Ciência
27/12/2017 às 05:01•2 min de leitura
Desde que o mundo é mundo existem seres humanos que buscam incessantemente descobrir os grandes segredos e mistérios que o futuro guarda. Muitos procuram por sinais, símbolos e qualquer outra coisa que possa indicar o que ainda está para acontecer. Aqui estão seis dos itens mais estranhos já usados para a adivinhação ao longo da História:
Os antigos romanos adoravam adivinhar o futuro através dos pássaros: pessoas de todas as classes estudavam as espécies, padrões de voo, entre outras características desses animais. As galinhas, em particular, eram muito usadas para prever o sucesso, ou não, de uma batalha. Funcionava da seguinte maneira: sacerdotes espalhavam grãos pelo chão e a voracidade com que os bichos comiam correspondia ao sucesso que as forças romanas teriam. Por mais absurdo que possa aparentar, tal crença parecia funcionar muito bem na época.
Durante a Primeira Guerra Púnica, o cônsul Publius Claudius Pulcher foi o responsável pela marinha romana. Assim, ele consultou as galinhas para determinar qual seria o dia perfeito para atacar a tropa cartaginesa. Para o desespero de Publius, as aves não estavam nada animadas com o seu plano de guerra e simplesmente se recusaram a comer qualquer grão. Indignado, ele ordenou que as pobres fossem jogadas em alto-mar enquanto proferiu: “Se não comem, deixe-as beber”.
Seus homens foram para a batalha e sofreram uma derrota esmagadora. Publius logo foi chamado novamente à Roma e julgado, não por perder o combate, mas por ter matado as galinhas sagradas! O cônsul foi condenado ao exílio e acabou morrendo algum tempo depois.
Muito antes de o Didi perguntar se no céu tinha pão, os antigos já usavam tal alimento para adivinhar quem era o culpado por algum crime. Os suspeitos eram alimentados com um pedaço de pão: para os inocentes, só um lanche, mas, para o culpado, dores, indigestão e asfixia.
As pessoas realmente acreditavam que o pão revelava quem era o criminoso, mas a verdade é que o juiz mandava envenenar o alimento de quem ele queria condenar.
Sabe quando você está em uma sala silenciosa e a sua barriga faz aquele barulhão? Pois é, há quem acredite na gastromancia: a adivinhação baseada em sons e sinais do estômago. Os ruídos, que são comuns na digestão, foram considerados vozes dos mortos e eram interpretados por videntes.
Por serem as únicas pedras preciosas do mundo fabricadas por animais, as pérolas já foram consideradas mágicas pelos antigos. Existia um método de adivinhação baseado em seu aquecimento, porém, pelo alto custo do material, ele não era muito utilizado.
Eles colocavam a pedra em uma panela de ferro fundido sobre o fogo. Um adivinho ia então lendo uma lista de nomes de pessoas suspeitas de roubo. O resultado você já pode imaginar: assim que a pérola se mexia, a pessoa cujo nome estava sendo proferido no momento era considerada culpada.
A antropomancia foi uma das formas de adivinhação mais horríveis da História: previsões eram feitas com base na agonia, na quantidade e no volume dos gritos, na direção do fluxo sanguíneo ou mesmo a posição em que o corpo da vítima caiu no chão. Segundo o escritor romano Suetônio, a vidente Spurinna realizou esse tipo de adivinhação antes de avisar Júlio César sobre o “Ides of March”.
A molibdância é uma forma de adivinhação que foi usada nos Impérios Grego e Romano e se espalhou pela Alemanha e pelos países nórdicos. Quem empregasse esse método precisava escolher um metal que fosse facilmente fundido, como o chumbo que, quando liquefeito, endurece em formas diferentes. O trabalho do vidente era interpretar tais estruturas.
Curiosamente, essa prática ainda é uma tradição de Ano Novo na Finlândia, onde cada membro da família ganha um pequeno pedaço de estanho. As peças são então derretidas e, quando resfriadas, são colocadas próximas à chama de uma vela: as sombras formadas a partir do objeto indicarão coisas que vão acontecer no próximo ano.
*Publicado em 6/12/2016