Estilo de vida
23/11/2015 às 07:18•2 min de leitura
Existem algumas atividades que exigem que as pessoas tenham visão perfeita — como é o caso dos pilotos de caça, por exemplo —, e hoje em dia é muito fácil descobrir se alguém tem olhos de águia ou, ao contrário, se precisa de óculos para enxergar direito, não é mesmo? Basta marcar uma consulta com o oftalmologista e fazer uma série de exames, simples assim!
No entanto, durante a Antiguidade, na falta da tecnologia da qual dispomos atualmente, dizem que os guerreiros, para demonstrar que tinham visão perfeita e que estavam prontos para partir para as batalhas, tinham que provar que eram capazes de enxergar as sete Plêiades no céu.
Segundo a lenda, se um indivíduo conseguisse enxergar cinco das Plêiades, isso significava que ele tinha uma visão normal. No entanto, caso o cara fosse capaz de ver todas as sete, então ele tinha olhos dignos de um guerreiro pronto para qualquer batalha. Na realidade, existem mais estrelas no mesmo agrupamento, mas seria necessário utilizar um belo par de binóculos ou um telescópio para que fosse possível identificar todas elas.
As Plêiades se formaram a partir da mesma nuvem de gás e poeira cósmica há apenas 100 milhões de anos e são queridinhas da Ciência e da mitologia graças à proximidade que existe entre as estrelas e seu intenso brilho. Elas são conhecidas desde a antiguidade por culturas de todo o mundo, incluindo os maoris, celtas, maias, astecas, persas etc., e seu nome vem do vocábulo plein — usado pelos gregos para definir o período de navegação pelo Mediterrâneo.
Mais tarde, o nome foi associado à mitologia grega, na qual as Plêiades são as sete filhas de Atlas e Pleione que, por sua vez, é filha do titã Oceano e Tétis. As irmãs têm o nome de Alcíone, Electra, Estérope, Celeno, Mérope, Taígeta e Maia e eram perseguidas por Orion, que se encantou com sua beleza. Assim, para escapar das garras do caçador, elas foram transformadas em estrelas pelos deuses.
Caso você nunca tenha ouvido falar a respeito das Plêiades, elas formam um grupo de sete estrelas — por isso também são conhecidas como “Sete Irmãs” — que se encontram na Constelação de Touro, a aproximadamente 430 anos-luz de distância da Terra. Elas são visíveis a olho nu a partir de praticamente todos os continentes e, dependendo da época do ano, se torna ainda mais fácil encontrá-las no céu.
A forma mais simples de localizá-las é achando o Cinturão de Orion — mais conhecido por aqui como “Três Marias” — e, então, seguir com os olhos por uma linha reta até você se deparar com outra constelação. Essa é a de Touro, vizinha de Orion, e nela você poderá identificar um enorme “V” formado por algumas estrelas e que compõem a face do touro. Veja a seguir:
Você saberá que está no caminho certo depois de encontrar uma estrela muito brilhante chamada Aldebaran — ou Alpha Taurie — que exerce o papel de olho flamejante do touro. Pois, seguindo adiante, ainda em linha reta, você encontrará várias estrelinhas mais ou menos na altura do “ombro” do touro, e essas são as famosas Plêiades.
Na verdade, o agrupamento é formado por centenas de estrelas mantidas juntas por sua força gravitacional. Elas vagam pelo espaço a cerca de 40 quilômetros por segundo, e muitas delas são centenas de vezes mais brilhantes do que o nosso Sol. Aliás, se você quiser testar os seus olhos para comprovar se a sua visão é tão aguçada como a de um guerreiro da antiguidade, agora é a hora, pois as Plêiades se tornam especialmente brilhantes no céu durante o verão.
Você conhece as Plêiades e consegue identificá-las no céu? Comente no Fórum do Mega Curioso