar valores, filosofias e histórias.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Filosofia africana</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/08/08171631248001.jpg" alt="Os símbolos adinkras foram trazidos principalmente durante a escravidão. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Os símbolos adinkras foram trazidos principalmente durante a escravidão. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A história dos adinkras está profundamente conectada ao desenvolvimento cultural dos povos Akan. Segundo relatos, os símbolos surgiram no reino de Gyaaman, onde eram usados em cerâmicas e tecidos. Após um conflito militar no século 19, o conhecimento do processo de criação foi incorporado pelos Ashanti, que refinaram e expandiram o uso dos símbolos.&nbsp;<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/conheca-o-vodu-a-incompreendida-religiao-que-nasceu-na-africa" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça o Vodu, a incompreendida religião que nasceu na África</a></li></ul>Inicialmente esculpidos em cabaças e estampados com tintas naturais, como o adinkra aduru feito da casca da árvore badie, os desenhos eram aplicados em tecidos usados em ocasiões solenes. Com o tempo, os Ashanti integraram elementos próprios, tornando os adinkras um reflexo da filosofia e da complexidade da vida africana.&nbsp;Cada um desses símbolos é como uma cápsula de sabedoria, transmitindo ensinamentos por meio de provérbios, crenças ou características de elementos naturais, tendo impacto muito além da África. Durante as diásporas africanas, os adinkras viajaram e encontraram novos significados entre comunidades afrodescendentes, especialmente nas Américas.<ul><li>Veja também: <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/104529-conheca-a-igreja-gabola-na-qual-voce-pode-adorar-a-deus-e-ao-alcool.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Conheça a Igreja Gabola, na qual você pode adorar a Deus e ao álcool</a></li></ul>Aqui no Brasil, é comum encontrar um símbolo específico, o Sankofa, em milhares de portões e janelas, refletindo uma herança deixada pelo período da escravidão. Isso porque muitos africanos trazidos como escravizados eram habilidosos serralheiros e carpinteiros, o que permitiu que suas tradições e símbolos fossem incorporados à arte e à arquitetura local.&nbsp;Contudo, mais do que uma forma de expressão artística, o sankofa é um grito de resistência, pois carrega um profundo significado: ele nos lembra da importância de olhar para o passado, aprender com os erros e usar esse conhecimento para construir um futuro melhor.<h2 style="text-align:justify;">Riqueza cultural</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/08/08171313322000.jpg" alt="É praticamente impossível que alguém que cresceu no Brasil nunca tenha visto o símbolo sankofa, que parece um coração. (Fonte: Ariely Diniz, Wikimedia Commons/ Reprodução)"><figcaption>É praticamente impossível que alguém que cresceu no Brasil nunca tenha visto o símbolo sankofa, que parece um coração. (Fonte: Ariely Diniz, Wikimedia Commons/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Apesar de estarem presentes em diversos lugares, os adinkras vão além da beleza decorativa, carregando profundos significados culturais. Embora subestimados pelos colonizadores, que viam a África como dominada pela oralidade, hoje são reconhecidos como parte da rica tradição escrita e artística do continente.Refletir sobre o adinkra é também um convite a repensar a narrativa ocidental sobre a África. Longe da visão reducionista que ignora a diversidade e a complexidade cultural do continente, esses símbolos nos lembram de uma rica tradição de escrita e registro material africanos, ofuscada por séculos de colonização. Eles não são apenas símbolos; são fragmentos vivos de uma tecnologia ancestral que une passado, presente e futuro em um diálogo eterno.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125158-quando-comecou-a-escravidao-de-pessoas-negras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Quando começou a escravidão de pessoas negras?</a></li></ul>Com o avanço do turismo e da globalização, os símbolos Adinkra ganharam novos usos, aparecendo em universidades e designs comerciais como marcas de prestígio e autenticidade. No entanto, é essencial preservar suas raízes e significados, já que cada símbolo nos convida a refletir sobre nossa humanidade e as histórias que nos moldam.Ao observar um adinkra, seja em um portão, uma estampa ou um objeto cotidiano, é impossível não se maravilhar com a profundidade de um símbolo que, em poucos traços, encapsula séculos de história, resistência e sabedoria. Afinal, como o sankofa nos ensina, é olhando para o passado que encontramos as ferramentas para construir um futuro mais consciente e conectado às nossas raízes.

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Adinkra: os símbolos africanos que conectam o passado ao futuro

Mesmo as restaurações bem intencionadas podem acabar em resultados terríveis. 

