Estilo de vida
19/08/2014 às 06:00•4 min de leitura
Talvez você não saiba, mas o último dia 12 foi o Dia Mundial do Elefante, data criada em 2012 para chamar a atenção para esses animais em constante ameaça. A verdade é que elefantes não são apenas criaturas incríveis, enormes e cheias de curiosidades, mas também animais inteligentes e com muitas características semelhantes às humanas, como as que você pode conferir a seguir:
Da mesma forma que sua mãe ama você, a mamãe elefante morre de amores por seus filhotinhos. Quando um deles está nascendo, sua mãe fica feliz e demonstra essa emoção por meio de gritos e choro.
Depois que o rebento chega ao mundo, a mamãe fica alerta e mantém o filho bem pertinho dela, puxando-o com as patas ou a tromba, deixando claro que ninguém pode chegar perto do recém-nascido. Além disso, o banho do filhote é providenciado pela mãezona e, se o bebê fizer barulhos altos, ela estará ali, de prontidão, para acalmá-lo.
Sociedades de elefantes têm estruturas complexas e o comportamento desses animais é repassado de geração a geração, sendo que a função de cada um deles é guiada pelo gênero.
Os grupos sociais de elefantes se formam ao redor das fêmeas, já que os machos tendem a ser mais solitários, vagando de grupo em grupo para encontrar diferentes parceiros sexuais. Essa é uma maneira encontrada por eles para procriar em larga escala, uma vez que conseguem ter muitas parceiras diferentes em pouco tempo.
As fêmeas, por sua vez, parecem se preocupar mais com a família e, como citamos no item anterior, dedicam boa parte de sua vida a cuidar de suas crias. A fêmea mais velha de um grupo é a única matriarca dele e, como tal, é respeitada pelos outros membros da manada, que é formada, basicamente, pelas filhas da matriarca e seus bebês, assim como muitos jovens elefantes.
Os machos eventualmente vão abandonar o bando à medida que ficarem adultos, lá pelos 15 anos de idade, para dar início ao processo de acasalamento com todas as fêmeas que conseguir seduzir.
Quando um elefante próximo morre, os outros elefantes passam por uma fase de luto, ficando parados ao redor do corpo do morto, em silêncio, por um bom tempo, no que parece ser uma espécie de velório. Eles chegam a cheirar o corpo, tocá-lo e até mesmo acarinhá-lo. Em alguns casos, o grupo chega a carregar um osso ou uma presa, como uma forma meio mórbida de ter uma “lembrancinha” do falecido.
Quando um bebê elefante morre, sua mãe geralmente fica ao lado do corpo durante dias e chega inclusive a passar por uma espécie de depressão depois do ocorrido. Essa depressão é reconhecida quando a fêmea passa a andar mais devagar, distanciando-se do restante da manada, sem se preocupar com isso.
Já se sabe que elefantes não só ficam de luto, mas também fazem rituais de sepultamento em alguns casos. Eles geralmente cobrem o corpo do morto com terra e grama. Isso depois, é claro, de ficarem um bom tempo ao redor do falecido para se certificar de que o animal foi, de fato, dessa para uma melhor.
Essa talvez seja uma vantagem dos elefantes em relação aos humanos — afinal, a capacidade de se colocar no lugar do outro antes de julgar ou ser maldoso não é algo que vemos muito por aí, infelizmente.
Um estudo publicado no início deste ano mostrou que elefantes asiáticos têm a capacidade de sentir empatia e compaixão por elefantes que passam por momentos de stress. Para demonstrar carinho e atenção, um elefante geralmente conforta o outro com sua tromba enquanto faz alguns barulhos amigáveis.
Não é à toa que esses animais são conhecidos por sua boa memória. Elefantes conseguem se lembrar de quando foram feridos e, inclusive, guardam remorso contra aqueles que os feriram. Um estudo recentemente revelou que elefantes africanos agem com desdém diante da presença ou apenas do cheiro de roupas usadas por guerreiros masai.
Esse povoado africano é temido por elefantes, uma vez que os animais já sabem que eles representam perigo. O povo masai tem o costume cultural de ferir elefantes como demonstração de masculinidade.
Há indícios, inclusive, de que esses animais conseguem se lembrar de treinadores que os maltrataram no passado.
Apesar de rancorosos, esses animais gostam de se divertir, especialmente os mais jovens. Eles gostam de fazer bagunça na água e empurram uns aos outros só de sacanagem. Além disso, elefantes têm o costume de chamar os que estão longe quando sabem que um pródigo está retornando ao grupo. É quase como se marcassem uma festinha.
Esses gigantes até mesmo choram de alegria ou alívio quando uma situação de perigo ou sofrimento é superada. Foi o que aconteceu quando um elefante indiano foi resgatado depois de 50 anos de cárcere e abuso: ele chorou, emocionado.
O asiático elefante Koshik já provou que não só entende algumas palavras coreanas como é capaz de reproduzi-las à sua maneira. Como se não bastasse, já se sabe que elefantes africanos são capazes de diferenciar gêneros e etnia ao ouvir vozes humanas, de acordo com um estudo divulgado no início do ano.
Outra pesquisa, feita em 2013, revelou que elefantes conseguem entender os gestos feitos por humanos, coisa que nem os primatas, os animais mais próximos de nós, conseguem.
A maioria das pessoas tem uma mão dominante, não é mesmo? Com os elefantes acontece a mesma coisa, mas com relação a suas presas — eles não usam as duas da mesma forma e com a mesma frequência. Elefantes usam a presa dominante para realizar tarefas como cavar buracos e achar raízes de árvores. A presa “reserva” é usada apenas quando a dominante está comprometida.
Além de humanos, primatas e golfinhos, só os elefantes conseguem se reconhecer quando diante de um espelho. Uma pesquisa recente avaliou a reação desses animais em frente ao espelho e um deles inclusive reconheceu uma marca no próprio rosto enquanto admirava seu reflexo. Aliás, saber que se trata de um reflexo e não de outro animal é algo raro, mas os elefantes mandam muito bem em mais esse quesito.