Ciência
07/08/2014 às 11:13•2 min de leitura
Sabe como é... O ato sexual envolve, entre várias coisinhas, um bocado de contato entre os corpos dos envolvidos. Então, imagine a dificuldade se eles forem cobertos por espinhos! Pois existem uns animaizinhos na natureza que não se deixam abalar por conta desse pequeno detalhe e encontraram algumas formas de contornar esse problema.
Os porcos-espinho, como você sabe, têm os corpos cheios de espinhos, que servem como proteção natural contra predadores naturais. Segundo o site Live Science, esses animais podem ser divididos basicamente em duas variedades principais — a do Novo Mundo e a do Velho —, e cada uma apresenta características diferentes em termos de estrutura social e ecologia.
Enquanto os porcos-espinhos do Novo Mundo costumam viver em árvores e se alimentar de frutas, folhas e cascas de árvore, seus parentes do Velho Mundo preferem habitar locais em terra firme e consumir raízes, bulbos e frutas, por exemplo. Além disso, os ouriços do Novo Mundo geralmente apresentam comportamento solitário, enquanto os do Velho Mundo formam grandes grupos familiares.
Como você já deve ter deduzido, as diferenças entre as variedades também incluem os sistemas de acasalamento. Começando pela variedade do Velho Mundo, esses bichinhos estão entre as poucas espécies monogâmicas do Reino Animal, formando pares que permanecem juntos por toda a vida. Eles costumam procriar várias vezes ao ano, e as gestações duram cerca de 90 dias apenas. Os pares inclusive voltam a acasalar após o nascimento dos filhotes, provavelmente para fortalecer os laços familiares.
Por outro lado, as fêmeas da variedade do Novo Mundo costumam ficar férteis uma vez ao ano e durante um período que varia entre 8 e 12 horas. Sendo assim, as “porquinhas” dessa variedade são tão sexualmente inativas que suas vaginas permanecem fechadas por uma membrana enquanto... Você sabe, não estão sendo usadas.
Conforme o período do cio se aproxima, essa membrana se dissolve e a fêmea começa a secretar um muco com odor característico que, em conjunto com a urina dela, serve para atrair os machos para seu território. O interessante é que, normalmente, quando o primeiro candidato se apresenta, a fêmea ainda não está pronta para ovular.
Então, enquanto o primeiro macho espera, outros concorrentes vão chegando e brigas pra lá de violentas começam a ser travadas entre os rivais. O vitorioso ganha o direito de guardar a fêmea se sentando no galho mais baixo de sua “casa na árvore”. A partir daqui a coisa se torna mais erótica, por assim dizer. O macho eventualmente estimulará o início do cio liberando um jato de urina sobre a fêmea.
Se a fêmea não simpatizar com o pretendente, ela demonstrará sua negativa gritando, chacoalhando a urina e correndo dele. E, no caso de o macho não entender o recado, a fêmea ainda pode se tornar agressiva. No entanto, se for o dia de sorte do porco-espinho e ela estiver disposta, a porquinha se oferecerá ao macho curvando sua cauda sobre as costas — para não empalar o coitado — e manterá os espinhos bem próximos ao corpo enquanto ele a monta.
Durante o curto período do cio, o par normalmente acasalará algumas vezes — até que a fêmea se canse do macho. Depois, a vida volta ao normal, com o porco-espinho se mandando rapidinho em busca de novas companheiras. Já a porquinha, se tudo correu como esperado, terá uma gestação com duração de sete meses e, após ter os filhotes, passará os quatro meses seguintes cuidando das crias, até que ela esteja pronta novamente para recomeçar o ritual.