A conservação da arte envolve o uso de técnicas incríveis que são empregadas para preservar as obras-primas da história para a apreciação das futuras gerações. No entanto, muitas vezes, especialistas e leigos acabam obtendo péssimos resultados.Isso pode acontecer por várias razões, como falta de conhecimento, decisões erradas ou só descuido mesmo. O fato é que, em certos momentos, essas terríveis tentativas de restauração desfiguraram obras de arte bastante famosas. O mais irônico é às vezes as restaurações ruins ficam até mais conhecidas que o original.<ul><li>Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/114969-lembra-do-ecce-homo-nova-restauracao-desastrosa-viraliza-na-web.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lembra do Ecce Homo? Nova restauração desastrosa viraliza na web</a></li></ul><h2>1. O teto da Capela Sistina com pinturas lavadas em excesso</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/03/03194748538060.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Uma limpeza apagou detalhes do teto da Capela Sistina. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Pintado por Michelangelo no início do século XVI, o teto da Capela Sistina é uma das obras mais icônicas da arte ocidental. Entretanto, um projeto de restauração executado entre 1980 e 1994 simplesmente danificou esse patrimônio artístico.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127630-obra-perdida-de-gentileschi-e-redescoberta-em-deposito-e-restaurada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Obra perdida de Gentileschi é redescoberta em depósito e restaurada</a></li></ul>Críticos disseram que a restauração retirou alguns dos detalhes originais de Michelangelo, como as suas sutis técnicas de sombreamento, conhecidas como chiaroscuro. A limpeza em excesso alterou a profundidade e a textura pretendidas por Michelangelo para a sua obra-prima. O Vaticano, por outro lado, se defendeu argumentando que o projeto foi um esforço necessário para preservar a obra.<h2>2. A nova pintura de A Última Ceia</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/03/03195139719064.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>Uma restauração de&nbsp;A Última Ceia apagou elementos da pintura de Da Vinci. (Fonte: GettyImages / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A Última Ceia,&nbsp;de Leonardo da Vinci, é uma obra-prima renascentista que também sofreu danos por conta de tentativas de restauração. O caso mais famoso ocorreu no século XVIII e foi executado pelo pintor Giuseppe Mazza, que tentou "consertar" o afresco retocando a obra original.<ul><li>Conheça mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/ninguem-sabe-mas-leonardo-da-vinci-foi-um-grande-perfumista" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ninguém sabe, mas Leonardo Da Vinci foi um grande perfumista</a></li></ul>Acontece que Mazza usou tintas a óleo em vez de têmpera, o que acabou obscurecendo a delicada pincelada de Da Vinci, além de acelerar a degradação do afresco. Por sorte, técnicas mais modernas conseguiram estabilizar a pintura, mas muito do que foi feito pelo pintor italiano acabou se perdendo.<h2>3. A restauração horrorosa da estátua de São Jorge</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/03/03195321092065.jpg" alt="(Fonte: Youtube / Reprodução)"><figcaption>O São Jorge do século XVI na Igreja de San Miguel de Estella foi transfigurado por um amador. (Fonte: Youtube / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em 2018, foi feita uma tentativa desastrada de restauração de uma escultura de madeira de São Jorge do século XVI que fica na Igreja de San Miguel de Estella, na Espanha. A estátua, que mostra São Jorge matando o dragão, foi confiada a um professor de arte sem experiência em conservação.&nbsp;O resultado foi escandaloso: o santo foi repintado com bochechas cor de rosa, uma expressão ensimesmada e uma paleta de cores que não se relaciona com a sua época original. O caso provocou indignação entre historiadores e especialistas em conservação artística, que lamentaram os danos irreversíveis ao artefato.<h2>4. A restauração cômica de Ecce Homo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/03/03194927504061.jpg" alt="(Fonte: MDig / Reprodução)"><figcaption>A idosa Cecilia Giménez tornou o afresco Ecce Homo mundialmente famoso. (Fonte: MDig / Reprodução)</figcaption></figure></figure>E talvez o caso recente mais famoso seja esse: em 2012, um afresco de Jesus Cristo chamado&nbsp;Ecce Homo ficou mundialmente famoso por conta de uma tentativa amadora de restauração que foi, no mínimo, uma tragédia. A obra é de autoria do artista do século XIX Elías García Martínez, e fica na igreja do Santuário da Misericórdia em Borja, Espanha.&nbsp;O cômico da história é que quem fez isso foi uma senhorinha bastante religiosa chamada Cecilia Giménez que, cheia de boas intenções, tentou restaurar a obra deteriorada. Mas houve até um lado bom nessa história: a restauração terrível acabou transformando a pequena cidade de Borja em um destino turístico. Até hoje, visitantes vão até lá para ver o afresco pessimamente reformado.

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4 restaurações catastróficas de obras de arte

Cientistas confirmar que pinturas na Caverna Maltravieso, na Espanha, são as mais antigas do mundo, feitas há mais de 66 mil anos pelos neandertais.

