Esportes
23/05/2017 às 10:57•2 min de leitura
Sabe o Silo Internacional de Sementes de Svalbard, situado na Noruega? Conhecido também como “Silo do Fim do Mundo”, esse local é uma espécie de bunker do apocalipse onde se encontram armazenadas sementes de espécies de plantas de todo o planeta para o caso de que ocorra algum evento catastrófico que interfira com a produção de alimentos.
Para tanto, o silo foi construído para suportar toda classe de adversidade — como terremotos, atividade vulcânica e radiação — e se encontra em um local a 130 metros acima do nível do mar para evitar que ele seja afetado em caso de que o nível do oceano aumente por conta do derretimento das calotas polares. Inaugurado em 2008, o banco de sementes fica em pleno permafrost, uma camada de solo permanentemente congelada que funcionaria como um “freezer” natural em caso de falha elétrica. Só que...
O pessoal que projetou o silo do fim do mundo realmente não esperava que o permafrost fosse derreter, mas o fato é que, na semana passada, ele derreteu e alagou o túnel de entrada do bunker. Por sorte, de acordo com Patrick Caughill, do site Futurism, a água não chegou até os armazéns que guardam as sementes — o que significa que o local passou por seu primeiro teste de resistência.
Silo Internacional de Sementes de Svalbard
E deveríamos nos preocupar com novos alagamentos? Segundo Patrick, o silo conta com um sistema de bombeamento de água que entra em ação em situações desse tipo, e o pessoal que projetou o banco de sementes explicou que, no caso de que ocorra uma inundação maior e esse sistema falhe, o líquido congelaria assim que penetrasse no armazém propriamente dito — onde as temperaturas são mantidas a -18 °C.
Entretanto, e se os sistemas que mantém as temperaturas no interior do banco de sementes bem abaixo de zero falharem? Parece que o mecanismo pensado para servir como “backup” — isto é, o freezer natural proporcionado pelo permafrost — está com sérios problemas! Isso porque, segundo Patrick, os cientistas vêm alertando o mundo sobre os perigos relacionados com as mudanças climáticas há anos, e muitos de seus efeitos já podem ser observados.
De acordo com diversos levantamentos, o ano passado foi o mais quente de que se tem notícia, e 2017 também promete bater recordes de temperatura. A região onde o silo foi construído — ele fica no Ártico, a 1,2 mil quilômetros do Polo Norte — é particularmente vulnerável, e o clima de lá está mudando rapidamente.
O gelo está derretendo
O triste é que, apesar de ter sido construído visando suportar uma variedade de catástrofes, o aquecimento global poderia afetar a segurança do bunker. As autoridades norueguesas já começaram a trabalhar em projetos para assegurar que a área ao redor do silo conte com um sistema de drenagem de água mais eficiente e também em soluções que garantam a segurança das sementes para a posteridade. Afinal, ninguém sabe o que o dia de amanhã nos reserva — mas, considerando a forma como o nosso mundo está mudando, as previsões não são o que podemos chamar de animadoras.
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