Artes/cultura
27/06/2013 às 11:46•2 min de leitura
Você já ouviu falar de um microrganismo chamado Naegleria fowleri? Trata-se de uma ameba que normalmente é encontrada nas águas e no solo de todo o mundo e cuja infecção pode ser fatal para os humanos. O problema é que a N. fowleri, quando inalada ou em contato com as fossas nasais, viaja até o cérebro, onde ela se aloja e multiplica, e passa a se alimentar dos fluidos cerebrais e da massa cinzenta.
Por sorte, eram poucos os casos de meningoencefalite amebiana primária — a doença provocada pelas amebas comedoras de cérebro — registrados anualmente, mas, de acordo com o site The Verge, essa estatística pode mudar bastante. Segundo eles explicaram, nos últimos anos pesquisadores norte-americanos detectaram uma grande proliferação das N. fowleri, provavelmente relacionada ao aquecimento global.
Fonte da imagem: pixabay
As vítimas típicas da meningoencefalite amebiana primária são rapazes jovens que são infectados enquanto mergulham ou brincam em águas contaminadas. A ameba não causa problemas quando é ingerida, apenas quando entra em contato com as vias respiratórias. É necessário apenas um único microrganismo para causar bastante estrago, e os sintomas começam a aparecer uma semana depois do contágio.
Entre os principais sinais da doença, estão as dores de cabeça, vômito e confusão. Contudo, como os casos de meningoencefalite amebiana primária são raros e os sintomas iniciais são bastante comuns, o diagnóstico da doença em tempo hábil para que algo possa ser feito é bem complicado. E, infelizmente, o índice de mortalidade é de 99%.
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Até existe um protocolo médico para tratar os infectados, consistindo de um coquetel de antibióticos e antifúngicos potentes, mas, como foram empregados em tão poucos pacientes, não existe uma estatística confiável sobre a sua eficácia. Outro medicamento — a miltefosina —, utilizado para tratar casos de câncer de mama, parece apresentar resultados positivos no tratamento de infecções amebianas no cérebro e começará a ser testado nos EUA.
O problema é que, como a doença apresenta sintomas semelhantes aos da meningite bacteriana, é muito possível que inúmeros diagnósticos tenham sido equivocados. Assim, os pesquisadores começaram a reunir dados sobre os locais nos quais as últimas vítimas da ameba foram infectadas — como a variação da temperatura das águas e o índice de umidade — para, quem sabe, criar alertas sobre os locais que podem oferecer mais riscos de contágio.
Aqui no Brasil não ocorreram alertas oficiais recentes sobre as infecções por N. fowleri, mas não custa nada ser cuidadoso. Portanto, quando você for se refrescar em algum rio, lago ou piscina sem a apropriada manutenção, evite que a água entre em contato com as suas narinas, mesmo que sejam apenas gotinhas! Afinal, ninguém quer ter o cérebro devorado por uma ameba, não é mesmo?