Estilo de vida
07/08/2015 às 12:35•2 min de leitura
Nesta semana, o Japão e o mundo relembraram os 70 anos dos ataques com bombas atômicas que arrasaram Hiroshima e Nagasaki. Em Hiroshima, bombardeada em 6 de agosto de 1945, 60 mil pessoas morreram instantaneamente. Ao todo, infelizmente, mais de 200 mil pessoas perderam suas vidas nos ataques que levaram à rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial.
O Projeto Manhattan, responsável pelo desenvolvimento das armas nucleares, ainda previa o lançamento de mais sete bombas atômicas no Japão caso o país não saísse da Segunda Guerra. O terrorismo psicológico funcionou, e, no começo de setembro, o Japão se rendia ao poderio de guerra dos EUA. Os desenvolvedores da bomba atômica, entretanto, demonstraram arrependimento por sua invenção.
Bomba atômica lançada sobre Hiroshima causou mais de 60 mil mortes instantâneas
As cicatrizes de Hiroshima e Nagasaki são visíveis até hoje. Gerações nasceram (e ainda nascem) com problemas de saúde por conta da radiação de urânio e plutônio que pairou sobre as cidades depois da explosão das bombas. A corrida armamentista entrou em uma nova fase, com armas de destruição em massa sendo desenvolvidas por diversos países.
Acredita-se que foram fabricadas cerca de 130 mil bombas nucleares desde então. Atualmente, estima-se que existam “apenas” 16 mil – sendo que 95% delas estão em posse dos EUA e da Rússia. No entanto, países como China, Coreia do Norte, Paquistão, França e Inglaterra possuem o seu arsenal.
Em 2014, morreu o último militar que estava no avião que lançou a bomba sobre Hiroshima. Theodore Van Kirk estava com 93 anos e faleceu de causas naturais. Ele estava com outros 11 homens a bordo do avião Enola Gay que voou sobre Hiroshima pouco antes de a cidade ser devastada pelo poderio nuclear.
O piloto do avião era o americano Paul W. Tibbets, que tinha 30 anos na época do ataque. Ele era um dos poucos homens que sabia o que a missão iria causar – todos os outros estavam cumprindo ordens que não eram muito claras. Tibbets nunca se arrependeu de ter lançado a bomba, chamada de Little Boy, por acreditar que estava fazendo o que era necessário para colocar fim à Segunda Guerra.
Paul Tibbets pilotava o avião Enola Gay, que tinha esse nome em homenagem à sua mãe e lançou a bomba sobre Hiroshima
Já o ataque a Nagasaki, três dias depois do de Hiroshima, foi liderado pelo major-general Charles Sweeney. O alvo inicial, entretanto, era outro: Kokura. Como a cidade estava encoberta de nuvens, Sweeney optou pelo plano B, que era Nagasaki. A cidade também estava encoberta, mas o piloto continuou com o ataque mesmo assim, já que um problema no avião o estava fazendo perder combustível.
A ordem era de só atacar se houvesse contato visual com o alvo. Lançando a bomba como Sweeney fez, os EUA “perderam” um pouco da eficiência no ataque, já que a cidade se beneficiou pelo relevo cheio de colinas, que absorveu parte do impacto da bomba.
Charles Sweeney foi o piloto do avião que lançou a bomba que destruiu Nagasaki
Uma curiosidade: apenas um militar, o tenente Jacob Beser, esteve nos dois aviões que detonaram as bombas atômicas. Acredita-se que, além de Paul Tibbets, ele era o único que realmente sabia o que estava carregando nas duas ocasiões.
Tibbets e Sweeney tiveram vidas longas: o primeiro faleceu aos 92 anos, em 2007, e o segundo viveu até os 84 anos, morrendo em 2004.