Artes/cultura
09/09/2019 às 17:00•2 min de leitura
A exploração do espaço pode receber dois reforços de peso, muito embora eles sejam mais leves do que pluma. A estudante de doutorado Palak Bhushan projetou, sob a supervisão da professora Claire Tomlin, dois microrrobôs que foram modelados a partir dos movimentos biológicos de insetos. A estudante da Universidade da Califórnia em Berkeley contou em entrevista ao Space que tinha como objetivo "preencher a lacuna" entre os sistemas mecânicos e biológicos.
Os dois minúsculos robôs são realmente muito pequenos. Um deles, o "saltador", pesa 75 miligramas, e o "voador" é ainda mais leve, com menos de 1 miligrama. Pequenos e leves, os robôs se tornam baratos e fáceis de transportar; mais do que isso, são capazes de pousar e explorar terrenos difíceis de serem acessados, como planetas, asteroides e cometas. "Uma das aplicações muito boas que vemos é para a exploração, especialmente no contexto de exploração interplanetária. Nisso, os microrrobôs fazem muito sentido", destacou a estudante.
Robô saltador em ação. (Fonte: Palak Bhushan; Claire Tomlin)
Bhushan explicou que os pequenos robôs projetados por ela podem, teoricamente, pousar em locais nos quais equipamentos maiores não conseguem. Se a NASA enviar uma frota de 10 mil deles, por exemplo, o ganho será imenso mesmo que 1 mil caiam ou fiquem "feridos" durante o pouso. Além disso, por se tratar de um equipamento tão leve e pequeno, o pouso é muito mais suave.
A estudante disse, ainda, que Titã seria o local perfeito para o robô que bate as asas, devido à sua atmosfera densa, o que permite que ele voe sem gastar tanta energia para se locomover. Já o robô saltador seria ideal para locais como asteroides ou mesmo a Lua, graças à pouca ou nenhuma gravidade, o que também permitiria saltos altos sem demandar muita energia.
As asas do robô voador. (Fonte: Palak Bhushan; Claire Tomlin)
Para Bhushan, em terrenos como o de Marte, no qual a atmosfera é fina, ambos os robôs podem ser úteis para exploração. Ela sugere que podem ser criados "enxames" de robôs, mas que eles precisam de um veículo grande que funcione como uma base doméstica. Os robôs não conseguem carregar uma antena potente, por isso a comunicação é limitada, sendo necessário um apoio para receber informações, dados e até mesmo amostras coletadas nas expedições externas.
Até existem pequenos robôs já desenvolvidos, mas nenhum deles é tão compacto quanto o criado por Bhushan. O saltador mede 17x6x14 milímetros e pode pular a até 8 milímetros e 6 vezes por minuto, caindo sempre em pé, como um gato. Pesando 75 miligramas, ele pode até mesmo carregar uma fonte de energia; e, pensando em deixá-lo o mais leve possível, pode operar com um único motor simples.