5 criaturas medievais bizarras encontradas em bestiários

01/07/2024 às 16:003 min de leituraAtualizado em 01/07/2024 às 16:00

Abrir a maioria dos manuscritos da Idade Média é se deparar com ilustrações de animais cujas formas surpreendentes nos fazem pensar no tamanho da imaginação das pessoas naquele período. Chamadas de bestas, esses seres possuíam características que os aproximava de animais reais, mas com toques desconcertantes. Eram tão presentes que ganharam bestiários, livros dedicados exclusivamente a compartilhar informações a respeito deles.

Historiadores condicionam o surgimento do conceito de besta (e bestiário) à criação das primeiras obras de história natural. Curiosamente, as civilizações da época não acreditavam na existência de todas essas criaturas presentes nos bestiários, uma combinação entre animais reais e imaginários. Na realidade, viam-os como parte de histórias que ilustravam alegorias religiosas.

1. Ceto

Ceto pode ter sido uma interpretação feita à época das baleias. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)
Ceto pode ter sido uma interpretação feita à época das baleias. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Ainda que não tenha aparecido em um bestiário, o ceto é uma das criaturas mais esquisitas da Idade Média – além de ser uma constelação, como você pode ver na imagem acima. Uma de suas primeiras aparições se deu em um manuscrito do poeta francês Phillippe de Thaon, datado de 1376.

Na ilustração, é possível perceber características muito semelhantes entre o ser e a baleia. No entanto, também é possível encontrar fontes da época que descrevem o animal como algo próximo ao tubarão. Seja um ou outro, essa besta representava uma fera temível, que assombrava a vida de quem navegava os mares.

2. Draconopeia

Ser alongado, a draconopéia lembra uma combra com cabeça humana. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)
Ser alongado, a draconopeia lembra uma serpente, por vezes representada com cabeça humana. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Quem visse uma ilustração de uma draconopeia não saberia dizer ao certo se aquele ser de corpo alongado com uma cabeça humana da ponta era um dragão ou uma serpente, já que apresentava características de ambos. Sua presença em bestiários era bastante comum, já que esses livros frequentemente apresentavam alegorias religiosas, ao que estudiosos costumam associar este ser.

A razão é simples: no cristianismo, serpentes costumam representar coisas negativas. Basta lembrar que na Bíblia foi na forma de uma cobra que o diabo teria aparecido para Eva, criando uma tentação que fez Adão e ela serem expulsos do Jardim do Éden.

3. Grifo

Grifos eram mistura inusitada entre uma águia e um leão, muito comuns em manuscritos medievais. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)
Grifos eram mistura inusitada entre uma águia e um leão, muito comuns em manuscritos medievais. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Outra criatura medieval estranha bastante comum em bestiários era o grifo, um ser que misturava elementos de pássaro e mamífero. A construção de suas ilustrações unia a cabeça e asas muito semelhantes às de uma águia, enquanto o seu corpo era o de leão. Para dar dimensão de sua força, era hábito retratá-la lutando contra cavaleiros em batalhas.

As descrições feitas a seu respeito sugerem que eram criaturas que viveriam em locais distantes. Historiadores observam que esse detalhe específico pode ter sido uma maneira encontrada para explicar a razão de nenhum ser humano ter visto um grifo na vida real.

4. Manticora

A manticora é outra das bestas medievais cujas ilustrações mesclavam uma cabeça humana a características animalescas. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)
A manticora é outra das bestas medievais cujas ilustrações mesclavam uma cabeça humana a características animalescas. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Imagine o corpo de um leão que ao fim da juba apresentasse um rosto humano e você terá a dimensão da criatura medieval estranha conhecida como manticora. Descrita por estudiosos da época como o animal mais cruel e de forma mais maravilhosa, sua aparência variava conforme quem a ilustrava.

A maneira mais comum era a descrita anteriormente, mas há outros bestiários onde é possível encontrar a manticora com a cabeça inteiramente humana. Também existem alguns retratos do ser que o representam mais semelhante a uma cabra, sem que nenhuma característica humana seja perceptível.

5. Monocheros

Monocheros dividiam os bestiários com unicórnios como seres com chifres na testa. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)
Monocheros dividiam os bestiários com unicórnios como seres com chifres na testa. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)

Se falamos em seres mitológicos com chifres na cabeça, provavelmente você associará a descrição a um unicórnio. Apesar de também fazerem parte de bestiários, eles não eram as únicas criaturas medievais estranhas com essa característica. Os monocheros eram seres ilustrados como tendo cabeça de veado e um corpo semelhante ao de um cavalo.

Mas essa não é a única forma, já que um manuscrito do poeta francês Phillippe de Thaon apresenta o monocheros parecido com uma cabra. Há outras interpretações curiosas dessa besta medieval, incluindo algumas bem distantes, como a que a ilustra como se fosse um ser do mar, semelhante a um golfinho.

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