Mistérios
28/09/2015 às 05:23•4 min de leitura
Quem não se lembra da abertura do “Rá-Tim-Bum” com o ratinho que só queria um suculento pedaço de queijo e acabou desencadeando uma série de ações até a explosão do bolo? O programa, gravado entre 1990 e 1994, fez muito sucesso com seu jeito divertido de educar as crianças e chegou a ganhar a Medalha de Ouro no Festival de Nova York.
A produção do programa envolvia mais de 450 profissionais, 82 cenários e 800 figurinos. No comando geral estava Fernando Meirelles, que posteriormente seria indicado ao Oscar de melhor diretor pelo filme “Cidade de Deus”.
Figurinos de Cacilda, Nina e Euclides, feitos por Alberto Gardin
Com o patrocínio do Sesc, o programa Rá-Tim-Bum tinha como público-alvo crianças de 2 a 5 anos e deveria passar conceitos básicos de cores, números, letras, dimensões e higiene. Além disso, a filha de Meirelles também serviu como inspiração. Com apenas 4 anos de idade, ela não se prendia à trama apresentada na televisão, mas sim a eventos específicos, como alguém caindo em uma piscina. Com isso em mente, ele se juntou a alguns roteiristas e criou o Rá-Tim-Bum: uma atração cheia de pequenos quadros que não precisavam de conexão e não deveriam ultrapassar 3 minutos.
Aposto que agora você entendeu melhor alguns quadros que considerava “nonsense”. Por trás de cada roteiro existia o auxílio pedagógico para garantir o aprendizado da criançada.
Se você estava deitado, assim que ouvia a ordem “Senta que lá vem a história” era quase incontrolável não obedecer. Em poucos minutos você era transportado para um conto divertido.
Por vezes, o âncora Arinelson e a repórter Darlene Rocha “interrompiam” a programação para nos contar as últimas novidades, como o caso da Bela Adormecida.
O âncora Arinelson
Repórter Darlene
A editora Cacilda e Molibdênio
Uma curiosidade: a trilha de abertura do jornal era a música do filme “De Volta para o Futuro”.
Muito antes de a Fada Bela dar as caras na Rede Globo, outra fadinha fazia sucesso ao lado do rato Bludo. Era a Dalila com a sua mágica:
“Pétala de rosa
Orvalho matutino
Pulo de formiga
Rá-Tim-Bum”
Nina era uma garota que ficava em seu quarto de móveis gigantes e adorava suas bonecas, cuidando delas como “gente grande”. Ela vivia dando bronca na boneca “Careca” por não lhe ajudar com as menores.
Uma família unida pelo circo! Mas, vamos combinar, suas “acrobacias” eram um pouco diferentes do que as que a gente costuma ver por aí. Tudo para que os pequenos pudessem copiar sem correr riscos.
Esses eram os pequenos irmãos que ligavam a TV para assistir ao Rá-Tim-Bum. E, como a maioria das crianças, estavam sempre tentando imitar o que acontecia no programa.
O eterno “garoto Bombril” também tinha um quadro no programa Rá-Tim-Bum, onde conversava com a cobra Silvia em sua casa megacolorida.
"Até logo, classe”
Outro ator que continua nas telinhas é o Marcelo Tas. Seu personagem, professor Tibúrcio, ensinava algo diferente para as crianças em cada episódio.
Os extraterrestres Zero e Zero Zero tinham missões muito importantes na Terra, como achar envelopes brancos. Uma curiosidade interessante: um dos ETs era feito pela caricata Mamma Bruschetta.
O quadro era feito de enigmas destinados aos pequenos. Quem fazia a Esfinge era o ator Norival Rizzo.
Comandado pelo ator Marcelo Mansfield, famoso pelo programa humorístico Agora é Tarde, o quadro mostrava algumas garotas fazendo movimentos sincronizados na piscina. Quem não se lembra do “salto para fora-d’água”?
Experimente a refrescante sensação de bem-estar. Tome um banhinho já...
Voltando a falar do Meirelles, havia um quadro em que três porquinhos mostravam todas as razões pelas quais você deveria tomar um banho imediatamente. Uma delas era a esposa do diretor!
Eram muitos os quadros que incentivavam o exercício físico. Um deles era comandado pelo talentoso André Abujamra. Uma curiosidade: ele gravou todas as suas participações em apenas um dia!
Lembra do pinguim que ficava imóvel em cima de uma geladeira e, quando menos se esperava, ia para seu piano tocar uma música? Era o ator Theo Werneck.
Tenho certeza que você ficou com essa música por muito tempo na cabeça. E, me perdoe, mas você vai sair deste post cantarolando novamente.
“Estava a morte no seu lugar. Veio a vida lhe fazer mal. A vida na morte, a morte na mulher, a mulher no homem, o homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar.”
O professor Miguilim era um cientista e vivia realizando testes com os personagens do programa e com os telespectadores.
Outro personagem que tinha uma música para lá de marcante era o Máscara, o detetive. Ele também gostava de chamar as crianças para fazer os famosos “exercícios preparatórios”, que não passavam de alongamentos para as mãos.
Nesse quadro, as crianças aprendiam como eram feitos diversos objetos, sempre ao som do “rap do viu como se faz”.
Por falar em música, quem se lembra das músicas cantadas enquanto o mímico fazia gestos descrevendo atividades diárias, como o banho?
Se você olhou a imagem e pensou em “Glub Glub” você está errado! Mas nem tanto. Esse é o quadro “Pexinhos”, que inspirou seu sucessor “Glub Glub”.
Confesse: Você nunca mais viu os objetos da sua casa da mesma maneira depois de ver essas histórias. Era mágico perceber como uma tesoura poderia ser um crocodilo, e uma bolinha de ping pong um grilo.
Acho que o nome do quadro diz tudo, não é?
E, por último, o quadro em que um homem triste se transformava em um sorridente palhaço.
Qual era o seu quadro preferido do programa Rá-Tim-Bum? Comente no Fórum do Mega Curioso