Ciência
14/12/2016 às 06:01•3 min de leitura
Em tempos de internet, vemos palavras e expressões surgirem e desaparecerem rapidamente. Por esse motivo, é legal conferir a origem de algumas palavras que circulam a tanto tempo que já não temos nem como relacionar o termo com suas origens.
Então, para saber mais sobre a história de algumas palavras e ainda aumentar o seu repertório de curiosidades, não deixe de conferir esta lista.
A palavra “bárbaro” tem várias conotações. A maioria delas carrega um sentido negativo, como quando nos referimos a uma pessoa como selvagem ou bruta. Mas também existe um lado positivo, que em geral está associado à figura dos fortes bárbaros que aparecem nos filmes.
Independente do sentido, a palavra sempre foi usada para tratar de alguém que vem de fora, que não pertence a um mundo civilizado e é aí que começamos a chegar no seu sentido original. Lá no tempo dos gregos, esse termo foi cunhado para fazer piada com os estrangeiros. Uma breve consulta ao dicionário nos mostra que a palavra vem de barbarus, que significava estranho, estrangeiro ou ignorante.
Já a raiz da palavra barbar não é nada mais do que a maneira como os gregos interpretavam a língua dos estrangeiros, que para eles soava algo como “bar bar bar”. O termo foi usado para se referir a “uma pessoa que não fala nosso idioma” até o início do século 17. A partir de então, o sentido de uma pessoa selvagem e rude passou a predominar.
Quem é que não gosta de dar uma “escapadinha” de vez em quando para ir ao cinema, tirar uns dias de descanso ou simplesmente ficar sem fazer nada? Além da ideia de abandonar as obrigações por um momento, também usamos essa palavra para nos livrar de alguma situação sem ser notado.
Contudo, esse verbo e seus substantivos relacionados (não podemos nos esquecer da “escapadela”!) têm uma origem muito mais divertida. A palavra que nos indica uma fuga repentina também é bastante usada em histórias de heróis que “escapam” das garras de seus inimigos e aqui estamos mais perto do começo de tudo.
A ideia que deu origem ao termo está associada ao fato de se deixar a capa para trás. Para ajudar a construir esse sentido, temos o prefixo latino ex, que significa “fora de” e ainda é usado em muitas outras palavras. O verbo excappare surgiu no latim vulgar no século 12 com o sentido de deixar alguém segurando apenas a sua capa. Já o sentido metafórico da palavra chegou até nós somente a partir do século 19.
Todo mundo está familiarizado com o sentido da palavra “esnobe”, que costuma estar associado a uma pessoa que se julga superior às outras. Mas muito antes de virar nome de papel higiênico no Brasil, a palavra snob (em sua grafia original do inglês) representava apenas aqueles que estavam tentando se misturar.
Originalmente, esnobe era um termo usado para designar um sapateiro ou seu aprendiz no final do século 18. Na mesma época, o termo foi adotado como um gíria dos alunos da Universidade de Cambridge para se referir àqueles que não eram estudantes.
Já no século 19, os intelectuais de Cambridge passaram a usar o termo para tratar de pessoas simples – tanto aquelas que eram trabalhadoras, honestas e que sabiam seu lugar quanto para se referir àqueles que copiavam as maneiras das classes superiores. Foi então que o termo também passou a ser associado às pessoas que demonstravam um respeito exagerado aos mais abastados e, por consequência, desprezavam aqueles que eram considerados inferiores.
Quando tudo dá errado, podemos dizer que foi um “fiasco”. O sentido da palavra se conservou com o passar do tempo, mas existem indícios de que o termo surgiu como uma gíria para peças de teatro desastrosas em 1855. Pouco tempo depois, em 1862, a gíria já era usada para qualquer tipo de desastre que acontecesse também fora dos palcos.
Etimologicamente, a palavra vem do francês fiare fiasco, que significa algo como “se transformar em um desastre”. A expressão francesa, por sua vez, vem do italiano far fiasco, que originalmente significava “fazer uma garrafa”.
Mas agora você deve estar se perguntando o que a garrafa tem a ver com o desastre. Pois saiba que existem duas teorias que estabelecem uma relação entre as expressões. A primeira diz que os fabricantes de vidro em Veneza (Itália) descartavam as peças com defeito. Desse hábito surgiu a ideia de que eles só eram bons para “fazer uma garrafa” e foi então que a palavra “fiasco” ficou associada à ideia de falha e imperfeição. A outra teoria diz que a expressão italiana fare il fiasco se refere ao perdedor em um jogo que tem como obrigação pagar a próxima rodada de bebidas, ou seja, “fazer uma garrafa” aparecer.
A palavra “mullet” tem um uso mais específico no Brasil. Além de ter sido incorporada pela moda – onde representa uma peça (camisa, saia ou vestido) com corte mais curto na frente e alongado na parte de trás – o termo é conhecido por batizar um corte de cabelo bastante característico.
Mas o que pouca gente sabe é que o sentido mais comum do termo foi criado pela banda Beastie Boys. No século 15, a palavra era usada para descrever um peixe que tinha a cabeça larga e achatada. Foi somente quando os Beastie Boys lançaram a música “Mullet Head” que o termo foi associado ao corte de cabelo.
E o mais divertido é que o estilo foi descrito na própria letra da música: “Number one on the side and don’t touch the back / Number six on the top and don’t cut it wack” (“Número um do lado e não encoste atrás / Número seis em cima e não corte estranho). Quem diria que os Beastie Boys seriam os responsáveis por batizar um corte de cabelo tão polêmico?