Referência a “Alá” é descoberta em joia da Era Viking

26/03/2015 às 09:132 min de leitura

Não é nenhum segredo que os vikings foram destemidos navegadores que tocaram o terror no passado, e o que não faltam por aí são lendas e mitos sobre esse temido povo. No entanto, uma delas, sobre expedições que os vikings teriam feito a países do mundo islâmico, parece ter sido confirmada como real.

De acordo com Rossella Lorenzi, do portal Discovery News, um time de pesquisadores liderados por Sebastian Wärmländer, da Universidade de Estocolmo, na Suécia, revelou que um anel descoberto em uma sepultura do século 9, localizada próximo à capital sueca, conta com a inscrição “para Alá” em sua superfície.

Mulher misteriosa

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Segundo Rossella, o anel foi encontrado em um caixão de madeira recuperado durante escavações que ocorreram entre os anos de 1872 e 1895 em um antigo cemitério da Era Viking. O ataúde, datado do ano de 850, continha os restos mortais de uma mulher cuja ossada estava completamente decomposta e também guardava outras joias e fragmentos de roupas.

O anel acabou indo parar no Museu de História Sueca de Estocolmo, onde foi catalogado. E em sua descrição original consta que a joia é feita de prata e adornada com uma ametista rosa-arroxeada, além de trazer a palavra “Allah” gravada em caligrafia cúfica. No entanto, uma nova análise da peça revelou que o pessoal do museu se equivocou com algumas coisinhas sobre o anel.

Novas análises

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Desta vez, a peça foi analisada com a utilização de um microscópio eletrônico de varredura, revelando que, apesar de a joia realmente ser feita de prata — e de excelente qualidade, por sinal —, a pedra incrustrada nela não é uma ametista, mas sim vidro colorido. Os cientistas frisaram que esse material era considerado muito exótico na Era Viking, portanto o vidro colorido não era necessariamente considerado como sendo algo de menor valor do que a ametista.

Com respeito à inscrição em árabe, os pesquisadores interpretaram o pequeno texto como sendo “il-la-lah”, que pode ser traduzido como “para Alá”. Outra possibilidade é a de que a inscrição traga a mensagem “INs…LLH” ou, segundo os cientistas, “Inshallah” — que pode ser traduzida como “se Alá quiser”. De qualquer forma, independente da tradução exata, o anel está claramente associado à esfera cultural de um califado.

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Além disso, a joia traz poucos riscos e sinais em sua superfície, indicando que ela foi pouco usada ou passou pelas mãos de poucos donos. Isso significa que não é muito provável que o objeto tenha ido parar na Suécia por acidente, e os cientistas especulam que a dona da peça podia ser de origem islâmica ou, quem sabe, ter sido presenteada por um viking que obteve a joia através de alguma transação comercial — ou roubo! — durante uma visita a um califado.

Embora outras joias em estilo árabe tenham sido descobertas, este é o único anel com inscrições árabes já encontrado na Escandinávia. Os cientistas da Universidade de Estocolmo disseram que é pouco provável que algum dia se descubra quem fabricou a peça ou como exatamente ela foi parar na Suécia, mas ela serve de evidência da visita dos vikings ao mundo islâmico.

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