Estilo de vida
15/05/2013 às 09:51•2 min de leitura
Você provavelmente já deve ter ouvido falar de Stonehenge, um famoso círculo de pedras localizado no sul da Inglaterra, mas o que pouca gente sabe é que o Brasil conta com uma estrutura similar, porém construída há menos tempo.
Enquanto Stonehenge tem cerca de 4.500 anos, o campo arqueológico de Calçoene, interior do Amapá, deve ter sido construído há aproximadamente 1.100 anos. O círculo de pedras brasileiro foi descoberto por pesquisadores no final do século 19, no entanto somente em 2005 o local passou a ser foco de estudos.
A estrutura foi formada com enormes blocos de granito, sendo que a maior parte deles conta com nada menos do que 30 metros de diâmetro. O que hoje é o sítio arqueológico de Rego Grande já foi cenário para rituais indígenas de grupos que habitavam a região. Segundo pesquisadores, as cerimônias aconteciam durante o período dos solstícios, quando a disposição das pedras no local permite que se observe com perfeição o percurso do Sol.
Fonte da imagem: Reprodução/UOL
Em entrevista ao UOL, João Saldanha, arqueólogo do Iepa (Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá), diz que a data era algo bastante especial para os índios. "É um período marcado pela chuva, que muda completamente a paisagem, trazendo alimentos em abundância."
Além disso, o local servia para o enterro de pessoas importantes para a tribo. Para o pesquisador, alguns monumentos menores ao redor do local possivelmente eram utilizados para o sepultamento de pessoas menos importantes para os índios.
As técnicas de construção dos monumentos ainda é desconhecida, no entanto Saldanha ressalta que esse tipo de estrutura pode ser encontrado em diversas partes do mundo, algo que pode ajudar a solucionar o mistério.
Fonte da imagem: Reprodução/UOL
Além dos monumentos, diversos objetos de cerâmica já foram encontrados no local, como potes, vasos, pratos e tigelas. Todos os elementos estudados contam com estilos parecidos aos encontrados em outros sítios no litoral do Amapá e até mesmo na Guiana Francesa. Estudiosos acreditam que o local serviu de refúgio para os índios que conseguiram escapar da invasão europeia do século 16, por ser um espaço menos acessível aos colonizadores.
Com o avanço das pesquisas, os arqueólogos pretendem abrir o espaço para a visitação e acreditam que o local possa abrigar um museu que facilite o acesso a estudos sobre civilizações antigas, além de possibilitar um contato maior de estudantes com o trabalho dos arqueólogos.