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08/08/2014 às 10:46•2 min de leitura
Um grupo de cientistas italianos, do Instituto EURAC da Itália e da Universidade de Viena da Áustria, encontrou algo bastante inesperado na múmia Ötzi, que possui mais de 5 mil anos de idade. O chamado “Homem do Gelo” viveu nos Alpes da Áustria e da Itália e é estudado por diversos cientistas há anos – como já noticiamos aqui no Mega Curioso, Ötzi já teve suas células extraídas para que os cientistas descubram mais sobre seu corpo milenar e decodifiquem o seu genoma.
Nas últimas pesquisas, os cientistas identificaram nos ossos dos quadris de Ötzi algo muito imprevisto: evidências da bactéria conhecida como Treponema Denticola. Mais do que isso, o próprio DNA da bactéria pôde ser identificado dentro dos ossos de Ötzi, o que deixa bastante claro para os estudiosos que o “Homem do Gelo” sofria de periodontite – grupo de doenças inflamatórias que afetam os tecidos periodontais, como os tecidos que envolvem e fixam o dente à cavidade bucal.
O mais espantoso não é identificar algum tipo de doença que Ötzi possuía em seu corpo (apesar de isso também ser impressionante), porém o fato de um osso tão antigo ainda guardar dados tão precisos, além do DNA da própria bactéria que viveu dentro do organismo do “Homem de Gelo”. Os indícios garantem que a bactéria não colonizou o corpo após a morte de Ötzi, porém o parasitou enquanto vivo.
"Esse DNA não humano é derivado principalmente de bactérias que normalmente vivem sobre e dentro do nosso corpo. Somente a interação entre certas bactérias ou um desequilíbrio dentro desta comunidade bacteriana podem causar certas enfermidades. Portanto, é muito importante reconstruir e compreender a composição da comunidade bacteriana mediante a análise dessa mescla de DNA", afirma Thomas Rattei, coautor do estudo.
O interessante é que o DNA da bactéria foi encontrado no quadril e não próximo da boca, região onde a bactéria supostamente agiu. Segundo os indícios levantados, é possível que a bactéria tenha se deslocado até os ossos dos quadris pela corrente sanguínea. A descoberta do DNA intruso possui um papel muito importante na futura conservação da múmia Ötzi. Os resultados do estudo foram publicados na revista especializada Plos One.