Artes/cultura
18/10/2018 às 08:00•2 min de leitura
Somos treinados a pensar que é errado julgar uma pessoa com base em sua aparência, mas a verdade é que todos nós fazemos isso e que, para sermos ainda mais exatos, pessoas com inteligência acima da média são as que mais tendem a julgar os outros com base em estereótipos. Você sabe disso?
Um estudo recente sobre esse tema, conduzido por David Lick, do Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York, revelou que “habilidades cognitivas superiores estão frequentemente associadas a aparências positivas, como uma conquista acadêmica ou mobilidade social. No entanto, nosso trabalho mostra que algumas habilidades cognitivas podem ter consequências negativas — especificamente, que pessoas que têm o costume de detectar padrões são especialmente rápidas em aprender e aplicar estereótipos sociais”.
O estudo de Lick contou com a análise de 1.257 indivíduos que participaram de 6 experimentos online, entre os quais estava a atividade de observar alguns rostos masculinos e tentar descrever o comportamento dessas pessoas. Os rostos passaram por edições para que algumas características, como um nariz mais largo, fossem associadas a estereótipos negativos.
Depois de analisar os rostos, os voluntários participaram de um jogo que determinava quanto dinheiro eles dariam para cada parceiro cujo avatar era exibido e tinha características semelhantes às dos rostos que eles haviam julgado. Advinhe só! As pessoas cujos avatares eram parecidos com os dos homens com as características alteradas, como o nariz mais largo, acabaram recebendo menos dinheiro e sendo associadas a experiências negativas.
Ainda que isso seja uma surpresa triste, a pesquisa mostrou também que as pessoas com altas habilidades cognitivas são capazes de problematizar esses estereótipos quando são apresentadas a novos padrões que fazem relação com os estereótipos anteriores.
Em um dos casos, os participantes concordaram com o estereótipo de que homens são autoritários e mulheres são submissas. Depois, quando analisaram mais profundamente essas afirmações, já começaram a mudar de ideia.
Esse tipo de pesquisa quase nem sempre é conclusiva por si só. Em termos de psicologia e comportamento, vale frisar que muitos vieses podem e devem ser mais bem estudados para que, em parceria com outras análises, se possa compreender melhor a inteligência humana e o comportamento humano também.
De qualquer forma, é bacana termos em mente que nossos julgamentos podem ser reavaliados sempre.
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