Artes/cultura
21/08/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 21/08/2024 às 12:00
Um conjunto de fósseis de 135 milhões de anos foi recentemente analisado por uma equipe de pesquisadores internacionais da Alemanha e do Reino Unido. O material, que foi considerado perdido durante a Segunda Guerra Mundial, tratava-se de um crânio "bem preservado" e as primeiras vértebras do pescoço de uma espécie agora batizada de Enalioetes schroederi, um crocodilo marinho antigo.
Porém, embora faça parte da linha genealógica dos crocodilos, essas curiosas criaturas certamente se pareciam mais com um golfinho do que com répteis. O motivo? Esses animais não tinham escamas, apresentavam nadadeiras e eram muito menos volumosos.
Segundo os pesquisadores, os oceanos eram povoados por várias espécies de animais parecidos com crocodilos entre o Jurássico Médio e o Cretáceo Inferior. Os Metriorhynchidae eram uma família conhecida por suas distintas formas corporais e características físicas e entre eles estava o E. schroederi.
Ao contrário dos seus familiares, esse crocodilo marinho antigo continuou evoluindo e existindo durante o Cretáceo. Porém, foi só recentemente que os pesquisadores puderam confirmar detalhes mais ricos sobre essa espécie que "desapareceu" por longas décadas. Descoberta pela primeira vez em 1916 pelo arquiteto alemão D. Hapke, os restos mortais do crocodilo foram doados para Henry Schroeder, do Prussian Geological Survey de Berlim.
Contudo, os paleontólogos passaram décadas acreditando que os fósseis foram perdidos durante a destruição da cidade na Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, no entanto, foi descoberto que Schroeder devolveu os fósseis ao seu descobridor original, cuja família os levou para o Museu Minden, na Alemanha Ocidental, onde permaneceram por anos.
Ao perceber que os fósseis de E. schroederi ainda estavam intactos, uma equipe do Naturkunde-Museum Bielefeld e da Universidade de Edimburgo começou a trabalhar no estudo das peças, incluindo submeter o crânio tridimensional quase intacto a uma tomografia computadorizada. “Nós pudemos aprender muito sobre a anatomia interna desses crocodilos marinhos. A preservação notável nos permitiu reconstruir as cavidades internas e até mesmo as orelhas internas do animal”, disse Sven Sachs, líder do projeto, em comunicado oficial.
Segundo os pesquisadores, a espécie desenvolveu um "plano corporal radicalmente diferente de outros crocodilos" durante o Cretáceo. Isso incluía olhos ainda maiores do que seus ancestrais e orelhas internas mais compactas e ósseas. Os investigadores suspeitam que esses sejam sinais de que essas criaturas eram nadadores mais rápidos do que seus parentes.
Embora o estudo tenha determinado que os fósseis são de uma espécie totalmente nova, os cientistas decidiram escolher o nome E. schroederi para homenagear o homem que detalhou as primeiras descrições da criatura antiga antes dela desaparecer por décadas.