A Caverna Maltravieso, em Cáceres, Espanha, guarda um legado impressionante: 71 silhuetas de mãos feitas há mais de 66 mil anos. Estudos recentes revelaram que essas pinturas não são obra de humanos modernos, mas sim de neandertais, desafiando o conceito de que nossa espécie é a única capaz de expressar criatividade. Feitas ao soprar pigmentos ao redor das mãos, as marcas resistiram ao tempo, tornando-se um marco crucial para reescrever a história da evolução artística.<ul><li style="text-align:justify;">Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/crianca-encontra-machado-prehistorico-usado-por-neandertais" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Criança encontra machado pré-histórico usado por neandertais</a></li></ul>Pesquisadores da Universidade de Southampton usaram datação urânio-tório para analisar as crostas de carbonato que se formaram sobre as pinturas, determinando que as obras são pelo menos 20 mil anos mais velhas que a chegada dos humanos modernos à Europa. Essa descoberta evidencia que os neandertais, longe de serem apenas “brutos”, eram artistas pioneiros, capazes de deixar mensagens simbólicas.<h2 style="text-align:justify;">A história por trás da Caverna Maltravieso</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16174026759199.jpg" alt=" A entrada cercada da Caverna Maltravieso, no oeste da Espanha. (Fonte: Mario Modest/Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>A entrada cercada da Caverna Maltravieso, no oeste da Espanha. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>A descoberta da caverna em 1951 já intrigava os arqueólogos, mas foi apenas décadas depois, com avanços tecnológicos, que sua verdadeira importância emergiu. A técnica de datação usada revelou que essas pinturas datam do Paleolítico Médio, um período entre 300 mil e 50 mil anos atrás, quando os neandertais dominavam a Europa.Os artistas antigos utilizaram pigmentos soprados em torno das mãos, criando silhuetas que carregam não apenas criatividade, mas também simbolismo. “Essas pinturas são a prova mais antiga de arte rupestre, anteriores à chegada dos humanos modernos”, afirmou o arqueólogo Chris Standish. Sua equipe acredita que as obras refletem um senso de identidade e conexão social entre os neandertais.<ul><li style="text-align:justify;">Veja também:&nbsp;<a href="http://Humanos%20e%20neandertais%20se%20misturaram%20geneticamente,%20mas%20onde%20isso%20aconteceu?" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Humanos e neandertais se misturaram geneticamente, mas onde isso aconteceu?</a></li></ul>Essas descobertas mudam o entendimento sobre a cognição dos neandertais, sugerindo que eles tinham habilidades intelectuais e emocionais semelhantes às nossas, incluindo a capacidade de deixar um legado artístico.<h2 style="text-align:justify;">Neandertais: mais do que sobreviventes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/12/16/16190413153214.jpg" alt="Artistas incompreendidos? Estudo mostra que neandertais tinham técnicas sofisticadas para a época. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Artistas incompreendidos? Estudo mostra que neandertais tinham técnicas sofisticadas para a época. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Por muito tempo, os neandertais foram vistos como inferiores em relação aos Homo sapiens, mas a Caverna Maltravieso prova o contrário. Suas pinturas mostram que essa espécie tinha não apenas criatividade, mas também intenção simbólica, algo antes associado apenas à nossa linhagem.As silhuetas de mãos, aparentemente simples, revelam uma história rica e complexa. Estudos indicam que os neandertais usavam pigmentos e técnicas elaboradas, reforçando que eram mais sofisticados do que se acreditava. Eles deixaram marcas que transcendem milênios, desafiando a ideia de que arte e cultura pertencem apenas aos Homo sapiens.<ul><li style="text-align:justify;">Saiba mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/fabrica-de-piche-neandertal-de-65-mil-anos-e-encontrada-em-gibraltar" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"Fábrica de piche" neandertal de 65 mil anos é encontrada em Gibraltar</a></li></ul>Essas obras são muito mais do que desenhos; são evidências de que a criatividade é universal. A Caverna Maltravieso não é apenas um local arqueológico, mas também um testemunho duradouro de que os neandertais, assim como nós, buscavam expressar e preservar sua existência.

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Desenhos de mãos em caverna espanhola são as mais antigas do mundo

Segundo historiadores, representação de seio feminino feito no teto da Capela Sistina poderia ser um indicador de que o artista estaria representando um câncer de mama. 

Por séculos, visitantes fiéis e curiosos têm enchido a Capela Sistina impressionados com a obra de Michelangelo Buonarroti que reimagina cenas do livro da Bíblia Gênesis. Entre os 300 personagens representados no teto, poucos perceberam que uma das figuras pode carregar um segredo sombrio: o destino de morrer em breve.<ul><li>Leia mais:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128344-vacina-contra-cancer-de-mama-triplo-negativo-apresenta-bons-resultados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vacina contra câncer de mama triplo negativo apresenta bons resultados</a></li></ul>Uma investigação detalhada revelou que os traços únicos do seio esquerdo de uma mulher na pintura sugerem uma doença fatal, e não qualquer doença – mas um caso avançado de câncer de mama. Um grupo internacional de especialistas concluiu que a forma como Michelangelo retratou o corpo dessa mulher, localizada na cena do dilúvio bíblico, indica conhecimento médico. A representação da enfermidade teria sido uma escolha intencional do artista.<h2>A intenção artística de Michelangelo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/09/09104614678004.jpg" alt="Imagem aproximada da pintura de Michelangelo mostra que artista teria tentado criar características do câncer de mama. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Imagem aproximada da pintura de Michelangelo mostra que artista teria tentado criar características do câncer de mama. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Aos 30 e poucos anos, Michelangelo já era um artista experiente quando aceitou o trabalho imenso de pintar a Capela Sistina, mesmo com certa resistência. Conhecido por seu domínio da anatomia humana e sua atenção aos detalhes, é pouco provável que um artista com seu talento e precisão cometesse erros ao retratar a figura humana.<ul><li>Veja também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128451-por-que-leonardo-da-vinci-e-michelangelo-eram-rivais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que Leonardo Da Vinci e Michelangelo eram rivais?</a></li></ul>Por isso, o que alguns considerariam um “erro” em uma de suas personagens, os especialistas agora interpretam como uma deformidade proposital no seio da mulher. A análise médica focou em sinais específicos na pintura, incluindo a retração na pele ao redor da aréola e leves inchaços próximos da axila, características típicas do câncer de mama.&nbsp;Em uma foto médica, esses sinais seriam considerados evidências claras da doença. O oncologista que estudou o detalhe disse que a pintura sugere uma predisposição genética ao câncer, comum na Europa desde épocas remotas. Para os especialistas, esses traços demonstram que a escolha do artista foi pensada para simbolizar a mortalidade e a punição divina.<h2>Representação da morte</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/11/09/09104753948006.jpg" alt="Riqueza de detalhes pode indicar que Michelangelo teria certo conhecimento médico. (Fonte: Getty Images)"><figcaption>Riqueza de detalhes pode indicar que Michelangelo teria certo conhecimento médico. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A intenção de Michelangelo em retratar o câncer em sua obra foi, segundo os especialistas, uma forma de explorar a efemeridade da vida. O grupo de pesquisadores propôs que o simbolismo do câncer no teto da Capela Sistina carrega uma mensagem profunda sobre o pecado e a mortalidade. Como disse o grupo: “A representação de um provável câncer de mama está ligada ao conceito de impermanência da vida e tem o significado de punição.”<ul><li>Relacionado: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121970-por-que-nao-se-pode-fotografar-na-capela-sistina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Por que não se pode fotografar na Capela Sistina?</a></li></ul>Essa não foi a única vez que Michelangelo explorou a imagem da doença. Anos depois, ele esculpiu uma representação feminina para o túmulo de Giuliano de' Medici, na qual o seio da figura exibe características semelhantes. Esse detalhe, aliás, chamou a atenção de oncologistas em 2000, levantando questões sobre a familiaridade do artista com doenças graves e a intenção de usá-las como metáforas em suas obras.Assim, ao contrário do que muitos pensam, Michelangelo não usou um modelo com a doença para pintar a figura da mulher na Capela Sistina. Como destacam os pesquisadores: “Michelangelo não recorreu a modelos vivos (masculinos ou femininos) para retratar o Gênesis.” Em vez disso, ele criou uma composição que mescla conceitos bíblicos e idealizações anatômicas. Esse simbolismo oculto, após séculos despercebido, é mais uma prova de que a genialidade de Michelangelo.

