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11/04/2017 às 12:03•4 min de leitura
Qual é a maneira mais prática, hoje em dia, para os pais fazerem seus filhos pequenos ficarem quietos? Se a sua resposta inclui dar um tablet ou um smartphone, você está certo. Mas, apesar de isso estar cada vez mais difundido, os especialistas alertam para a exposição excessiva a esses gadgets.
Bem na verdade, é preciso reconhecer que boa parte da culpa pela fixação dos pequenos por essas telinhas virtuais é dos próprios pais. Uma pesquisa feita pela Common Sense Media mostrou que os adultos passam até 9 horas por dia em frente a uma tela – seja do computador ou do celular. Só que apenas duas dessas horas são dedicadas a assuntos relacionados ao trabalho.
Mesmo assim, 78% dos responsáveis entrevistados acreditavam ser um bom exemplo para o filho quanto ao uso desses aparelhos, ainda que a realidade mostre o completo oposto disso. E os pais precisam, sim, ter pulso firme na hora de delimitar um tempo máximo de exposição midiática de seus filhos, nem que tenham que passar a imagem de durões: é para o próprio bem e para a saúde da criança.
Evite isso!
Em outubro de 2016, a Academia Americana de Pediatria (AAP) estipulou novas diretrizes para o tempo de exposição das crianças a telas de computadores ou celulares. Até os 18 meses, o bebê não deve ser exposto em nenhum momento, a não ser, é claro, durante conversas por vídeo com algum parente.
Depois desse período, os pais podem começar a introduzir a criança em um mundo mais virtual, mas sempre atentos ao conteúdo ministrado. O ideal é assistir primeiro e decidir se aquilo vale a pena ser compartilhado com o filho, sempre mostrando e discutindo os assuntos mostrados nos dispositivos.
Para crianças de 2 a 5 anos, o ideal é no máximo 1 hora por dia sendo dedicada a esses aparelhos, mas sempre procurando por conteúdos de qualidade. Nessa faixa etária, os pais também devem compartilhar os programas com os filhos, para criar um diálogo e um aprendizado. Já para crianças acima de 6 anos, o uso é um pouco mais liberado. Entretanto, saber o que o filho acessa nessa idade é fundamental, e o tempo de consumo não deve ser superior ao de atividades físicas ou de sono.
Saiba o que seu filho está consumindo
Ficar sentado em frente à televisão ou ao computador pode levar a um comportamento sedentário muito precoce. Segundo a AAP, menos de 40% das crianças atendem às recomendações mínimas de atividade física diária, um problema que poderá ser visto ao longo dos anos com a obesidade agravada.
Se você dá os aparelhos para seus filhos ficarem quietos, seu tiro pode estar saindo pela culatra: um estudo de 2014 mostrou que o tempo excessivo em frente às telas é responsável por sonos interrompidos e desempenho acadêmico piorado. Sem contar, é claro, problemas de saúde relacionados a isso.
A lesão por esforço repetitivo (LER) atinge um alto índice de estudantes universitários, de acordo com uma pesquisa publicada em 2015. Os que usavam intensamente os smartphones tinham mais dores nas mãos e nos polegares do que aqueles sem esse vício. Portanto, incentivar seu filho desde cedo a usar esses gadgets pode acarretar em LER cada vez mais precoce.
A LER está se manifestando cada vez mais cedo
Um estudo publicado no ano passado mostrou que a incidência de dores crônicas de cabeça era muito maior nas pessoas que não desgrudavam de seus aparelhos. Além disso, essas dores costumam ser mais longas e duradouras do que o normal.
Recentemente, a CNN realizou um estudo com 200 alunos do 8º ano escolar dos Estados Unidos. Eles consentiram a ter seu comportamento em redes sociais monitorado, e os pesquisadores descobriram que quanto mais os adolescentes usavam as redes, mais eles ficavam angustiados. Alguns costumam visitar seus perfis mais de 100 vezes por dia!
A AAP explica que a exposição excessiva pode levar as crianças e os adolescentes a ter opiniões bastante deturpadas sobre temas como álcool, tabaco, comportamento agressivo e comida de fast food. Essa influência negativa pode ter resultados durante toda a vida da criança.
Crianças e adolescentes podem ser levados a achar que o consumo desenfreado de fast food e álcool é uma coisa boa
Estudos mostram que o uso excessivo de celulares perto de bebês pode influenciar os pequeninos a compartilhar hábitos ruins, como não dar atenção a praticamente nada e ter dificuldades de concentração em tarefas cotidianas. Com o avanço da idade, isso pode acarretar em problemas de aprendizado e déficit no armazenamento de informações importantes.
As mídias não vão sumir, então devemos nos adaptar a elas. O ideal é criar uma rotina familiar de consumo consciente de todos os aparelhos, seja celular, computador ou TV. Os pais devem orientar as maneiras corretas de usar esses gadgets e alertar para os riscos de seu consumo excessivo.
Durante refeições ou encontros familiares, deixe seu smartphone de lado por um tempo para mostrar que o mais importante é justamente a troca de informações e experiências no mundo real. Crianças que crescem em ambientes assim se tornam mais conscientes do uso de seus aparelhos.
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Sempre que seu filho fizer alguma atividade que não utilize os aparelhos, cubra-o de elogios. Seja andar de bicicleta ou colorir um desenho, não importa: o bom mesmo é você incentivar essas brincadeiras para que elas se repitam com mais frequência. Criar recompensas para isso também pode ser uma alternativa.
Converse com seus filhos e crie uma agenda que seja benéfica a todos. Proibi-los de consumir essas mídias é ruim, por isso o diálogo deve ser fundamental para estabelecer os limites de cada um. E o principal: cobre o cumprimento dessas regras.
Não mantenha aparelhos nos quartos das crianças e evite fazer as refeições de olho na tela da sala. Com o tempo, os filhos vão assimilando que a televisão pode ser um ótimo entretenimento, caso seja usada de maneira consciente e sem gerar vícios.
Evite instalar aparelhos de TV no quarto de seus filhos
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