Ciência
16/03/2015 às 08:47•3 min de leitura
Já falamos a respeito dos puns diversas vezes aqui no Mega Curioso, explicando como eles são produzidos, por que é que alguns são barulhentos e outros não, o motivo de eles não serem lá muito cheirosos — embora o seu cheiro seja capaz de prevenir doenças, incluindo o câncer —, e que soltá-los com frequência pode ser um indicativo de boa saúde.
Contudo, existem muito mais coisas relacionadas com os puns que você talvez desconheça e, foi por isso que decidimos reunir cinco curiosidades — selecionadas a partir de um artigo de Robbie Gonzalez do portal io9 — sobre as flatulências para você conferir. Veja:
O intestino humano serve de lar para centenas de espécies de bactérias do bem que ajudam na digestão, e nesse processo elas acabam produzindo uma variedade de gases. No entanto, quando morremos, esses microrganismos não param o que estão fazendo para fazer luto, mas continuam “trabalhando”. Além disso, quando a decomposição começa, o corpo também produz uma porção de gases, o que significa que alguns cadáveres podem soltar puns.
Você já deve ter ouvido falar — ou até assistido ao nada espetáculo — de baleias explodindo, não é mesmo? Isso ocorre devido ao acúmulo de gases produzidos durante o processo de decomposição que, por diversas razões, podem acabar ficando presos na cavidade abdominal. Entretanto, também existem casos — ao menos 20 ocorrências entre 1952 e 2006 — de pessoas que “explodiram” enquanto ainda estavam vivas, durante exames de colonoscopia.
Conforme explicamos no item anterior, as bactérias que existem nos intestinos produzem diversos tipos de gases quando ajudam na digestão. Entre eles, estão o metano e o hidrogênio que, por sua vez, são inflamáveis e, somando a essa misturinha bombástica um pouco de oxigênio e uma fonte de calor, temos um ambiente propício para que uma explosão possa acontecer.
Um exemplo de como essa “faísca” pode ser introduzida à equação é por meio de um procedimento realizado para a eliminação de pólipos durante a colonoscopia por meio da cauterização. As condições ideais para uma potencial explosão seriam uma concentração de hidrogênio e/ou metano superior a 4% ou 5%, respectivamente, e oxigênio na cavidade, e elas podem se apresentar quando não ocorre uma preparação adequada para o procedimento.
Um artigo publicado no British Medial Journal sugere que, além de fedorentos, os flatos também podem conter germes. A descoberta ocorreu depois que um pesquisador decidiu pedir para que um colega fizesse pum em uma placa de Petri — primeiro usando calças e, então, sem elas —, percebendo que no recipiente que havia recebido a “lufada” já havia uma cultura de bactérias na manhã seguinte à do experimento.
Os pesquisadores identificaram dois tipos de microrganismos comuns nos intestinos e na pele de humanos se proliferando na placa, e o fato de que apenas a que recebeu os gases diretamente contar com uma colônia sugere que as roupas agem como filtro. Sendo assim, existe a possibilidade de que o pum possa transportar bactérias, mas apenas se o “emissor” estiver nu.
De acordo com um estudo, pesquisadores descobriram que os arenques do Atlântico e Pacífico são capazes de gerar sons de alta frequência através dos puns, levando os cientistas a especular que esses peixes possam usar a liberação de gases como uma forma de comunicação.
Segundo explicaram, como o que aparentemente parece desencadear a ocorrência de flatos é a falta de luz e a quantidade de peixes, os pesquisadores acreditam que os arenques usam os puns para ajudá-los a formar cardumes mais coesos à noite como forma de proteção contra predadores.
Calma... já vamos explicar essa história! Na Itália da Era Medieval, acreditava-se que os ânus de demônios funcionavam como uma espécie de fábrica de almas pecadoras, e Dante inclusive descreve o encontro com um grupo especialmente flatulento durante sua passagem por um dos círculos do inferno de sua “Divina Comédia”, mais precisamente, no Canto XXI da obra. E Alighieri não foi o único italiano a ilustrar essa curiosa habilidade demoníaca.
Segundo Suzanne Magnanini, da Universidade de Colorado em Boulder, é possível encontrar ilustrações em murais de diversas igrejas e abadias da Itália que mostram o diabo com seu corpo animalesco devorando pecadores e defecando os malvados no inferno. A origem desse tipo de representação estaria associada a uma figura comum nos antigos festivais pagãos — que adotava a forma de um urso gigante e produzia novas almas através de seus flatos.