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Detalhe escondido em obra de Michelangelo parece representar doença mortal

Saiba mais sobre a história e os fenômenos que cercam a personagem que está completando meio século.

Hello Kitty, a figura mais famosa do mundo, está prestes a completar 50 anos em 1.º de novembro de 2024! Desde que surgiu, ela conquistou corações e prateleiras ao redor do globo, se tornando um verdadeiro símbolo de fofura e amizade. Mas, você sabia que por trás dessa carinha adorável existe uma rica história e algumas curiosidades incríveis?<h2>A origem da Hello Kitty</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/21/21190503279315.jpg" alt="Hello Kitty e Mimmy. (Fonte: Sanrio/Reprodução)"><figcaption>Hello Kitty e Mimmy. (Fonte: Sanrio/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A <a href="https://www.megacurioso.com.br/desenhos-animados/45445-o-mundo-caiu-voce-sabia-que-a-hello-kitty-nao-e-uma-gata.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hello Kitty</a>, cujo nome verdadeiro é Kitty White, nasceu em Londres em 1.º de novembro de 1974. E, antes que você pense que estamos falando de uma gatinha, deixa eu esclarecer: a Hello Kitty é, na verdade, uma garotinha!Apesar dos bigodes e dos traços felinos, os criadores descrevem a personagem como uma "garota feliz e divertida que adora espalhar alegria pelo mundo". Ela mora em Londres, com sua irmã gêmea, Mimmy — uma fofura que usa um laço amarelo.Com seu lema adorável, “Muitos amigos nunca são demais!”, Hello Kitty tem um time incrível de amigos, incluindo seu namorado Dear Daniel e a sempre estilosa My Melody.A personagem já fez colaborações incríveis com marcas renomadas, da Adidas à MAC, provando que, quando se trata de conquistar o mundo, ela não tem limites!<h2>Conheça mais algumas curiosidades</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/10/21/21190814413316.jpg" alt="Hello Kitty Grand Cafe. (Fonte: Sanrio/Reprodução)"><figcaption>Hello Kitty Grand Cafe. (Fonte: Sanrio/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Falando em conquistas, a personagem é uma verdadeira celebridade cultural! Em 2016, ela até decidiu se aventurar na política e concorreu à <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117412-3-fatos-curiosos-sobre-a-posse-de-presidentes-dos-estados-unidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">presidência dos Estados Unidos</a> no Partido da Amizade. Sim, você leu certo! Imagine que legal seria ter a Hello Kitty como presidente.Além disso, a personagem e seus amigos já apareceram em diversos programas de TV. Mas, as curiosidades não param por aí! A Hello Kitty tem seus próprios cafés temáticos, onde os fãs podem saborear delícias decoradas. O carro-chefe é o Hello Kitty Grand Cafe, em Irvine, Califórnia (EUA), onde o clima é todo fofo e os pratos são um deleite para os olhos.E, claro, temos o <a href="https://www.megacurioso.com.br/turismo-e-viagens/69750-parque-tematico-da-hello-kitty-um-bom-lugar-para-conhecer-antes-de-morrer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">parque temático Sanrio Puroland</a>, localizado nos arredores de Tóquio, no Japão. O parque oferece passeios, shows e encontros com personagens, fazendo com que cada visita seja uma experiência mágica.Por outro lado, não podemos esquecer das polêmicas! Como o caso do infame Hello Kitty AK-47, uma série de armas de fogo decoradas com a imagem da Hello Kitty. A Sanrio rapidamente se pronunciou, afirmando que não autorizou a fabricação de armas. Ufa! Vamos combinar que não é essa a vibe da garotinha com laço vermelho.Com 50 anos de história, a Hello Kitty é uma verdadeira lenda que não parece estar disposta a sair de cena tão cedo. Ela nos ensina que a amizade pode atravessar fronteiras e unir pessoas. Afinal, quem não quer um pouco de fofura em sua vida?

