Artes/cultura
06/06/2017 às 05:50•2 min de leitura
Como você sabe, astrônomos de todo o mundo estão vasculhando o cosmos em busca de planetas que possam abrigar formas de vida. Nas últimas décadas, os cientistas conseguiram catalogar milhares de exoplanetas — tanto em sistemas planetários pertinho de nós como em galáxias distantes —, mas nenhum deles foi classificado como potencialmente habitável por enquanto.
Contudo, apesar de os astrônomos não terem encontrado exatamente o que estão buscando ainda, diversos mundos pra lá de interessantes foram identificados. A descoberta “exótica” mais recente, de acordo com Nuño Domínguez, do portal El País, é um gigante gasoso 2,8 vezes maior do que Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, o qual foi batizado de momento com o nome de Kelt-9b.
Segundo Nuño, esse planetão se encontra a cerca de 650 anos-luz de distância da Terra e orbita 30 vezes mais próximo de sua estrela do que o nosso vizinho grandalhão transita ao redor do Sol. Além disso, o gigante gasoso leva um dia e meio (terrestre) para completar uma volta em torno do astro e apresenta uma de suas faces sempre voltada para ele, o que significa que apenas essa parte fica exposta aos raios solares. E é uma exposição e tanto!
Ambiente tórrido
Os astrônomos estimaram que as temperaturas da face iluminada do gigante chegam a pouco mais do que infernais 4,3 mil graus Celsius! Isso significa que o Kelt-9b é quase 10 vezes mais quente do que Vênus, o planeta mais cálido do Sistema Solar, e que Mercúrio, o nosso vizinho mais próximo do Sol, que conta com temperaturas de pouco mais de 425 °C.
Aliás, só a título de curiosidade, na superfície do nosso astro-rei as temperaturas registradas são de cerca de 5,5 mil graus Célsius, portanto, o gigante gasoso não é muito mais fresquinho do que o nosso Sol. Na verdade, ele é mais quente do que 80% de todas as estrelas já identificadas pelos astrônomos.
De acordo com Nuño, o calor extremo e a radiação fazem com que os átomos presentes na atmosfera de Kelt-9b vibrem tanto que eles não conseguem se unir para formar qualquer tipo de molécula, seja de água ou de qualquer outro componente necessário para tornar esse mundo habitável.
Segundo Signe Dean, do site Science Alert, a causa de as temperaturas de Kelt-9b serem tão altas está, evidentemente, associada ao fato de ele orbitar ao redor de uma das estrelas mais quentes já detectadas no Universo, com temperaturas absurdas que chegam perto dos 10,9 mil graus Celsius.
E voltando ao planeta, embora ele seja 2,8 vezes maior do que Júpiter, ele tem metade da densidade do nosso vizinho, uma vez que sua atmosfera é constantemente bombardeada pela radiação de sua estrela. Na verdade, a ação desse sol é tão intensa que os astrônomos estão surpresos de o Kelt-9b existir, já que eles estimam que o planeta perde cerca de 10 milhões de quilos de massa por segundo por conta do bombardeio de radiação, possivelmente deixando um rastro como o de um cometa enquanto orbita. Veja a seguir:
Os astrônomos calculam que, eventualmente, Kelt-9b acabará perdendo toda a sua atmosfera — formada por hidrogênio, hélio e metais neutros como o sódio e o potássio —, e que apenas seu núcleo rochoso restará no final, isso se ele realmente existir. É que os cientistas não têm certeza de que os gigantes gasosos contem mesmo com núcleos sólidos, mas, se esse for o caso e o Kelt-9b tiver um, ele deveria ser composto por rochas.
De qualquer forma, o futuro desse planeta será trágico, uma vez que os astrônomos explicaram que, como o gigante gasoso orbita muito próximo de sua estrela, dentro de 1 bilhão de anos mais ou menos, quando ela começar a se expandir por conta de sua transição a gigante vermelha, Kelt-9b será engolido.
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