Ciência
21/05/2014 às 06:58•3 min de leitura
Mesmo que você não tenha absolutamente nada contra bichinhos nojentos como larvas e afins, com certeza você não deve gostar muito da ideia de ter o seu corpo invadido por parasitas, não é mesmo? Pois existem muitos desses monstrinhos na natureza, e alguns deles, apesar de serem pequenos, são totalmente diabólicos.
Eles são perspicazes e usam as mais mirabolantes estratégias para permanecerem vivos, mesmo que isso signifique destruir tudo que se interponha em seu caminho, sugar a vida de seus hospedeiros ou até devorá-los de dentro para fora sem piedade. Conheça cinco desses parasitas — selecionados a partir de um artigo do live science — a seguir:
O famoso tiranossauro conhecido como Sue — que é o maior, mais completo e melhor preservado espécime desses animais já encontrado — pode ter perecido devido à infecção provocada por um protozoário. Sue é uma das principais atrações do Field Museum de Chicago, e apresenta uma série de buracos no maxilar que, até recentemente, paleontólogos acreditavam ser cicatrizes ocasionadas por combates sangrentos com outros grandes répteis.
Contudo, segundo uma equipe de pesquisadores, os ferimentos de Sue foram provocados por um protozoário que infectou sua boca e garganta. Atualmente, algumas aves servem de hospedeiro para esse parasita sem sofrer muitas sequelas. Contudo, quando a infecção atinge aves de rapina como falcões e gaviões, por exemplo, o protozoário provoca lesões graves que se parecem muito às encontradas em Sue.
No caso do dinossauro, os cientistas acreditam que a infestação provavelmente foi tão grave que Sue — com seus quase 13 metros de altura e sete toneladas de peso — acabou morrendo de fome.
Para a maioria dos parasitas, não é interessante que seus hospedeiros morram. Afinal, eles precisam continuar se alimentando deles, não é mesmo? Bem, isso se o parasita em questão não for uma vespa parasitoide, animal maldito que inspirou a criação do extraterrestre aterrorizante do filme “Alien, o 8º Passageiro”.
Essas criaturas põem seus ovos no interior das vítimas, e os filhinhos vão devorando os pobres hospedeiros de dentro para fora enquanto os coitados continuam vivos. E como se não bastasse, algumas espécies desses parasitas inclusive conseguem controlar a mente de suas presas, fazendo com que elas mudem seu comportamento.
Um exemplo disso são as larvas das vespas da espécie Hymenoepimecis argyraphagaI. Além de infectarem os corpos de aranhas — Plesiometa argyra —, as criaturinhas perversas ainda fazem com que as vítimas teçam teias especiais para proteger seus casulos.
Além de um gênero específico de bactéria — conhecido como Wolbachia — infectar 70% dos invertebrados do planeta, esse agente astuto ainda desenvolveu um plano maligno para continuar se espalhando. A bactéria encontrou uma forma de infectar os ovos das “hospedeiras” de forma que o parasita esteja presente nas próximas gerações de insetos.
Mas isso não é tudo: como os machos são inúteis para a tal bactéria — afinal, eles não têm filhinhos —, a parasita frequentemente provoca a morte dos embriões masculinos ou os transforma em femininos para aumentar o índice de nascimento de insetos fêmeas.
Existe um crustáceo — que, como você pode ver na imagem acima, parece uma baratona — chamado Cymothoa exígua que não só devora as línguas de peixes (Lutjanus guttatus), como toma seus lugares nas bocas dos animais. Para isso, o parasita invade o corpo da vítima através das guelras e se instala na base da língua, onde, então, começa a sugar sangue.
Essa ação faz com que o órgão eventualmente diminua drasticamente de tamanho com o passar do tempo, e o crustáceo vampiro permanece preso ali e acaba ocupando o lugar que antes pertencia à língua do peixe.
Não podíamos terminar a nossa lista de parasitas diabólicos sem incluir um que ataca os humanos, não é mesmo? Então, conheça o loa loa, uma larva que habita florestas e pântanos do oeste africano. A transmissão ocorre através da picada de moscas — da família Tabanidae —, e as nojentinhas passam a circular sob a pele das vítimas, alimentando-se de tecidos e fluidos dos hospedeiros.
E as larvas são bem ardilosas: durante o dia elas permanecem na corrente sanguínea das vítimas de forma que seja mais fácil infectar outras moscas que, por sua vez, continuam a infectar mais pessoas com os loa loa. Mas a coisa não termina por aqui... durante a noite, as larvas se instalam nos pulmões dos hospedeiros e, ocasionalmente, migram até os olhos, resultado em uma experiência pra lá de dolorosa. Já pensou?!