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Hello Kitty 50 anos: curiosidades sobre a personagem que conquistou o mundo

Quadro A Noite Estrelada, de Vincent van Gogh, guarda vários segredos.

O quadro A Noite Estrelada, do pintor holandês Vincent van Gogh, é uma das obras mais famosas da história da arte. Criado em 1889, o quadro retrata a vista da janela de um quarto do hospício de Saint-Rémy-de-Provence, pouco antes do nascer do sol.Milhares de pessoas já ficaram fascinadas diante desta intrigante peça de van Gogh, que mostra um céu agitado e rodopiante. Agora, uma análise mais aprofundada mostrou mais detalhes surpreendentes: as pinceladas da obra-prima são consistentes com a dinâmica de fluidos da atmosfera da Terra.<h2>As descobertas em torno do quadro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/19/19201335403365.jpg" alt="(Fonte: GettyImages / Reprodução)"><figcaption>O quadro A Noite Estrelada&nbsp;está entre os mais famosos da história da arte. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A análise foi elaborada por uma equipe liderada pelo físico Yinxiang Ma da Universidade de Xiamen, na China, e mostra que o mais famoso quadro de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125207-5-fatos-pouco-conhecidos-sobre-van-gogh.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vincent van Gogh</a> obedecia a certas leis da física, que não são enxergadas a olho nu. Isso porque a atmosfera da Terra é uma massa de fluido em constante movimento, mudança e em turbulência, o que só pode ser visualizado a partir de instrumentos que mapeiam seus movimentos.De acordo com o físico Yongxiang Huang, da Universidade de Xiamen, a pintura revela uma compreensão profunda e intuitiva dos fenômenos naturais. "A representação precisa da turbulência de van Gogh pode ser proveniente do estudo do movimento das nuvens e da atmosfera ou de um senso inato de como capturar o dinamismo do céu", afirma o professor.Embora essa turbulência atmosférica no quadro de van Gogh não possa ser medida, a equipe de cientistas mediu as pinceladas para ver se elas combinavam com pontos levantados em estudos anteriores. Em seguida, eles constataram que a turbulência exibida na pintura se mostra também consistente com a teoria publicada pelo matemático soviético <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/289704-pintura-van-gogh-mostra-nocoes-teoria-fisica-publicada-50-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Andrey Kolmogorov</a> na década de 1940."Nosso resultado sugere que van Gogh fez uma observação muito cuidadosa dos fluxos reais, de modo que não apenas os tamanhos dos redemoinhos em A Noite Estrelada, mas também suas distâncias relativas e intensidade seguem a lei física que governa os fluxos turbulentos", escreveram os autores no estudo.<h2>Como as pinceladas foram analisadas?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/09/19/19202219037370.jpg" alt="(Fonte: Yinxiang Ma et al. / Reprodução)"><figcaption>Os estudiosos ampliaram as pinceladas para então estudá-las. (Fonte: Yinxiang Ma et al. / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Para poder chegar a essa conclusão, os pesquisadores usaram uma imagem digital de alta resolução para poder analisar as pinceladas nos 14 redemoinhos no céu de A Noite Estrelada. Eles observaram cuidadosamente as propriedades espaciais em cada uma delas, o que incluía a luminância da tinta, para poder compará-las à teoria da turbulência de Kolmorogov, que descreve como a energia flui constantemente de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113416-nasa-flagra-redemoinho-gigante-em-marte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">redemoinhos</a> maiores para menores antes de se dissipar.Além disso, os pesquisadores também verificaram que a pintura era consistente com o espectro de potência dos escalares, segundo a teoria de 1959 consolidada pelo matemático australiano George Batchelor. O cientista foi quem descobriu que os escalares (que são propriedades físicas que mostram como a energia de um fluido turbulento é transferida de grandes para pequenas escalas de movimento) devem exibir um espectro de potência correspondente ao seu tamanho.Todas essas novidades complementam estudos anteriores feitos sobre&nbsp;A Noite Estrelada. Um deles, por exemplo, verificou que a turbulência mostrada no quadro pode ser vista nas nuvens moleculares no espaço, que é onde as próprias estrelas nascem. Assim, essa nova análise confirma que van Gogh, além de ter sido um excelente artista, pode também ter acumulado profundos conhecimentos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/fisica-e-quimica?page=13" rel="noopener noreferrer" target="_blank">física</a>.

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Como quadro de Van Gogh obedece perfeitamente às leis da física?

Existe uma lógica que justifica por que os desenhos animados costumam ser desenhados com quatro dedos ao invés de cinco.

