Ciência
11/04/2014 às 07:47•3 min de leitura
Tutancâmon era um faraó do Antigo Egito que faleceu ainda na adolescência. Era filho de Acquanaton e Kiya (uma esposa secundária). Casou-se aos 10 anos com Achesenamon, provavelmente a sua meia-irmã. Aos 12 anos assumiu o trono, restaurando cultos antigos aos deuses e privilégios do clero. Em 1.324 a.C; faleceu aos 19 anos sem herdeiros.
Por ter falecido tão novo, o seu túmulo não foi tão suntuoso quanto o de outros faraós. No entanto, o que mais chama a atenção atualmente é o fato de a dele ser uma das poucas sepulturas encontradas bem conservadas. Ao ser aberta, foram encontrados ouro, tecidos, armas, mobílias e textos que revelam muito a respeito do Antigo Egito.
Em 1925, três anos após a sua descoberta, a múmia do rei Tut foi desembrulhada. Esse primeiro exame forneceu detalhes intrigantes. Por exemplo, a múmia do rei foi preparada de uma forma diferente das outras 18 que foram estudadas até agora. O processo desse embalsamento incluía uma grande quantidade de material resinoso derramado sobre o corpo.
O órgão genital foi fixado na posição vertical, mas ainda não há a ideia a respeito desse motivo. Na verdade, o órgão genital apresenta outro enigma para os arqueológicos. Fotografado depois de ser desembrulhado por Harry Burton (1879 – 1940), o “pênis real” foi dado como desaparecido em 1968, quando o professor cientista Ronald Harrison realizou uma série de exames de Raios-X na múmia.
Foi especulado que o orgão teria sido roubado e vendido, mas, em 2006, Dr. Zahi Hawass, o ex-chefe do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, anunciou que o órgão genital mumificado foi redescoberto, enterrado na areia.
Estátua do faraó mostra o crânio alongado Fonte da imagem: Wikimedia Commons
As fotos da múmia do rei Tut revelaram que o pênis também era pouco desenvolvido. Isso levou à especulação de que o faraó sofria uma variante da rara síndrome Antley – Bixer, uma mutação genética que produz crânios alongados e genitália subdesenvolvida. Além disso, ela também causa malformações de cartilagem e desordem do metabolismo.
Harry Burton examina o caixão do rei Tut Fonte da imagem: Arthistory
Desde que a múmia foi descoberta, dezenas de diagnósticos para a morte do rei Tut têm sido propostos, variando de doenças infecciosas, doenças metabólicas, tumores, traumas e até mesmo assassinato. Em 1963, se descobriu um ferimento na base do crânio da múmia, que pode ter sido causado por um golpe, seja por acidente ou por assassinato. No próprio Megacurioso, você já conferiu um artigo que fala mais a respeito da morte do faraó.
O Dr. Zahi Hawass, autor do livro “Descobrindo Tutancâmon”, afirma: “Através de tomografias, descobrimos que ele teve um acidente duas horas antes de morrer”. No entanto, de acordo com Frank Rühli, Chefe do Centro de Medicina Evolucionária na Universidade de Zurique, na Suíça, e Salma Ikram, professor de Egiptologia na Universidade Americana no Cairo, autor de um estudo, mesmo com o melhor trabalho médico e forense, é duvidoso conhecer todos os aspectos de saúde e as possíveis causas da morte do antigo faraó.
O uso abundante de resina indica que a mumificação do faraó Tut não era padrão. “Pelo menos dois lotes separados de resina foram usados no crânio. Possivelmente, ele foi mumificado superficialmente, talvez por ter morrido longe de um centro. Depois, teve uma segunda mumificação”, afirma Ikram.
Por causa do uso abundante de resina, a múmia sofreu vários danos graves. Por exemplo, na tentativa de remover joias e amuletos, ela foi desarticulada acidentalmente pelos arqueólogos.
As bandagens se parecem com gazes modernos Fonte da imagem: Discovery/Reprodução
A múmia do rei Tut foi envolta em ataduras feitas sob medida, semelhantes às gazes modernas. Elas possuíam 4,70 m por 39 cm e eram feitas de linho, com bordas acabadas em cada lado.
Outras peças semelhantes foram usadas em algumas partes maiores de seu corpo. Além disso, elas estão em exposição permanente no Museu Metropolitano de Arte de Nova York.
Rei Tut e sua esposa Ankhesenamun Fonte da imagem: Wikimedia Commons
De acordo com um grande estudo de DNA realizado em 2010, envolvendo 10 múmias relacionadas de alguma forma com o rei Tut, revelou-se um alto grau de endogamia que caracterizava a família do rei.
Tutancâmon nasceu de um incesto entre o seu pai e uma de suas irmãs. Naquela época, a endogamia era algo recorrente entre os membros da realeza egípcia, que se viram como descendentes dos deuses e desejavam manter a pureza das linhagens.
A história endogâmica de Tutancâmon continuou quando ele foi coroado rei. O faraó-menino casou com a sua meia-irmã, Ankhesenpaaton, que mais tarde mudou seu nome para Ankhesenamun.
Rei Tut teria sido pai duas vezes, mas ambos os filhos morreram durante a gestação. Os fetos foram encontrados em uma tumba junto com a mãe. Depois de alguns estudos realizados, foi descoberto que um filho morreu aos cinco ou seis meses de gravidez e outro aos nove meses de gestação.
Além desses fatos curiosos citados a respeito do rei Tut, também há certo mistério em torno do faraó. Muitos diziam que existe uma maldição em torno dele, pois durante o tempo de escavações e nos anos seguintes, 35 pessoas que faziam parte da equipe morreram misteriosamente.
Na parede da pirâmide, há uma inscrição que dizia que morreria aquele perturbasse o sono do eterno faraó. Para acabar com as lendas, cientistas levantaram a hipótese de que havia alguma substância tóxica ou fungo venenoso foi criado na época para que ninguém profanasse o local. Outros ainda afirmaram que os egípcios já conheciam a energia atômica e teriam depositado o urânio na tumba.
Durante o século XX, toda a lenda causado pela suposta maldição perdeu a sua força, já que outras descobertas arqueológicas foram realizadas de maneira tranquila.