Ciência
22/02/2023 às 11:00•2 min de leitura
Um objeto fálico feito de madeira foi encontrado em uma vala em Vindolanda, um forte romano construído para as forças auxiliares na fronteira entre Inglaterra e Escócia. De acordo com os pesquisadores, existem boas chances desse artefato ter sido usado para razões sexuais no passado.
O "pênis de madeira" de 2 mil anos foi desenterrado em 1992 e possui 17 centímetros de comprimento. Desde que o objeto foi rastreado, os arqueólogos sempre suspeitaram sobre as inúmeras formas que ele poderia ter sido usado no passado — inclusive como um amuleto para afastar o azar. Porém, estudos recentes apontaram para conotações mais sexuais. Entenda!
(Fonte: Vindolanda Trust/Divulgação)
Conforme publicado recentemente na revista Antiquity, novos estudos feitos a respeito da peça por meio de digitalizações em 3D mostram que o objeto estava mais desgastado em suas extremidades. Isso indica que essas partes do artefato foram manuseadas com maior frequência durante o passado.
Dessa forma, o falo de madeira seria o "primeiro exemplar conhecido de um 'brinquedo sexual' feito de madeira no mundo romano" e foi um dos inúmeros itens descartados na vala de Vindolanda, uma coleção que inclui sapatos, acessórios de vestimenta, restos de artesanato e pequenas ferramentas.
Ao longo dos anos, os arqueólogos sugeriram uma série de possíveis motivos para esse objeto fálico existir. Por exemplo, em determinado ponto da história, muitos pesquisadores afirmaram que a peça potencialmente servia como um pilão para moer ingredientes culinários ou médicos. Em outra vertente, alguns estudiosos passaram a acreditar que essa era uma parte de uma estátua tocada por transeuntes para "absorver proteção contra infortúnios."
(Fonte: Museu de Vindolanda/Divulgação)
Em anúncio oficial, o autor do estudo e membro do departamento de arqueologia da Universidade de Newcastle, Robert Collins, falou um pouco a respeito sobre as dificuldades apresentadas nos primeiros anos de estudo do objeto fálico. "O tamanho do falo e o fato dele ser esculpido em madeira sempre gerou muitos questionamentos sobre suas origens", revelou.
Segundo Collins, os pesquisadores ainda não podem ter certeza do real uso pretendido para aquela peça, ao contrário de muitos objetos fálicos daquela época que serviam como amuletos de boa sorte. "Nós sabemos que os antigos romanos e gregos desenvolveram brinquedos sexuais e o objeto de Vindolanda poderia ser um exemplo disso", completou.
Em 2005, por exemplo, pesquisadores da Universidade de Tubingen desenterraram um falo feito de siltito — uma rocha sedimentar — que data para 28 mil anos atrás na caverna de Hohle Fels (Alemanha). Embora o uso sexual não tenha sido provado, o tamanho e suavidade do polimento sugeriam esse uso.
Na Roma Antiga, objetos fálicos eram comuns dentro do Império Romano e por muito tempo foram retratados em afrescos, mosaicos pintados, enfeites de cerâmica ou cabos de facas esculpidas. Peças fálicas esculpidas em pedra ou osso também eram usadas ao redor do pescoço com joalheria. Os romanos acreditavam que esse símbolo era um importante amuleto contra o pior tipo de azar.