A maior parte dos humanos tem cinco dedos em cada uma de suas mãos e de seus pés. Por isso, é no mínimo bizarro notar a grande quantidade de personagens de desenhos animados que têm quatro dedos.Será mera coincidência que o Bob Esponja, o Homer Simpson e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119148-mickey-mouse-e-a-lei-de-direitos-autorais-qual-a-relacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mickey Mouse</a> tenham todos essa mesma quantidade de dedos? A resposta é: não. E essa "tradição" remonta à época dos primeiros estúdios de animação.<h2>Por que os personagens de desenhos animados não têm cinco dedos?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/23/23210409711010.jpg" alt="Sim, o Mickey tem quatro dedos em cada mão. (Fonte: Disney / Reprodução)"><figcaption>Sim, o Mickey tem quatro dedos em cada mão. (Fonte: Disney / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Trata-se de uma escolha artística que começou com os estúdios clássicos de animação, incluindo a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121045-5-fatos-fascinantes-sobre-a-disney-que-voce-nao-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Disney</a>, em sua produção de desenhos ainda nos anos 1920. Isso começou a acontecer porque os desenhistas utilizavam círculos para poder esboçar os corpos, as cabeças e as mãos dos personagens – o que incluía também as palmas de suas mãos.Só que eles passaram a notar que, quando desenhavam cinco dedos dentro desse círculo, acaba ficando estranho. O próprio Walt Disney teria argumentado que dar a Mickey um conjunto completo de dedos faria com que suas mãos parecessem um cacho de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120377-as-bananas-mais-populares-do-mundo-correm-o-risco-de-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bananas</a>.Mas segundo a Channel Frederator — que é a empresa de entretenimento fundada por Fred Seibert, produtor do desenho A Hora da Aventura&nbsp;— há outra possível explicação. Como os primeiros desenhos animados se centravam em animais (como o rato, com o Mickey, e um cachorro com o Pateta), os ilustradores teriam seguido o padrão das espécies. Cães, gatos e coelhos têm cinco "dedos", mas um deles fica escondido em seu membro superior.<h2>A "preguiça" e a economia podem ter levado aos personagens de quatro dedos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/24/24114430228002.jpg" alt="O Bob Esponja também tem quatro dedos nas mãos. (Fonte: X / Reprodução)"><figcaption>O Bob Esponja também tem quatro dedos nas mãos. (Fonte: X / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por fim, há outra possível justificativa: os animadores passaram a desenhar quatro dedos simplesmente porque isso dava menos trabalho. O desenho de animação, especialmente quando feito à mão, é muito detalhista e envolve muito empenho, e desenhar um quinto dedo em cada quatro faria com que os profissionais usassem tempo e dinheiro a mais que poderiam ser usados para outras coisas.Isso então leva a outra dúvida: por que então os animadores não colocaram três dedos ao invés de quatro em seus desenhos? A empresa Channel Frederator tem uma resposta. Geralmente, os personagens desenhados com três dedos nas mãos são decodificados como mutantes ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/tags/aliens" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alienígenas</a>.&nbsp;Dois exemplos disso são as Tartarugas Ninjas e os alienígenas mostrados em&nbsp;Toy Story. Todos eles possuem três dedos em suas mãos, o que ajudaria a enfatizar suas características sobrenaturais. Por isso, desenhar humanos ou animais com a mesma quantidade reduzida de dedos seria simplesmente... estranho.

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Por que personagens de desenhos animados têm quatro dedos nas mãos?

Na Roma Antiga, um grafite encontrado pode ser uma das primeiras representações desrespeitosas de Jesus Cristo.

Ao longo de muitos séculos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122739-as-representacoes-mais-antigas-de-jesus-cristo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jesus Cristo recebeu inúmeras representações</a>, bastante diferentes entre si. E uma das mais antigas e curiosas o exibe de forma quase profana: com a cabeça de um burro.Trata-se de um pedaço de grafite romano, chamado por historiadores de Grafite de Alexamenos, que data de algum momento entre os séculos 1 e 3. O registro foi datado como uma das primeiras representações pictóricas que se tem de Jesus Cristo sendo crucificado.<h2>O que se sabe sobre o Grafite de Alexamenos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16112359980088.png" alt="O grafite romano faz uma representação debochada de Jesus Cristo. (Fonte: IFL Science / Reprodução)"><figcaption>O grafite romano faz uma representação debochada de Jesus Cristo. (Fonte: IFLScience / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por remeter a um período histórico transcorrido antes que o cristianismo se tornasse a religião oficial do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119808-imperio-romano-so-1-a-cada-4-imperadores-morreram-de-causas-naturais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império Romano</a>, acredita-se que o desenho tenha um teor desrespeitoso. Nessa época, a nova religião era crescente, mas não exatamente popular.A imagem mostra uma figura sendo crucificada, com corpo humano e cabeça de burro. No canto superior direito da imagem, há uma imagem que já foi decodificada como uma cruz ou como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120603-qual-a-influencia-do-alfabeto-grego-na-ciencia-e-na-comunicacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">letra grega upsilon</a>. No meio, um homem levanta a mão fazendo um gesto (acredita-se que ele possa representar o próprio Alexamenos).Abaixo dele, há uma inscrição em grego: “ΑΛΕ ΞΑΜΕΝΟϹ ϹΕΒΕΤΕ ΘΕΟΝ”. Em grego antigo, a palavra ϲεβετε designa o verbo "adorar" na forma imperativa. Isto sugere que a tradução da frase seria algo como "Alexamenos, adore Deus". Entretanto, há pesquisadores que apontam outra leitura, como "Alexamenos adora seu Deus" ou "Alexamenos adorando Deus".<h2>As diferentes interpretações</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/08/16/16115350869106.jpg" alt="A versão original do Grafite de Alexamenos encontrado em Roma. (Fonte: X / Reprodução)"><figcaption>A versão original do Grafite de Alexamenos encontrado em Roma. (Fonte: X / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Esse grafite foi encontrado em 1857 no Monte Palatino, que é uma das partes mais antigas de Roma. Ele estava na parede de um edifício anexo ao palácio imperial, onde as pessoas escravizadas eram treinadas para executar tarefas.&nbsp;O Grafite de Alexamenos já abriu margens a várias leituras, como uma que diz que ele teria sido feito com a intenção de zombar de um cristão chamado Alexamenos por sua crença em uma religião nova e desconhecida.Outra hipótese é que ele seja obra de um escravizado que estaria descontente com o império e resolveu zombar alguém, ou então por um cidadão romano que simplesmente estava entediado. Vale aqui lembrar que os antigos romanos tinham o hábito de fazer grafites.A imagem do burro também é significativa. Historiadores dizem que, nessa época do Império Romano, os primeiros cristãos eram frequentemente ridicularizados por "adorar jumentos". Esse preconceito pode ter começado por conta de uma certa confusão entre os fiéis da Bíblia hebraica e a adoração do antigo <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/112324-deus-egipcio-osiris-pode-ter-ganhado-nova-representacao-segundo-arqueologos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">deus egípcio Set</a>, que costuma ser representado como um homem com cabeça de burro.

