Estilo de vida
21/11/2020 às 10:00•2 min de leitura
Segundo relatado por funcionários da Virginia Wildlife Management and Control, nos Estados Unidos, um enorme verme-cabeça-de-martelo (Bipalium kewense) foi encontrado durante uma das expedições, sendo confundido com uma estranha cobra devido às suas enormes dimensões. O caso ocorreu no início de novembro e chamou a atenção de especialistas e de usuários das redes sociais.
A agência de monitoramento de vida selvagem, responsável por combater os riscos à sociedade local e capturar animais fora de seus habitats naturais, identifica inúmeras cobras por ano, mas nunca havia chegado a encontrar algo tão incomum quanto o verme, e logo tratou de divulgar imagens relatando o anormal achado. Aparentemente, o estranhamento inicial foi causado pelo platelminto ser taxado como uma espécie invasora.
O animal, que possui dimensões de uma cobra pequena ou média, pode alcançar até 60 centímetros de comprimento, mas felizmente não chega a representar riscos às pessoas que se aproximam. Apesar de ser considerado, por muitos estudiosos, como um dos predadores mais vorazes do planeta, sua dieta consiste exclusivamente de minhocas.
Originários das zonas temperadas da Ásia e noroeste da Austrália, os vermes-cabeça-de-martelo, popularmente conhecidos como vermes-tubarão-martelo, realizaram um intenso processo de migração para os territórios da Europa e Estados Unidos, prevalecendo na natureza selvagem e em locais escuros, frios e úmidos, mas sendo capazes de resistir a longas estações em terrenos mais secos.
Sua propriedade regenerativa, aliada à incrível capacidade reprodutora de um ser hermafrodita (com órgãos genitais masculinos e femininos), foram características determinantes para sua proliferação em boa parte do planeta. E caso sejam partidos em qualquer direção ou sentido em até 1/300 de seu corpo, as partes podem se tornar novas criaturas essencialmente funcionais, dentro de duas a três semanas de amadurecimento.
“Outro motivo é a ausência de predadores”, disse Jean-Lou Justine, professor do Departamento de Sistemática e Evolução do Museu Nacional de História Natural de Paris. “Os platelmintos produzem produtos químicos que lhes dão um sabor desagradável”, algo que evita que sejam atacados por outros seres.
Atualmente, cerca de cinco espécies de vermes-cabeça-de-martelo foram catalogadas desde a década de 1990.