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Conheça o Grafite de Alexamenos, que mostra Jesus com cabeça de burro

A arte pode ser interpretada de diferentes maneiras, conforme a bagagem de cada indivíduo, o que resulta em algumas leituras realmente interessantes.

O universo da arte é carregado de subjetividade. Uma obra pode significar diferentes coisas, variando conforme a bagagem de vida do indivíduo que a observa, bem como sua origem, seu gênero e sua cor. Nem mesmo as mais <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes/37177-confira-5-quadros-famosos-repletos-de-misterios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">famosas pinturas</a> da história da humanidade escapam a essa realidade.Peças como a Mona Lisa, de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128774-leonardo-da-vinci-era-um-procrastinador-nato.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leonardo Da Vinci</a>, as noites pintadas por Van Gogh, e O Grito, de Edvard Munch, já foram entendidas por ângulos opostos. Não à toa, há quem diga que um projeto artístico, depois de pronto, deixa de ser de seu autor e ganha novos contornos e interpretações, na maioria das vezes distintas do que imaginava quem a criou.<h2>1. Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/24/24184526304248.jpg" alt="Pesquisadora aventou a possibilidade de que Da Vinci tivesse baseado o rosto da pintura em seu próprio. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Pesquisadora aventou a possibilidade de que Da Vinci tivesse baseado o rosto da pintura em seu próprio. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Difícil imaginar outra obra de arte tão famosa quanto a&nbsp;Mona Lisa, pintura concretizada pelo italiano <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128774-leonardo-da-vinci-era-um-procrastinador-nato.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leonardo Da Vinci</a> entre 1503 e 1519. Nos últimos cinco séculos, a pintura foi alvo de inúmeras interpretações e dissertações, que se debruçaram em decifrar a localização onde a mulher estaria quando foi pintada, até descobrir se o pintor havia feito outras versões de seu famoso quadro.Uma das mais curiosas interpretações da pintura da florentina <a href="https://www.megacurioso.com.br/arqueologia/75862-misterio-continua-exames-nao-confirmam-ossada-como-sendo-de-mona-lisa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lisa del Giocondo</a>, cujo retrato foi um pedido de seu marido, é que ele seria, na realidade, um autorretrato de Da Vinci. E essa hipótese partiu de uma estudiosa, que usou comparações computacionais de Mona Lisa e o famoso autorretrato do pintor para então sugerir que o italiano teria baseado o rosto de Lisa em seu próprio.<h2>2.&nbsp;O Grito, de Edvard Munch</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/24/24185224208252.jpg" alt="Há quem interprete o céu de O Grito como resultado de erupção vulcânica. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Há quem interprete o céu de O Grito&nbsp;como resultado de erupção vulcânica. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O Grito, do norueguês Edvard Munch, também está na categoria de obras de arte muito famosas. Sua representação de um homem gritando enquanto um céu cor de fogo se projeta atrás dele foi tema de acalorados debates. <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/108407-o-que-teria-inspirado-edvard-munch-a-pintar-o-ceu-de-o-grito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Uma famosa interpretação versa sobre o que teria levado o pintor a fazer o céu vermelho</a>.De acordo com ela, Munch se inspirou em sua memória de céus vívidos criados por partículas na atmosfera após uma erupção vulcânica. No entanto, também há quem indique que se trataria apenas da representação do artista de um fenômeno atmosférico chamado nuvens nacaradas, que se forma quando a temperatura fica mais baixa na região estratosférica.<h2>3. O Casal Arnolfin, de Jan van Eyck</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/24/24190404459256.jpg" alt="A pintura poderia ter sido um certificado de que o casamento do casal ocorreu. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>A pintura poderia ter sido um certificado de que o casamento do casal ocorreu. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>O que poderia haver em um retrato de um casal para suscitar tanto debate? Para essa resposta é necessário, primeiro, encarar&nbsp;O Retrato de Arnolfini, pintura feita pelo belga Jan van Eyck. Nela, um casal está numa sala, tocando as mãos, enquanto um cão está no chão. Poucas obras renderam tantos debates na história da arte como esta.Erwin Panofsky é o responsável por <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127911-5-mensagens-escondidas-em-pinturas-renascentistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma das interpretações mais interessantes dessa obra</a>, em que afirma não se tratar somente de um retrato, mas uma espécie de certidão de casamento, um documento que atestaria que o casamento ocorreu.A hipótese levantada por Panofsky gerou intenso debate após a descoberta de uma documentação que mostrou que o casal só consumou o matrimônio anos depois da pintura ter sido feita, o que significaria que, se ela foi um certificado, não o foi para o casal.<h2>4. A Noite Estrelada, de Vincent van Gogh</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/24/24191057600260.jpg" alt="Famoso quadro de Van Gogh poderia ser sinal de problemas de ordem mental ou excesso de medicação. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)"><figcaption>Famoso quadro de Van Gogh poderia ser sinal de problemas de ordem mental ou excesso de medicação. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>As obras do holandês <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125207-5-fatos-pouco-conhecidos-sobre-van-gogh.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Vincent Van Gogh</a> são sempre alvo das mais variadas interpretações.&nbsp;A Noite Estrelada,&nbsp;uma das tantas em que o artista retratou o mundo à noite, não escapa disso. Nela, Van Gogh exagerou em alguns elementos, principalmente no uso de cores e nas formas das estrelas no céu.Há quem interprete a pintura de A Noite Estrelada como um sinal de problemas de saúde mental do holandês, que à época residia no asilo de Saint-Paul de Mausole. Outra leitura relaciona os redemoinhos amarelos com o pintor estar sob efeito de drogas digitálicas, já que o efeito da pintura foi relatado em artigos médicos.

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4 interpretações curiosas de pinturas famosas

Durante o final do século XIII e início do XIV, vários livros começaram a mostrar margens com desenhos de caracóis gigantes humilhando cavaleiros armados.

Durante a Idade Média, uma série de ilustrações colocadas nas margens dos livros, que eram verdadeiras obras de artes feitas à mão, permanece até hoje como um mistério. Produzidas principalmente no final do século XIII, por iluministas que decoravam apenas as margens (a chamada arte Marginalia), <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128502-por-que-os-caracois-e-as-lesmas-sao-tao-lentos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as figuras representam caracóis gigantes lutando contra cavaleiros com armaduras</a>.Esse tipo de arte, que na maioria das vezes nada tinha a ver com o tema principal do livro, funcionando apenas como um floreio final, era composto por bordas ornamentadas por folhas, seres fantásticos e ilustrações aleatórias. Esses acréscimos eram colocados depois de o livro ter sido terminado, muitas vezes com pigmentos caros como o lápis-lazúli, uma pedra preciosa, ou realces de ouro.A fixação repentina por moluscos gastrópodes guerreiros levou a historiadora da arte Lilian Randall a produzir um estudo, chamado “O caracol na guerra marginal gótica”. Na pesquisa, a autora encontrou 70 exemplos em 29 livros diferentes, produzidos entre os anos de 1290 e 1310.<h2>Como eram as cenas de caracóis e guerreiros?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/03/03214312508027.jpg" alt="x"><figcaption>O meme do caracol guerreira se espalhou para fora dos livros. (Fonte: Biblioteca Britânica / Divulgação)</figcaption></figure></figure><a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125059-imagens-revelam-como-funcionam-os-dentes-microscopicos-do-caracol.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Embora os caracóis guerreiros aparecessem em diversos cenários de livros variados,</a> havia um mote comum: uma espécie de caracol agressor oprimindo um cavaleiro de armadura. Em muitas cenas, os gastrópodes apontam suas antenas, que são, na verdade, tentáculos superiores, na direção dos cavaleiros, como se fossem espadas.Segundo os professores entrevistados pela BBC, essa unidade cultural replicante, que pode ter sido um dos primeiros memes da história, começou a transcender os livros e se espalhar para outros locais, como construções. Em algumas catedrais, os caracóis lutadores aparecem esculpidas em fachadas.&nbsp;<h2>Por que tantos caracóis lutadores surgiram em livros medievais?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/06/03/03205701825003.jpg" alt="X . Fonte: Biblioteca Britânica/"><figcaption>Cavaleiro aparece subjugado pelo caracol, sugerindo covardia. (Fonte: Biblioteca Britânica/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Para a professora de arte medieval da Universidade de Chicago, Marian Bleeke, a ideia básica da luta caracol-cavaleiro "é a derrubada de hierarquias existentes ou esperadas. Supõe-se que seja surpreendente e até engraçado — acho que hoje entendemos isso implicitamente", diz ela à BBC.No entanto, a intenção pode ter sido apenas satírica, aponta Randall em seu estudo, uma vez que grande parte dos cavaleiros retratados aparece ajoelhada em oração, encarando seu oponente viscoso, com sua espada deixada de lado. O que fica claro na postura dos cavaleiros em relação aos caracóis é sua flagrante covardia, que, colocada em textos religiosos, pode ser uma espécie de zombaria aos ideias de bravura e piedade.&nbsp;Bleeke acrescenta que a submissão dos cavaleiros aos caracóis <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124047-os-mitos-e-misterios-dos-cavaleiros-e-das-lutas-de-espadas-medievais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pode reformular nossa ideia da visão idealizada do cavaleiro no mundo medieval</a>. "Para mim, essas imagens nos mostram que o gênero nunca foi tão estável ou seguro como algumas pessoas gostariam de pensar. Sempre foi um campo de disputa", conclui a professora.

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